«As terras são todas iguais. As gentes é que são diferentes!» Esta abertura vem a propósito da minha ida ao encerro da Freineda, na passada sexta-feira, dia 8, do corrente mês de Setembro.
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Quando pela zona da Raia só já vive de saudade em relação às festas do mês de Agosto, com particular destaque para os encerros e capeias, eis que é anunciado um encerro que deixa deslumbrados todos quantos se dignam ir até à Freineda, essa simpática localidade, também raiana, mas já do concelho de Almeida.
Fui lá, pela primeira vez, no passado ano – 2011 – e já fiz promessa de ir todos os anos.
Na passada sexta feira fui com o meu amigo Chico Lei, num carro de dois lugares, mas logo atrás de nós seguia o jipe do Lei Chão com mais quatro ou cinco fojeiros. Alguns iam pela primeira vez mas já com algumas boas referências.
Quando chegámos ao local do Taco, também conhecido pelo «Mata Bicho», fomos cumprimentados por alguns amigos que por lá temos e logo nos puseram completamente à vontade. «O que está aqui é para todos!» E o que lá havia. Quantidade e qualidade tanto de comida como de bebida.
«Ó pessoal, toca a aproximar. Isto é para todos. Então já provaram a sangria? E o branquinho? Mas o tinto também não é mau.»
Nas mesas abundava o presunto e o chouriço, entre outras especialidades, mas o leitão acabou por ser rei.
Entretanto iam chegando muitos cavaleiros, carrinhas, tractores e motas que, após uma passagem pelo local do Taco, davam uma arrancada até ao sítio onde se encontravam os toiros prontos para as mais diversas faenas do encerro.
A febre, tanto dos humanos, especialmente dos cavaleiros, como dos bichos era, de tal ordem, que arrancaram todos numa barafunda e correria louca a ponto de me fazerem lembrar as guerras nos desertos de alguns países e que a televisão, infelizmente, nos vai mostrando.
Como o terreno é muito plano também dá para tractores, motas, jipes e carrinhas, correrem na perseguição dos bichos.
Os participantes, numa gritaria infernal, faziam-se ouvir dizendo: «O amarelo já fugiu, os cabrestos também já andam longe mas já lá vêm outra vez. Toca gente a subir para os respectivos veículos para se aproximarem o mais possível dos animais.»
Por fim lá os aproximaram do caminho e em marcha lenta fizeram dois ou três quilómetros até que acabaram por chegar próximo do povoado onde entraram já em grande correria, como é habitual, tendo acabado por entrar na praça com sucesso.
Confesso que gostei de tudo mas, de sobre maneira, da simpatia dos freinedenses que não deixam os créditos por mãos alheias.
Um especial carinho e agradecimento para o amigo Tó Reis, Gonçalves, Mário Rocha e Zé Manel-prof. (entre muitos outros) que fazem questão de servir bem todas as pessoas a ponto de as fazerem sentir igual ou melhor que na sua própria terra.
Um grande Bem-Haja e viva a Freineda por ser um exemplo!
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«Nascente do Côa», crónica de José Manuel Campos
(Fojeiro)
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