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Página Principal  /  Aldeia da Ponte • Censos Marquês Pombal - 1758 • Freguesias e Anexas • História • Região Raiana  /  Freguesias do concelho do Sabugal em 1758 (3)
07 Abril 2013

Freguesias do concelho do Sabugal em 1758 (3)

Por José Carlos Lages
José Carlos Lages
Aldeia da Ponte, Censos Marquês Pombal - 1758, Freguesias e Anexas, História, Região Raiana marquês pombal, padre antónio ambrósio, padre francisco vaz 2 Comentários

:: :: ALDEIA DA PONTE :: :: Os manuscritos depositados na Torre do Tombo, em Lisboa, são a resposta a um inquérito censório a todo o reino assinado pelo Marquês de Pombal três anos após o terramoto de 1755. O Capeia Arraiana está a publicar as respostas dos párocos das paróquias das 40 freguesias do concelho do Sabugal agora que, pelo menos 10 das retratadas, vão desaparecer para sempre por obra e graça dos senhores mandantes da troika europeia.

Ponte Romana - Aldeia da Ponte - Sabugal
Ponte Romana em Aldeia da Ponte – Sabugal (Foto: Nuno Vinhas)

:: ALDEIA DA PONTE :: «É rica em ermidas pois tem 5 além da igreja matriz: S. Bráz, Santa Bárbara, Santa Catarina, Santo António, e, a mais célebre de todas, do Santo Cristo. Aqui floresceu em virtude e letras, o P. Dr. Manuel Martins, Mestre em Artes e Doutor formado na Universidade de Coimbra, e aqui morreu, com fama de santo, em 1750.»

Comarca de Pinhel, Termo de Alfaiates, Bispado de Lamego.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Dicionário Geográfico, vol. 2, doc. 30, p. 153.

Património arquivista da Paróquia de Aldeia da Ponte entre 1670 e 1911… (Aqui.)

:: ♦ :: ♦ :: ♦ :: ♦ ::

