«Poetando» é a coluna de Manuel Leal Freire no Capeia Arraiana, na qual aos domingos vai publicando poemas inéditos, cada um dedicado a uma aldeia do concelho do Sabugal. Este Município raiano, um dos maiores do País em termos de extensão territorial, tem 40 freguesias, algumas delas com anexas, sendo no total exactamente 100 (cem) o número das localidades do concelho do Sabugal. Nesta edição o escritor e poeta dedica um soneto à Cerdeira do Côa, terra cuja estação do caminho-de-ferro deu grande impulso ao concelho do Sabugal.
CERDEIRA DO CÔA
Cerdeira do Coa
A Cerdeira do Coa foi pulmão
Por onde respirou todo um concelho
O seu enorme cais era o espelho
Fiel, o mais fiel da região.
De toda a raia seca a produção
Ali se estadeava, como em celho
A lusa ferrovia por parelho
Não tinha quem opor-lhe em galardão.
As mentes que rumavam a Coimbra
Nos fundos da memória que as fimbra
Imagens reliquiam nos arcanos
O rápido, o Trama e o Correio
Por sobre todo o tempo fica o anseio
De rebuscar ali os verdes anos.
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«Poetando», poesia de Manuel Leal Freire
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