O padre Francisco Barbeira, da Diocese da Guarda, destacou para a agência de notícias católica Ecclesia a importância das iniciativas culturais que «nos últimos anos» têm ajudado a manter as tradições pascais mais emblemáticas da região.
Num texto publicado na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o sacerdote sublinha em particular um programa que surgiu na zona do Fundão, «por iniciativa da Câmara local», a «Quadragésima».
Este festival de teatro, música e espiritualidade marca a Quaresma e a Semana Santa naquela localidade e «reúne diversas linguagens artísticas ao calendário religioso que celebra a paixão, morte e ressurreição de Cristo».
Quem tem oportunidade de assistir ao evento, é convidado a partir à «redescoberta das tradições religiosas do território», das suas «festas, procissões, representações sacras, dramas litúrgicos, sermões medievais e orações antigas», realça o padre Francisco Barbeira.
Por outro lado, a «Quadragésima» ajuda também a «valorizar o património artístico local», que caso contrário se poderia perder progressivamente no tempo.
Viajando até à paróquia de Vila Maior, no Concelho do Sabugal, fiéis e turistas podem assistir à recriação dos «últimos dias de Jesus», através da peça «Paixão de Jesus segundo São Lucas», encenada por cerca de «centena e meia de atores» locais totalmente «amadores».
No Domingo de Páscoa, para além dos ritos e cortejos que marcam a celebração da «ressurreição» do Senhor, subsiste ainda uma componente mais lúdica.
Nesse dia «ainda há quem queira ganhar o folar e mande rezar quem encontre a caminho da Missa e da procissão da Ressureição. O primeiro a dizer ‘reza que já passou a Quaresma’ tem direito ao folar», revela o padre Francisco Barbeira.
Nalgumas aldeias da diocese, há mulheres que durante a Quinta e Sexta-feira Santa não colocam roupa branca no estendal, com medo de que «apareça manchada de sangue», acrescenta.
plb (com Ecclesia)
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