Na ideia de ligar o Sabugal à Auto Estrada da Beira Interior (A23), agora sujeita a portagens, o Município do Sabugal «esturrou» algumas centenas de milhares de euros na abertura de uma estrada por trancos e barrancos, que de um momento para o outro, já lá vão dois anos, mandou suspender.
«O que nasce torto tarde ou nunca se endireita», diz o povo na sua imensa sabedoria. O rifão aplica-se ao caso em apreço, que é um exemplo de lamentável delapidação de dinheiro público, comparável a tantos outros que contribuíram para a desgraça das finanças do Estado. Alguém sonhou e quando acordou avançou a colocar em prática os ditames do devaneio. Não tinha plano de acção nem promoveu a discussão prévia. Avançou de peito aberto, desprovido de qualquer estudo e absolutamente indiferente à necessidade de consensos.
Chamaram a Engenharia Militar para abrir a estrada, pensando que isso não comportaria custos dignos de registo. Porém coube ao Município arcar com as despesas de manutenção das máquinas, reparações, combustíveis, explosivos, deslocações. Quando se deu fé a factura de meses e meses a marcar passo já ia numa cifra incomportável. As verbas despendidas eram ademais irrecuperáveis por não sujeitas a qualquer programa de financiamento.
Face ao desperdício reconheceu-se o óbvio: o Município não possui meios para tal aventura.
As obras pararam e da dita estrada aberta por entre penedias, a poder de fogo e de caterpillar, não mais se ouviu falar. Impõe-se saber o que fazer, que rumo tomar, até por que há eleições à porta.
Damos a nossa opinião, como contributo para uma discussão que se deseja.
Ao invés de se navegar sem rumo nem horizonte, impõe-se colocar rigor na conduta. E o caminho é simples:
Elabore-se o projecto (com o devido rigor técnico). Cumpra-se a inclemência da lei, submetendo-o à avaliação do impacto ambiental. Remeta-se o processo ao governo, e solicite-se, fundamentando com o interesse regional e nacional, a inclusão daquela via no Plano Rodoviário Nacional. Só assim o Estado financiará a obra.
Entretanto, face ao impasse, há que definir outras prioridades para o concelho: a requalificação da estrada nacional para a Guarda (sede do distrito) e da estrada nacional para o Terreiro das Bruxas e dali para Caria (a nossa ligação actual à A23).
:: ::
«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
:: ::
quando beirão fala, treme o chão. é assim mesmo, ó JCM !
Um texto, oportuno, pode reflectir uma boa ou má disposição, mas também, uma profunda consciência crítica. Por outro lado, os comentários dever-se-iam focalizar no que realmente é importante, apontando algumas soluções.
As propostas anteriores poderiam ser as melhores, mas não foram atendidas. O Ramiro parece que assume “as dores do Toni”, porque a este, ainda ninguém lhe “ouviu” a escrita. Será que o Ramiro se transformou de repente no porta voz do Toni, ou está a trabalhar por sua conta? É que, sendo Presidente da Assembleia Municipal, não me parece que tenha tido uma posição muito crítica. A Assembleia Municipal tem como objecto e objectivo, avaliar da bas boas propostas, colocar dúvidas e, no limite, reprovar opções. Para além disso, mesmo em decisões de anteriores mandatos tem obrigação de fazer uma avaliação criteriosa dos erros, omissoes, mas também do que foi bem elaborado e excutado.
Para o futuro, pouco importam as propostas do Toni porque, ao serem derrotadas nas urnas, passaram a não existir. Ou seja, como se costuma dizer, o Ramiro faz menção a “um NÃO FACTO”!
Caminhemos. Caminhemos para o futuro e perceba-se o que deverá ser feito. Até porque, quando nos deslocamos à nossa região, precisamos de perceber que continua “num fim de mundo”!
Precisamos de dar ânimo à populações, trazê-las para o lado da inovação, dar-lhes confiança para o futuro, dialogar e encontrar em conhunto soluções que a todos satisfaçam, abrir num abraço todos por igual, construir um futuro diferente, porque melhor, para a nossa terra e nossa região.
A ALMA do Sabugal é única, diferente, mesmo em contradição, porque se consegue construir.
É de construir de que falo. Não é de passado. É de presente e de futuro. É de pessoas e não de imaginações, por muito criativas que sejam!
É de todos, para todos e para o País.
Com esta ou outra estrada, com mais ou menos despesa, o Sabugal deverá ficar mais perto de si mesma. Ficar mais perto dos seus concidadãos dispersos pelo País que, a cada momento, desejam matar saudades e estar com os seus amigos de sempre.
Com todos, mesmo com todos, os que estão por uma mudança criativa.
