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Página Principal  /  Aldeia Velha • Raia e Coriscos  /  A austeridade mata
28 Fevereiro 2013

A austeridade mata

Por António Pissarra
António Pissarra
Aldeia Velha, Raia e Coriscos antónio pissarra, austeridade 1 Comentário

O Povo tem uma expressão para demonstrar que tudo deve ser feito com moderação. «Nem oito nem oitenta», é uma manifestação de bom senso, tal como «nem tanto ao mar nem tanto à terra». Infelizmente parece que os nossos decisores políticos esquecem a sabedoria popular, manifestando alguma arrogância intelectual que se vira contra eles, como o demonstram diversos indicadores.

A25 - Pórticos - Tarifas - Capeia Arraiana
A austeridade deixou as ex-SCUT sem trânsito, afetou a economia e aumentou a sinistralidade

«Nunca tenho dúvidas e raramente me engano» é uma expressão que ficará para sempre associada à sobranceria de quem governa. Essa afirmação poderia também aplicar-se a este governo, pelo menos até há pouco tempo, do género «nunca me engano e raramente tenho dúvidas». Ora, tem sido esta inqualificável «capacidade» que tem vingado há várias décadas que trouxe o País ao descalabro em que se encontra; desde Cavaco, a Soares, Guterres, Barroso, Sócrates e companhia limitada. Já sabemos que a classe política, quando criticada, vem logo carpir mágoas; que a vida de governante é muito difícil, pelos vistos a de ex-governante é muito mais agradável; que aquilo que correu mal não foi culpa própria, mas fruto da conjuntura internacional; que estava tudo feito para correr bem, mas imponderáveis colocaram em causa a extraordinária capacidade de quem «sabe o que faz».

Colocadas as considerações anteriores, tenho para mim que efetivamente aquelas pessoas raramente se enganam. Quem de facto está enganado somos nós ao pensar que a sua preocupação é o interesse em «servir a polis», o interesse comum e não o próprio. Naquilo que se refere ao seu próprio interesse até estão certos, ainda que façam Parcerias Público-Privadas ruinosas, que façam adjudicações que depois são inflacionadas em percentagens escandalosas, que extingam e criem novos serviços para mandar embora os boys de uma cor e colocar outros boys de outra cor… Enfim, tudo gente com extraordinária capacidade para arruinar o Estado, mas tão bons, tão bons, naquilo que fazem, que as empresas privadas com quem fizeram negócios públicos lhes arranjam «prateleiras douradas» quando abandonam a governação. Sim, porque não se entende de outra forma que quem arruinou empresas públicas, aumentou a dívida e o défice e outras manifestações de igual teor, sirva para governar no privado.

Queremos dizer, com o que atrás escrevemos, que nas últimas décadas não há inocentes, neste «país de brandos costumes», onde é mais fácil prender e agredir um jovem que não sabia que devia comprar o bilhete para o seu animal de companhia que consigo viajava no comboio que descobrir os responsáveis pelo escândalo do BPN; puni-los e fazer-lhes pagar o dinheiro que roubaram. Neste contexto, em que a classe política dirigente devia assumir quase por inteiro as culpas da situação que criou, é mais fácil castigar o Povo. Nesta perspectiva se tirarmos 1.000 euros a 4.000.000 de pessoas isso é uma ninharia para cada um e facilmente se arranjam 4.000.000.000 de euros, para satisfazer a troika, em vez de tirar, por exemplo, passando para outro extremo, 1.000.000 de euros a 4.000 pessoas/entidades e obter o mesmo resultado. De facto, há na mente de quem governa a ideia de que pode fazer mais falta 1.000.000 de euros a alguns que 1.000 euros a outros. Infelizmente a realidade nua e crua não é assim. Para muitas pessoas aquilo que se está a passar com a austeridade imposta é que os cortes cegos que estão a ser feitos pode fazer a diferença entre morrer, literalmente, à fome ou sobreviver, ter casa ou entregá-la ao banco, fazer a medicação recomendada ou morrer por falta dela…

O Povo, com séculos de transferência de informação, sabe bem o quer, identifica bem as situações e compreende as coisas de forma mais clara que aqueles que governam imaginam. Adivinhava-se que as medidas desastrosas de governos anteriores necessitavam de medidas corretivas, mas «nem oito nem oitenta». Desta forma, ao querer medicar o doente sem a posologia adequada, o risco é matá-lo por overdose e os sinais são mais que evidentes: falências, insolvências, desemprego, défice que não baixa, maiores encargos com a segurança social…

Enfim, tanto quiseram esticar a corda que ela está na eminência de partir. Para nossa «satisfação» a culpa é dos outros, da conjuntura internacional.

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«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

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1 Comentário

  1. Fernando Capelo fernando capelo Responder a fernando
    Sexta-feira, 1 Março, 2013 às 14:42

    Meu caríssimo amigo:
    Não posso deixar de concordar contigo. O que poderá esperar-se de políticos tão inchados de convencimento que não conseguem enxergar-se a si próprios? E, pasme-se, quando confrontados com a discordância de alguém arranjam a enormíssima coragem de vir queixar-se de falta de liberdade de expressão!!! Se não fosse trágico seria para rir. Assim é para lamentar profundamente.
    Um abraço.

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