«Entro a descrever tudo o que há digno de memória neste lugar de Aldea da Ponte, na forma que se me pede.
1 – Fica na província da Beira Alta, Bispado de Lamego, Comarca da Villa de Pinhel, Termo da Villa de Alfaiates, freguezia de Santa Maria Madalena do mesmo lugar.
2 – Ao segundo digo que o Senhor della he Sua Real Magestade que Deos guarde, e toda pertence ao seu património real.
3 – Vezinhos tem sento e sessenta e sete, pessoas de confissam e comunham quatro sentas e quarenta e huma e menores quarenta e trez.
4 – Está situada em hum baixo e de lá se nam descobre povoaçam alguma. E somente se descobre a Serra de Xalma sita no Reino de Castella, distante desta povoação tres legoas, cujo principio tem na Serra da Estrella e vai findar na de França.
5 – A este interrogatório nao há que dizer porque hé termo da Villa de Alfaiates.
6 – A paroquia está no meio do lugar e nao tem anexa alguma fora.
7 – O seu orago hé Santa Maria Madalena: tem tres altares, o altar maior e dois colaterais, hum do Menino Deos e otro da Senhora do Rozario; tem quatro naves com o arco da cappela mor, e dentro della não há lrmandades.
8 – O Parroco della he Cura por aprezentaçam do Reitor de Alfaiates; a sua renda sam doze fanegas de trigo, seis de senteio, seis mil reis em dinheiro e hum almude de vinho para as missas e sinco alqueires de trigo para hóstias.
9 – 10 – 12 – Não há que dizer.
13 – Tem sinco Ermidas mediatas à povoaçam, duas para a parte do norte, e huma de Sam Bras e outra de Santa Barbara, sita em um alto donde se descobre toda a Serra da Estrella e de França, e tambem o Convento da Senhora da Sacaparte que dista desta povoaçam meia legoa e tem irmandade; as outras tres ficam para a parte do poente, huma de Santa Catrina, otra de Santo António, que também tem Irmandade, e otra do Santo Christo com sua Irmandade.
14 – Digo que à capella do Santo Christo desta mesma povoaçam vem em romajem o Parroco de Alfaiates com a sua freguezia na segunda outava da Pascoa e tambem volta a anexa a Villa de Alfaiates de que he nas oitavas do Espírito Santo todos os annos.
15 – Os frutos que os moradores recolhem com mais abundancia hé senteio e algum trigo, e tambem Iinhos.
16 – Tem dois juizes supedaneos sugeitos à Camara da Villa de Alfaiates.
17 – Não há que dizer.
18 – Digo que floresceu nesta povoaçam em virtude o Padre Manoel Martins, Mestre em Artes, Doutor Formado pella Oneversidade de Coimbra, na Sagrada Teologia, e cuja vida hera andar sempre ensenhando dotrina aos meninos e pregando aos grandes, e descorrer por varias terras deste Reino com este mesmo exercicio, dava a esmola da sua missa aos pobres, nam comia mais que cada vinte e quatro horas, e nam dormia em cama, todos os dias vezitava a Via Sacra, fez algumas profecias que se verificaram, e também profetizou a Iamentavel ruína de Lisboa, como se testificaram as pessoas principaes desta povoaçam, que muitas vezes lhe ouviram dizer. Morreu no anno de 1750, sepultouse nesta mesma igreja, junto do altar da Senhora do Rozario; tem huma campa de pedra na sua sepultura com o seu nome esculpido e o anno em que faleceo; recorre a elle gente de varias partes que valendo-se delle nas suas queixas exprimentam nellas melhoras, e todos os domingos e dias santos há cera aceza na sua sepultura das pessoas que vem de fora, mandando cantar-lhe responsos e dizer missas pella sua alma, pellos beneficios recebidos e melhoras que alcançaram por sua intercessam, o que eu tenho prezenciado ha dois annos a esta parte que rezido nesta povoaçam; também me consta que na sua morte ficara flexível.
19 – A este interrogatorio nam ha que dizer.
20 – Não tem correio algum, e se vale do da Praça de Almeida, que dista desta povoaçam seis Iegoas, e também do da cidade da Guarda que fica na mesma distancia de seis legoas.
23 – Nem tem previlegios alguns, nem antiguidades dignas de memória.
24 – Dista da cidade de Lamego, que hé a capital do Bispado vinte légoas e da de Lisboa sessenta.
26 – Nam consta que no terramoto do anno de 1755 experimentasse ruina alguma.
27 – Nam há mais que acrescentar aos interrogatórios deste capitolo. Aos interrogatórios do segundo parágrafo que manda saber das serras, em todos elles nam há que dizer porque nesta terra as nam ha.

Aos interrogatórios do parágrafo terceiro, respondo:
1 – Digo que junto desta povoaçam corre o Rio que antigamente se chamou Sezeram e hoje conserva o nome de Ribeira de Aldea da Ponte. Tem seu nascente distante desta povoaçam duas legoas, junto da Raya de Castella donde chamam as Pardeiras, nas faldas da Serra que procedem da de Xalma.
2 – Nasce pequeno, por cuja razam seca no Agosto quaze todos os annos perdendo sua corrente.
3 – 4 – Não há que dizer.
5 – Seu curso he quieto porque quaze sempre corren da may e só por causa de tempestade sai fora de si.
6 – Corre do Sul ao Norte.
7 – Cria bordalo e boga e algumas inguias.
8 – 9 – Não há que dizer.
10 – Servem suas agoas para regarem ortas e linhos deste povo; e nao tem arvores domésticas e só tem silvestres, como sam freixos, salgueiros e espinheiros.
11 – 12 – Também não tem que dizer.
13 – Finda a sua corrente no Rio Coa, aonde chamam Porto de Ovelha; e tem duas pontes de cantaria, huma nesta povoaçam e outra na Villa de Vilar Maior.
14 – Não há nada.
15 – Fica respondido acima.
16 – Somente tem moinhos e nam tem lagares nem engenho algum.
17 – Não há nada.
18 – Uzam livremente das suas ágoas sem alguma pençam.
19 – Tem quatro légoas; passa por Aldea Velha e por esta de Aldea da Ponte, e Aldea da Ribeira e Villar Maior thé se meter no Rio Coa aonde faz as quatro légoas desde o seu nascimento.
Não há mais que acrescentar digno de memória.
Aldea da Ponte, 27 de Maio de 1758.
O Cura Paulo Ozorio Monteiro»

:: :: :: :: ::

Ver perguntas do inquérito… (Aqui.)

