Ainda sei distinguir o trigo do joio querido(a) leitor(a), o sectarismo político e o fanatismo não me cegam, hoje vou falar de alguns homens políticos que eu considero os coveiros do Estado social em Portugal, e os causadores de todo este drama social que padecemos.
Já não somos o povo que fomos, já não fazemos História, vemo-la fazer, e aqueles que a fazem limitam-se a ignorar-nos ou a humilhar-nos, a nossa atitude perante eles é uma atitude de subserviência, principalmente para com a Alemanha. Com esta atitude estamos também a contribuir, não para uma construção europeia, não para a formação de um conjunto de Estados solidários e respeitadores da soberania uns dos outros, contribuímos sim para uma desconstrução europeia, onde as desigualdades entre Estados se agravam cada vez mais. Porque chegámos a este ponto? Porque alguns políticos ineficazes e subjugados pelo poder económico atiraram connosco para os confins da História.
Vejamos o primeiro:
– JOSÉ SÓCRATES – um tipo sem sensibilidade social que se dizia socialista, aproximou-se mais da ditadura do que da Democracia, com ele aprendemos que a política do posso, quero e mando não pertence só às ditaduras e aos regimes autoritários, este homem mostrou-nos com grande evidência que também a democracia contém dentro dela um enorme potencial coercivo e impositivo. Com ele Portugal começou a regredir a nível económico, social e político. A corrupção grassou impunemente, com ele começou o desmantelamento do Estado social em Portugal. Governou para ele e para quem o manteve no poder.
– PASSOS COELHO – está a seguir as pegadas de José Sócrates. A conjuntura permite-lhe ser ainda mais desapiedado social. Um germanófilo em relação à política europeia e nacional. É a quinta-essência do Neoliberalismo, um lacaio do poder económico, tanto português como estrangeiro. Não representa o Povo Português, representa os Merkados, os bancos alemães e os especuladores. Se não fosse a comunicação social controlada enganando a população portuguesa, comunicação social essa que é pertença de alguns barões do PSD e passa a vida falando de vitórias e cantando aleluias ao governo, já o tínhamos posto na rua, somos o Povo Soberano, temos esse direito. Este homem nem governa para ele nem para os que o mantêm no poder, governa para estrangeiros. Está a destruir o Estado social a um ritmo impressionante. As políticas de austeridade que ele adopta estão a levar Portugal para uma catástrofe social idêntica à da Grécia.
– CAVACO SILVA – como Passos Coelho, a quinta-essência do Neoliberalismo, vê Portugal a caminhar para o abismo e nada faz para o evitar. Quando entrou para Belém, o fosso entre ricos e pobres era enorme, havia nessa altura dois milhões de pobres em Portugal, vai sair de Belém com o fosso entre ricos e pobres muito mais acentuado, e com os mesmos dois milhões, ou mais, de pobres. Uma ineficácia política absoluta. Aceita a destruição do Estado social e as medidas de austeridade draconianas de Passos Coelho.
A este trio temos que juntar mais um político…
– DURÃO BARROSO – um homem que ocupa o lugar que ocupa, podia fazer um pouco mais pelo seu País, mas se o lá puseram não foi para isso, foi para obedecer às potências económicas da Europa. Só fala em agressividade económica, competitividade e austeridade, ou seja, fala a linguagem do mais ortodoxo neoliberal, a linguagem de Merkel. Um destruidor do Estado social europeu. Se um dia as coisa mudarem, muda de campo e de discurso, por isso em Bruxelas lhe chamam o «Camaleão». A mais não chega o seu horizonte mental.
E nós querido(a) leitor(a), não seremos os culpados desta gente chegar ao poder? Claro que somos! Em primeiro lugar, 90 por cento dos portugueses que lêem jornais e vêem televisão acreditam piamente no que os corifeus dessa comunicação social lhes dizem, presa fácil para qualquer demagogo. Vivemos obcecados pelo consumismo, pelo materialismo, a maior parte de nós tem passatempos frívolos, somos superficiais, custa-nos pensar… Amamos o hedonismo vulgar e o embrutecimento moral.
Resumindo: ficamos satisfeitos com a nossa dose diária de sexo, álcool, droga, de futebol, de tasca, de centro comercial e de grande superfície.
Somos filhos do sistema. Controlar gente assim é das coisas mais fáceis para qualquer sistema político, porquê então usar a violência quando se podem controlar cidadãos e doutriná-los através da comunicação social, do marketing e de várias formas de manipulação mental e psicológica? O sistema já conseguiu a segurança necessária para que as suas vítimas, que somos nós, não o desafiem como em outras épocas históricas. Sendo assim, vai abusando.
«A melhor fortaleza dos tiranos é a inacção dos povos», de Maquiavel.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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atão, ‘bora já!!!!
Já desanimei. A maior parte dos Portugueses vota em que lhes faz mal, sempre e alternadamente. Não é analfabetismo.É por penitência. Restos genéticos dos ganhos da Inquisição ainda muitas vezes apregoada do alto dos púlpitos…
ora agora bates tu… agora bato eu… depois batemos juntos…
Eles não têm culpa,alguém vota neles;O problema da nossa política está no fanatismo partidário;o necessário é votar na pessoa,não nos partidos.
Concordo com este artigo do António Emídio… Na mouche…
Um “à parte”: O último germanófilo de que me lembro, o Sidónio, acabou como se sabe…
… E todos com “cara de enterro”!