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Página Principal  /  Estádio Original • Opinião  /  A inTolerância ao Carnaval
08 Fevereiro 2013

A inTolerância ao Carnaval

Por Luís Marques Pereira
Luís Marques Pereira
Estádio Original, Opinião carnaval, luís marques pereira Deixar Comentário

Um grupo de renegados com diplomas, uns contrafeitos, outros obtidos em países estrangeiros, cujas doutrinas económicas carecem de ser adaptadas à nossa realidade, a qual desconhecem, decidiu aquilo que o «padrinho» já preconizava, a intolerância ao Carnaval.

Os caretos
Os caretos

A nossa Cultura está ancorada em crenças e rituais que sobrevivem no tempo e no espaço. Nesses rituais inscreve-se o Carnaval, originário numa das muitas festas dos romanos, a Saturnália, o qual chegou aos dias de hoje imbricado no calendário lunar e religioso. Da sua antiguidade e da sua universalidade pode-se inferir a importância desta festa como reguladora da sociedade.

As festividades cíclicas que combinam natureza e cultura, foram são e serão fundamentais para a vida do Homem na Terra. Para além do respeito pela cultura portuguesa, o tal grupo que serve de testa de ferro aos mandantes da troika deveria dar mais atenção ao factor humano na Economia. Pois que, a real alavancagem da Economia está na rentabilização dos recursos naturais e humanos e não nos resultados ilusórios das operações virtuais e fraudulentas nos mercados bolsistas.

Se o tal grupo olhasse, com olhos de ver, para o outro lado do Atlântico, veria que o Carnaval no Brasil é o maior evento da cultura popular à face do globo e um poderoso factor de incremento da Economia, com especial incidência e reflexo no sector do turismo. Na origem desta manifestação, que resistiu às invasões bárbaras e muçulmanas, está a tradição medieval europeia, absorvida e transmitida pelos portugueses a outros povos e a outras culturas. Mas cá também existem carnavais, e por serem diferentes e menos participados, o de Bragança, o da Guarda, o de Torres Vedras, o de Sesimbra, o de Silves, o de Loulé, o do Funchal e tantos outros, não deixam de ser relevantes para as economias locais e merecedores do reconhecimento como manifestações do nosso património cultural.

O Carnaval é um momento de suspensão da ordem, durante o qual o Rei Momo permite excessos, normalmente censuráveis e proibidos. A inversão carnavalesca do poder funciona como um ritual de despressurização.

Face à lei, a transgressão e a impunidade funcionam como catarse, colocando a desordem ritualizada ao serviço da ordem institucionalizada e do equilíbrio social. Cumpridos os rituais ancestrais, ou seja, cumprido o dever para com o passado, voltamos ao quotidiano com mais vontade e mais coragem, pois a participação nos ritos de tradição comunitária retempera-nos as forças e liberta-nos das tensões quotidianas.

Os momentos de desordem pública, permitem às sociedades verificarem de forma momentânea e teatralizada, o nível da violência e de desordem a que estariam expostas se a ordem não reinasse. Assim, não é por acaso, que a seguir aos exageros dos dias de Carnaval se segue a Quaresma, período de jejum e de reflexão que nos prepara para a Morte e Ressurreição de Cristo.

Mas os tais renegados, das duas uma, ou sabem disto e têm prazer na mutilação da cultura e da sociedade portuguesa, ou então têm os movimentos de tal forma limitados que não conseguem sacudir o «pó dourado» com que os Ulrichs, Borges & Companhia os impregnam durante os festins.

O tal grupo, «apadrinhado» presidencialmente, em vez de deixar gozar a tolerância do Carnaval, deleita-se com a nomeação para Secretário de Estado de um administrador da maior associação de malfeitores da história portuguesa.

Por mim, funcionário público em Lisboa, aproveitaria a tolerância para rumar com família à terra dos antepassados e assistir ao Julgamento do Galo na Guarda. Sem tolerância, irei para o local de trabalho. Como acalento a esperança de vir a ser ministro no exílio, irei mascarado de Dias Loureiro, ou então de Victor Constâncio.

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«Estádio Original», opinião de Luís Marques Pereira

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Luís Marques Pereira
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