Que teria sido do nosso Concelho sem as ajudas da União Europeia que vieram para Portugal? Um Concelho com cidade, vila e aldeias estéreis, sem estradas, sem saneamento básico e outras infra-estruturas. mas a União Europeia, agora debaixo do Diktat alemão, e com a conivência dos nossos governantes nacionais (governo da Nação), irão transformá-lo num Concelho de Pedras Mortas.
Pinharanda Gomes, numa das suas obras fala dos muros rurais do Concelho do Sabugal, que separam as leiras e estão a ser vendidos para o estrangeiro. As pedras são bem arrumadas, chegam camiões e levam-nas para lá da fronteira, servindo para construção e revestimento de paredes de mansões e vivendas. Concelho de Pedras Mortas ou Pedras Roubadas, como queiram.
Quem esteja um pouco atento aos problemas que esta Europa enfrenta, verá que um dos principais, senão mesmo o principal, é o envelhecimento da sua população. Aquele aumento da taxa de natalidade dos anos 50 e 60, anos do pós-guerra, anos de paz e surgimento dos Estados sociais, nunca mais se repetiu até agora, antes pelo contrário, desde essa altura a tendência é de menos filhos por casal. Esses que nasceram nos anos 50 e 60 do século passado, os chamados baby boomers, porque nasceram durante esse aumento explosivo da taxa de natalidade, o baby boom, têm agora 60 e mais anos de idade, ou seja, uma faixa enorme de população idosa e já com problemas de saúde. Uma dor da cabeça para quem governa, para os políticos dos países europeus. Poder-se-à manter o Estado social como o conhecemos até hoje? Responda quem souber.
Eu simplesmente quero dizer o seguinte: a pensão de qualquer contribuinte é o que ele desconta do seu ordenado mensal e durante a sua vida laboral, que pode ser de 40 ou 50 anos (meio século!). O problema é que os governantes portugueses, entre outros de outros países, mas para o caso só me interessa dos portugueses, vêm dizer que os descontos de uma vida de trabalho são insuficientes, porquê?
Uma das razões, talvez a principal, prende-se com a ideologia reinante, esta obriga a que a Segurança Social seja privatizada, senão toda, a maior parte, isso vai permitir à banca e às seguradoras conseguirem avultados lucros em negócios de pouco risco, porque as pensões não são um negócio especulativo.
Outra razão porque as arcas da Segurança Social Portuguesa estejam exangues deve-se a que esse dinheiro que deveria estar numa conta especial só para esse fim, foi gasto para cobrir déficites, para entrarmos em guerras como a do iraque, para os futebóis europeus, etc.etc. etc. O problema não está no envelhecimento da população portuguesa, mas sim nos desvios que as elites fizeram do dinheiro do nosso trabalho.
Quantas pessoas morrem antes dos 67 anos? Palavra de honra que gostava de ver uma estatistica, mas poderei afirmar que serão uns bons milhares durante um ano, sendo assim, o actual governo português ao aumentar a idade da reforma para os 67 anos está a condenar milhares de portugueses a trabalharem até morrerem! A partir dos sessenta anos, as pessoas são mais propensas a doenças, algumas até antes.
Só espero que o sistema nos deixe liberdade para escolher o sistema de pensão que quisermos, ou a privada, ou a pública, e quem quiser pague para as duas, como já existem planos de pensões, especialmente nos bancos.
:: ::
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
:: ::
Caro A.Emídio:
O governo não sá está a condenar as pessoas a trabalharem até morrer mas também, nesse caso a ficar com o dinheiro destinado a pagar a pensão que não vão ter.
Por isso, concordo com o sistema misto mas voluntário das pensões e consequentemente das contribuições.
JFernandes (Pailobo)