A descrença na actual classe politica e consequente protagonismo dos Movimentos Cívicos, não se faz sentir unicamente no Poder Autárquico, onde é permitido por lei a formação de listas autónomas de independentes.

(continuação.)
Os partidos com assento na Assembleia da República, com excepção do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista Os Verdes, «cristalizaram» ao longo de todos estes anos. O aparecimento da «Sociedade Civil», na política activa é cada vez maior em vários sectores, apelando à participação «de um sujeito político novo», envolvendo-se como cidadão no debate e unindo esforços em prol dos interesses comuns.
Recentemente, num encontro moderado por Ricardo Costa, em que participaram Vítor Bento (SIBS), Augusto Mateus (consultor), Bernardo Meireles (banqueiro) e Soares dos Santos (empresário), expressaram as seguintes «ideias chaves», publicadas no caderno do «Expresso»:
– A solução para Portugal, está na sociedade civil. (Consensual);
– A forma como o problema do país tem sido atacado pelo Governo, pela Troika e pela Oposição, não leva a lado nenhum. (Soares dos Santos);
– Uma crise desta dimensão, não se resolve com debates e moções de censura. (Soares dos Santos);
– Devia nomear-se uma serie de economistas, empresários, generais, um grupo de sábios, sem políticos e fazer um livro branco e aplicá-lo envolvendo as pessoas. (Soares dos Santos);
– A necessidade de chamar os cidadãos à acção, condição indispensável para o processo. (Consensual);
– É preciso romper com o cenário dramático que levam as pessoas a terem medo da solução e a não terem medo do problema. (Augusto Mateus);
– Têm medo da competividade, porque destrói o emprego, mas se não se fizer nada, destrói ainda mais o emprego. (Augusto Mateus);
– O tempo que vivemos é cada vez menos tempo de oratória e do teatro politico. (Consensual);
– Tem de se identificar o que nos une e não o que nos separa para conseguirmos ter uma solução colectiva. (Augusto Mateus);
– Falta em Portugal uma sociedade civil forte que faça a diferença e condicione a actuação politica e quebrar o circulo vicioso das lógicas partidárias do poder. (Augusto Mateus);
– Os partidos têm a ideia maquiavélica de que só podem praticar o bem comum, se tiverem o poder e por isso às vezes até mentem para chegar ao poder. (Augusto Mateus);
– A comunicação social fomenta essa divergência e a lógica do espectáculo, procurando comentadores ex-políticos que servem apenas esse propósito da propaganda e espectáculo, não têm profundidade. (Augusto Mateus);
– A adopção de uma cultura de mérito, a interiorização de novas culturas de trabalho, investimento, poupança e responsabilidade, poderá garantir daqui a 10 ou 12 anos, um futuro melhor às gerações seguintes. (Consensual);
– Não há em Portugal uma estratégia económica. É preciso mudar o modelo de governação do país. É preciso um pacto de regime para saber que estimulo queremos dar à economia. (Bernardo Meireles).
(Fim.)
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«Terras entre o Côa e a Raia», opinião de José Morgado
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