Foi o politólogo Maurice Pujo quem criou a expressão «Action Française». Estava-se em 1898. E foi no número de dezanove de Dezembro daquele ano, da revista L’Éclair, que saiu um artigo seu, expondo a forma como ele e o seu companheiro de luta Henri Vaugeois visavam rebater as teses dreifusianas.

Cerca de seis meses depois, concretamente em Março de 1899, num discurso proferido na Salle des Agriculteurs o mesmo Henri Vaugeois fundou oficialmente o movimento L’Action Française.
Começa então a publicação duma pequena revista mensal com aquele título, pouco depois já quinzenal e em vinte e um de Março de mil novecentos e oito transformada em jornal diário.
Antes, precisamente em Janeiro de mil novecentos e cinco criara-se La Ligue de L’Action Francaise que fixou as linhas de força do movimento, que vai do nacionalismo puro ao nacionalismo integral.
Importa lembrar aqui os termos da declaração com que qualquer membro da Liga se tem de comprometer. Traduzamos:
«Francês de nascimento e coração, por inteligência e vontade, eu cumprirei todos os deveres dum patriota consciente.
Comprometo-me a combater todo o regime republicano, porque a República em França é o regime do estrangeiro.
O espírito republicano desorganiza a defesa nacional e favorece influências religiosas directamente hostis ao catolicismo tradicional.
É imperioso e urgente restituir à França um regime que seja francês.
O nosso único futuro político é, pois, a Monarquia tal como a personifica sua majestade o Senhor Duque de Orleães, herdeiro dos quarenta reis que em mil anos fizeram a França.
Só a Monarquia assegura a salvação pública e repondo uma verdadeira ordem previne os males públicos.
Órgão necessário a salvaguardar o interesse geral, a Monarquia dá o devido relevo à autoridade, ás liberdades, à prosperidade e à honra.
Por isso me associo à obra da restauração monárquica e me comprometo a servi-la…»
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«Politique d’Abbord – Reflexões de um Politólogo», opinião de Manuel Leal Freire
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