O termo Charro aparece-nos com vários significados. Umas vezes, para designar uma das várias regiões naturais por que se divide a província de Salamanca – o Campo Charro – uma extensíssima chapada de cereais e montado, contraposta às alcantiladas arribas do Douro, às serras de Gata e de Francia, aos condados de Penharanda ou ducados de Tormes, a famosíssima Casa de Alba.
Não falta também quem, generalizando, use a palavra como sinónimo de camponês salamantino na sua autêntica pureza e genuinidade.
Desprimorando mais o vocábulo alguns dizem-no sinónimo de rude, grosseiro, inculto. E é neste sentido que genericamente se fixam os dicionaristas… por todos Domingos Vieira no seu celebérrimo tratado Tesouros da Língua Portuguesa.
E constata-se aqui uma desfocagem que de algum modo faz deslissar o tema para um ângulo de observação que é aquele que aqui se pretende imprimir-lhe.
O termo – admitem os investigadores, radicará no vasconso, idioma muito rude e, fiel às origens – significa linguajar rude, próprio de gente iletrada e isolada do mundo, contrapondo- se ao falar fidalgo, grave, ou de acordo com as regras da escola.
Na Aldeia da Ponte ou nas Batocas da minha meninice, ainda me diziam que eu, por frequentar o ensino primário na cidade da Guarda, falava à grabe e o Gregório Nave, meu contraparente por afinidade, por viver na Nave Longa, fazenda raiana, onde lidava muito com albergarios e alamedilhos, falava charro.
Ora, o charro é mesmo um dialecto, um português ainda carregado de leonismos e já mesclado de castelhano, que se falava até há pouco, e ainda há quem o use, nas terras de Xalma.
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«O Concelho», história e etnografia das terras sabugalenses,
por Manuel Leal Freire
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Em Forcalhos existe uma família com a alcunha Charro, que já tinha a mesma muito…. muito… antes de se falar em charros por aquelas bandas
? A da minha avó. ??
ia precisamente fazer este comentário… 😉
Bem, nos meus tempos de estudante um charro era outra coisa… Toda a gente sabe que era um cigarro de marijuana