Passos Coelho há uns tempos proferiu umas palavras nada abonatórias para com os desempregados. É natural, a sua «ideologia» tem como base o desrespeito pelos valores sociais e humanos, sendo assim, os desempregados não o preocupam. Para o Neoliberal só existe o poder financeiro e empresarial. Com este pensamento assim está a Europa e Portugal.
O Partido Socialista Europeu lançou um programa para que todos os Estados membros da União Europeia ajudem os jovens que estejam há mais de quatro meses desempregados, oferecendo-lhes um emprego e uma formação específica.
Este programa tem por lema «o teu futuro é o meu futuro». Compreende-se este lema, o emprego dos jovens afecta toda a sociedade, não permite o crescimento e impede a resolução da crise económica que nós europeus atravessamos. É um novo Contrato Social entre o Estado e os jovens. O desemprego jovem tem um preço exorbitante: custa à União Europeia aproximadamente 90.000 milhões de euros. Era de toda a conveniência investir muito deste dinheiro na criação de postos de trabalho, ajudando assim os jovens e a economia.
O desemprego jovem é sem sombra de dúvida a maior tragédia desta crise, vai-se perder uma geração condenando-a à inactividade. O desemprego é um drama para todos, para os jovens ainda o é mais porque lhes reduz as perspectivas profissionais, não têm um salário para poderem viver autonomamente e constituir uma família, afecta também mais tarde a sua pensão de reforma. Todo este desemprego também afecta as empresas europeias, porque as priva do trabalho de pessoas criativas e já com um certo nível de formação.
Querido(a) leitor(a), o emprego está associado não somente ao sustento, mas também à dignidade. O desemprego prolongado obriga à perca da esperança de um dia encontrar um emprego decente, é uma morte lenta e uma desintegração profunda do sentido da vida.
Agora uma pequena história de uma multinacional: a Coca-Cola ficou com o controlo da Agência Espanhola de Segurança Alimentar, na pessoa de uma executiva de confiança do presidente desta multinacional na Espanha onde há indignação por este facto. Uma multinacional que explora e contamina água potável de aquíferos em zonas pobres como na Índia e na América Latina, obrigando a deslocações de populações indígenas para ela poder explorar a água à vontade, e que é conivente com o assassinato de sindicalistas que se opõem a tudo isto!!!
Talvez um dia entreguem a segurança alimentar em Portugal ao Pingo Doce.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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