Existe um pequeno canteiro a caminho da casa da minha mãe no Sabugal onde o jardineiro municipal coloca umas belas couves em flor…
Nesta manhã de outono mais parecido com inverno em que escrevo esta crónica, apetece-me recordar alguns poemas…
De Geraldo Vandré
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Ou de António Gedeão
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Ou ainda de José Mário Branco
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
Terminando com Sebastião da Gama
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Obrigado jardineiro pelas couves floridas!…
PS:: Perdi um grande amigo, o Horácio, deixem-me chamar-lhe assim, Metaio, o meu «padlinho pequeno».
Por alguns momentos acompanhei a família nessa hora triste em Rio de Mouro, recordando com o seu irmão Orlindo, a altura em que viveu em casa da minha avó. Mais um pouco da minha infância que perco, o que me deixa cada vez mais pobre…
Um abraço de solidariedade à esposa Lisália, aos filhos, aos irmãos e a toda a sua família.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
Leave a Reply