Fonte: «Alfaiates-Na órbita da Sacaparte». Autores: Pe. Francisco Vaz e Pe. António Ambrósio.

(Continua.)

:: ::
«Censos do Marquês de Pombal em 1758», por José Carlos Lages

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José Carlos Lages
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2 Comments

  1. Avatar JFernandes Responder
    Domingo, 2 Junho, 2013 às 16:00

    Não conheço este ponte, para além do que a foto permite.
    No entanto não parecem restar grandes dúvidas de que a guarda foi feita com blocos de cimento.
    Não irei tão longe como o foi a anterior comentário. Não podemos, em muitas situações, respeitar a traça original principalmente quanto a materiais.No entanto aqui na zona não falta daquele material. Mas fazer isto, francamente….
    Se a ponte precisava de uma protecção, e admito que sim, aquela não é certamente a melhor forma de a fazer. Provavelmente é a mais barata….
    Naturalmente que não se conhecem as motivações que levaram alguma entidade a fazer isto e por isso a crítica, embora sendo legítima, deve proporcionar à outra parte opinar na defesa da obra… Vai ser dificil defender.
    JFernandes (Pailobo)

  2. Avatar João d' Almeida C. Responder
    Sábado, 1 Junho, 2013 às 17:42

    É merecedora de louvor, essa iniciativa de divulgar parte dos “Registos paroquiais” do século XVIII com os resultados da demanda Pombalina sobre todas as freguesias de Portugal e, nomeadamente neste caso, das freguesias do concelho do Sabugal.
    Chamou-me a atenção, sobretudo, a ponte dita romana de Aldeia da Ponte. O autor do registo paroquial diz apenas que ela é “ponte(s) de cantaria”. Quanto a mim, nada nela revela a sua romanidade, excepto o “modus faciendi” da mesma, ou seja “feita à romana”. Tudo nela (os elementos construtivos e aspecto arquitectónico dos seus constituintes) revela que foi feita na época medieval, provavelmente sobre os restos de uma antiga ponte romana que terá sido sujeita, ao longo dos séculos a muitas reconstruções (parece haver restos de uma antiga via romana que passava pelo local – daí a tentação de chamar romano ao que agora já o não é!). Mas, o que mais atrai na foto é a incongruência da reconstrução (muito recente?) das guardas da ponte! À primeira vista, porque a foto não o permite, parecem ser feitas em tijolo de cimento – o que seria o crime máximo contra esse monumento! Admitindo que sejam “calhaus” (tenho de chamar-lhes isto!) de granito, o “crime” torna-se menor, mas não deixa de ser um atentado à harmonia do conjunto da ponte, que deveria ter sido respeitada (pedras mais pequenas e menos altas; estas deveriam ter acompanhado o tamanho – aqui irreguar – das pedras que formam a espécie de moldura que encerra (encimando) os tímpanos da ponte (ou seja, o friso de pedras que está imediatamente abaixo dos “calhaus” que desfeiaram e desvirtuaram a ponte!). Quem foi/foram os autores de mais um atentado contra o património? Só poderão ter sido as cabeças iluminadas da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal e de quem está à frente do levantamento/estudo Histórico das muitas relíquias do concelho. Por este andar, desaparecerão, abandonados ou tão mal intervencionados que nos fará desejar que nunca tivessem existido…
    Assim não! Antes das intervenções, devem os responsáveis contactar quem sabe verdadeiramente sobre o assunto, para que a intervenção respeite totalmente as características apresentadas pelo monumento. Muito haveria a dizer sobre isto. Mas fica por aqui o meu desabafo!

    J. d’Almeida C.

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