A encruzilhada em que hoje o concelho do Sabugal se encontra tem um nome: despovoamento.

Se na década de 50 a população rondava os 43.500 residentes, a frieza dos últimos censos diz-nos que são agora apenas 12.500. Esta é a verdadeira questão que condiciona o futuro sustentável do concelho.
Todos sabemos que o despovoamento está ligado à estrutura económica das regiões. No Sabugal, como em todo o Interior, fixar populações deverá ser a obra maior e o objectivo assumido de todas as políticas nacionais, regionais e locais. Parece evidente, pelos números, que tudo o que se tem feito falhou. Ganhos pontuais, como pequenas empresas com criação de alguns postos de trabalho, não alteram em nada a realidade.
Falharam os diagnósticos, as receitas, as perspectivas e as estratégias. Esta é a realidade crua.
Por tudo isto, temos que ser muito claros: É urgente inverter este caminho, é urgente a mudança! Mas qual é a receita?
Aprendemos que não há receitas milagrosas. Mas a experiência também nos ensina que perante as adversidades uma coisa simples é possível: é necessário romper com aquilo que parece uma fatalidade, assumindo rupturas e procurar novos paradigmas. E uma coisa básica pode e deve ser feita que passa pelo questionar qual o futuro que queremos, quais os caminhos possíveis, que potencialidades temos, que apostas devemos fazer.
Enfim, falta debater seriamente o futuro do Concelho e deixarmos cair as pequenas questiúnculas com que nos deleitamos diariamente.
Os protagonistas locais devem aos sabugalenses uma atitude séria e clara face a esta realidade. Devem assumir este debate, apresentar propostas, estratégias fundamentadas e dizer claramente quais as suas apostas. O presente prova que até aqui todos falharam. Provavelmente porque as estratégias nunca existiram, provavelmente porque o objectivo imediato tem sido o poder pelo poder, provavelmente porque as verdadeiras estratégias nunca vingaram eleitoralmente.
Penso que chegou o tempo de se assumir a ruptura em nome do futuro do Concelho do Sabugal. De debater seriamente como evitar o rumo fatal que os números nos transmitem. De dar oportunidade a novos caminhos, chamem-lhe utopias ou outra coisa qualquer. E todos têm que ser chamados a este combate.
Chegados a uma encruzilhada, temos que optar por onde seguir. Reflectir e fundamentar a escolha.
Em minha opinião é urgente o debate. É urgente a mudança. Porque o tempo escasseia!
António José Marques
(Presidente da Junta de Freguesia do Casteleiro)
Eu sei que é muito vago, mas mais vago é ser o “quadrazenho”. É verdade, duas autoestradas a 20 km (dos limites do concelho a muito menos), mas a quanto tempo de distância e quais as condições dos acessos? Quanto ao turismo não é verdade que o território do Sabugal não tenha nada para dar, aliás tem mesmo muito para dar…
Afinal o que é que o Sr. quadrazenho acha do concelho? Que está tudo bem? Que está conformado com o que se tem feito? Ou que já não temos nada para dar e vale mais abandonar e fechar o concelho? Quanto a mim há muito a fazer e o concelho tem muito para dar. Se assim não pensasse há muito que teria abandonado os meus “sonhos” que sei que um dia se tornarão realidade. Isto só pode melhorar… tem de melhorar… o concelho do Sabugal tem futuro, mesmo alguns teimem em não o querer ou nada fazer por isso.
Potecialidades, muito vago: o què, onde . quem, como . quando e a que custo.
ligaçoões os governos têm dito que temos duas autoestradas a 20Km do Sabugal. Há territórios na europa central, em paises com mais poderio económico, que estão muito mais londe da autoestrada!
Turismo é o chavão que se usa em planeamento, quando os territórios já nãó têm nada para dar. Como vè ´por isso que não passam de sonhos!
Sr quadrazenho:
Antes de mais, talvez fosse bom que estivesse devidamente identificado, mas terá (???) as suas razões (???) para que tal não aconteça. É que assim não sei a quem estou a responder, apesar de me parecer que me conhece bem. De qualquer forma, seja quem for, mesmo que seja um “candidato” à procura de ideias, aqui lhe deixo algumas:
– Aproveitamento das potencialidades do Rio Côa
– Ligações condignas e rápidas do Sabugal ao país e à europa
– Fazer do Sabugal um concelho turístico
Para além de ideias, são “sonhos” que o concelho merece e cada vez mais necessita como de pão para a boca. Identifique-se e debateremos estas ideias mais ao pormenor, se é que isso lhe interessa. Juntos talvez consigamos até dar um bom contributo para o programa eleitoral das várias candidaturas que aí venham e que queiram aproveitar…
Como vê não sou evasivo nem esquivo, tal como não sou anónimo, e se me conhece, sabe que nunca foi essa a minha postura.
Já agora, ter cá gente nunca foi um “sonho”, mas antes uma consequência dos “sonhos”…
Seja quem for, cumprimentos.
Sr. Celino Augusto, só uma dúvida. Diga-nos lá ao fim de tantos de deputado municipal, com tantos sonhos, quais aqueles que gostava de ver cumpridos e que ainda não conseguiu, para além do principal, ter cá gente.Mas não seja evasivo, nem esquivo, diga projectos concretos, para o programa de candidato do PS.
Só existe debate quando as várias partes estão dispostas para tal. Na política o que se verifica muitas vezes (muitas mesmo) é que nos ditos debates não fazemos mais do que falar para nós próprios.
É com orgulho que há alguns anos sou um eleito local, atualmente membro da Assembleia Municipal do Sabugal (deputados são ou da AR), mas é com mágoa que afirmo que a maior parte dos “sonhos” que tinha para o concelho quando fui eleito pela primeira vez nunca deixaram de o ser, mas ainda tenho esperança de os ver concretizados.
Causa-me alguma estranhesa, ler estes dois textos, vindos de dois eleitos locais, membros de um órgão que deveria ser o local priveligiado ,para há muito se ter feito esse debate de uma forma seria e participada. se isso tivesse ocorrido não teríamos caminhado para alguns becos sem saída ( Acesso à A23 por ex.) que custaram verbas que não serão recuperadas tão cedo! e que poderiam ajudar a resolver tantos problemas que afligem os Munícipes deste Concelho.
Contra a morte, não há remédio!…
Tal como é referido “falta debater seriamente o futuro do Concelho e deixarmos cair as pequenas questiúnculas com que nos deleitamos diariamente”. Esta é uma verdade de que não podemos fugir mais, tal como não podemos continuar a tentar um desenvolvimento que não seja integrado, no sentido de cada investimento ser uma espécie de complemento a outros. Investir por investir, que é como quem diz fazer uma obra só por fazer, não é a melhor forma de investir. Não estamos em tempo de desaproveitar os cada vez mais escassos recursos.