Não existirá futuro para o Concelho do Sabugal se não houver qualidade de vida para os seus habitantes mais idosos, isto é, se não se criarem as condições que garantam aos nossos conterrâneos mais velhos um fim de vida digno.
Antes de ir ao assunto desta crónica, permito-me reafirmar aqui o que venho defendendo há muito tempo.
As candidaturas autárquicas deveriam partir, antes do mais, da definição das ideias que se tem para construir um Concelho do Sabugal com futuro e só após essa definição se deveria pensar nas pessoas com melhores capacidades para concretizar aquelas ideias.
Infelizmente, e mais uma vez, o que se está a passar é exatamente o contrário. Discutem-se os nomes, os lugares a atribuir a cada convidado, a disputa por ser convidado, como se isso fosse verdadeiramente o importante. E até agora, dos candidatos conhecidos nem uma linha sobre que pensamento têm para o Concelho, o que me leva a temer que, mais uma vez, o que está em causa não é o Concelho e o seu futuro, mas, pura e simplesmente, a conquista do poder!
Voltando ao tema desta crónica, torna-se cada vez mais urgente definir e concretizar medidas que contrariem situações de exclusão social, que se colocam sobretudo ao nível dos mais idosos, muitas vezes vivendo em aldeias com muito poucos habitantes, com dificuldades acrescidas de acesso aos Serviços Públicos.
Não se trata de «inventar a pólvora», mas tão só de definir medidas de apoio à terceira idade, como era bem explícito no Programa Eleitoral do Partido Socialista liderado pelo Toni:
– Criar o Programa «Na minha casa», em parceria com as IPSS e o setor da economia social, melhorando a Rede de Assistência Domiciliária e apostando na criação de Centros de Noite;
– Estabelecer parcerias com as Juntas de Freguesia, o Centro de Saúde, os prestadores de serviços de saúde privados e as IPSS, de melhoria das condições de acesso dos idosos aos cuidados de saúde:
a) aquisição e funcionamento de uma Unidade Móvel de Saúde;
b) criação de uma rede de prestação de serviços de saúde, envolvendo as IPSS;
c) criação de uma rede de transporte social;
d) criação de postos de telemedicina em todas as freguesias.
– Estabelecer uma parceria com o Centro de Saúde, o Hospital Distrital da Guarda e os prestadores de serviços de saúde privados para implementar programas de rastreio e prevenção de doenças cardiovasculares, oftalmológicas, prostáticas, estomatológicas e auditivas das camadas populacionais mais envelhecidas e mais vulneráveis;
– Criar o Programa «Sou Idoso, estou Isento», isentando os sabugalenses com mais de 65 anos do pagamento dos impostos e taxas municipais;
– Criar o Programa «Fatura Saúde», comparticipando até 25% as despesas dos idosos com idade superior a 65 anos com a aquisição de medicamentos, mediante receita médica.
– Criar o Programa «Terceira Idade Digital», em parceria com as IPSS, de formação e incentivo à utilização das TIC pelos idosos.
Numa anterior crónica alguém me acusou de continuar a defender um Programa eleitoral, que sendo, e cito «rico em chavões: plano estratégico, centro tecnológico de excelência, agência de captação de investimento, gabinete de imagem do concelho etc, etc, não colheu a simpatia da maioria».
Pois eu digo que não só continuo a defender tal Programa como reafirmo que continuo à espera das propostas «pobres em chavões, mas, pelos vistos, ganhadoras em votos» que os candidatos de 2013 apresentarão.
Infelizmente, e como digo no início desta crónica, tenho ouvido falar muito de quem serão os números dois e três e não tenho ouvido até agora uma única proposta concreta.
E ter muitos votos pode dar poder, mas não quer dizer que traz uma solução para o Concelho. Se fosse assim, já os problemas estavam ultrapassados…
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«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Setembro de 2007)
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