O SABUGAL no centro da discussão e da decisão é fundamental. Assim haja, e aja, inteligência para tal!
Caros leitores,
Este senhor «António Carlos» é um insidioso de pouca classe. E traiçoeiro ao escrever, o que faz dele o pior dos sub-produtos de um certo estilo de intervenção na net.
Agora quero dirigir-me ao próprio.
Senhor «António Carlos» (seja lá o senhor quem seja), daqui em diante, tudo o que o senhor escreva tem para mim o valor de zero ou menos ainda. E explico-lhe porquê.
Refiro-me claramente, como bem saberá, ao seu 1º comentário de 15 de Novembro, inserido ás 00:42, aqui: https://capeiaarraiana.pt/2012/11/15/uma-lufada-de-esperanca/#comments .
Você enganou-me. Ao escrever «Não conheço o autor do texto que segue. Mas com a determinação com que combate o PS, parece-me que pouca falta fará para uma nova política tão necessária no Saugal (sic). A incoerencia (sic) ao mais alto nível!», você quis dar-me a ideia de que esse artigo que de seguida transcreveu era de Ramiro Matos, o Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal.
Quis enganar-me a mim e aos leitores do ‘Capeia’.
Pior.
Você sabia que muitas pessoas iriam à net verificar de quem era o artigo, pegando numa frase e clicando na busca. E sabia que iriam parar a este blog: http://ramiromatos.blogspot.pt/ . E que iriam lá ver o tal artigo, aqui http://ramiromatos.blogspot.pt/2011/06/mudar.html, apelando ao voto no PSD há ano e meio, com a assinatura «Ramiro Matos».
E sabia que muitos iriam ficar com essa ideia idiota sobre Ramiro Matos, o Presidente da AM Sabugal.
Mas não: esse artigo é deste advogado de Santarém chamado também Ramiro Matos http://mmtbs.pt/site/advogados/socios-advogados/ramiro-matos/ , o qual já foi até vereador do PSD na CM Santarém e que é ou pelo menos foi da Distrital do PSD daquela cidade.
Portanto, agora quero desmascarar esse seu estratagema e tudo o mais que possa vir a escrever, pois considero que a partir disto você, em matéria de comunicação, se calhar é capaz de tudo.
Mas espero que não consiga enganar mais ninguém.
Lamento que a net seja permeável a este tipo de pessoas.
Posso perdoar tudo, menos esquemas de má fé em comunicação.
Como para mim anónimo é sinónimo de eunuco nem vou perder tempo a acrescentar umas ideias ao teu comentário e apenas te digo:
Subscrevo as tuas palavras.
José Carlos Lages
Espadeirada de alto a baixo!
e uma pista eco-turística?
Tal como o Ramiro, também eu acho que esta estrada nunca deveria ter sido iniciada. As ligações “naturais” ao país são Sabugal/Guarda e Sabugal/Caria. A ligação à europa é Sabugal/Aldeia da Ponte(e/ou Vilar Formoso). Com estas ligações estariamos verdadeiramente ligados ao mundo e ao desenvolvimento, houvesse capacidade para tal. Por mais que me expliquem, e para mais agora com as portagens, não consigo entender as vantagens da malograda ligação Sabugal/Maçainhas. Quanto a boas ideias e boas alternativas, venham elas de onde vierem, são bem vindas para o concelho. Já agora, e apesar de não gostar de falar certos assuntos em qualquer lugar, não sei a que é que o Ramiro se refere quando diz que se esqueceu o Toni e o Manuel Barros. Eles, por opção própria, foram a face de um ciclo político do Sabugal e terão o seu lugar, que quanto a mim deverá ser de grande destaque, na história desse ciclo.
Ora aqui está um artigo oportuno, muito bem redigido, e nos traz um debate necessário. O que pensam os putativos candidatos dests escandaloso assunto?
Creio que devemos abandonar aquela estrada, o que se gastou está gasto. Não há guita para mais aventuras.
Poderá ficar ali uma bela pista para o rali de Portugal…
caro Paulo
O problema não está no abandono das obras. O problema está em que nunca se deviam ter iniciado.
Defendo há muitos anos, e continuo a defender, que a solução passava por melhorar as ligações à A23 em Caria, às A23 e A25 no Barracão e à A25 no Alto do Leomil.
Como defendi e defendo a melhoria das ligações a Espanha, via Vilar Formoso, mas também va ligações às aldeias fronteiriças espanholas.
E estas também eram as alternativas que o PS apresentou, sob a liderança do Toni e do Manuel Barros, em 2009, pese embora a quem já se esqueceu…
Ramiro Matos.