É costume dizer que a passagem de ano deve ser a altura de assumir compromissos para mudar, naturalmente, para melhor…
Este ano de 2012 é, quanto a mim, um ano decisivo para o Concelho do Sabugal. Já não estamos na ressaca das últimas eleições e ainda é cedo para condicionar decisões a calendários eleitorais (as próximas eleições ainda estão longe).
E esta espécie de interregno na luta democrática por ganhar as preferências dos eleitores, regista-se num ano de fortes constrangimentos em termos financeiros e de elevada incerteza quanto ao futuro próximo.
Este é assim um ano que devia obrigar todos a fazer uma reflexão profunda sobre o futuro próximo do Concelho que se coloca já hoje numa fase de sobrevivência. Pouco importa hoje manifestações de fé ou posições sectariamente partidárias.
Se não soubermos encontrar as soluções possíveis, não haverá Concelho para governar, seja pelo Partido A, B, ou qualquer grupo que pretenda ganhar o poder fora de Partidos. E se esta é uma verdade para todos, ela ainda mais premente para quem detém o poder autárquico.
Numa situação com a gravidade que está à vista de todos, o Sr. Presidente da Câmara e a maioria relativa do PSD têm de entender que, mais importante do que ganhar seja na Câmara seja na Assembleia Municipal, a questão que se coloca é a de congregar todos em torno de propostas consensuais, sabendo ouvir seja as oposições partidárias, seja os diferentes actores sociais e económicos, seja o cidadão comum.
E a última semana política do ano de 2011 no Concelho, mostra que onde se quer há a possibilidade de reunir consensos, onde não se quer não há.
Foi possível a unanimidade na Câmara Municipal e a maioria esmagadora na Assembleia Municipal em torno do futuro do Cró.
Não foi possível qualquer acordo em torno das propostas de Orçamento para 2012 com a principal força da oposição (PS) porque, quanto a mim, não houve a mesma vontade política.
Participei numa reunião da Comissão Eventual da Assembleia Municipal de Acompanhamento da Revisão do PDM.
A profundidade e qualidade das intervenções efetuadas, a consensualização sobre a necessidade de alargar a discussão a todos os interessados, são a prova de que os eleitos políticos querem encontrar soluções mas também que sentem que o futuro do Concelho passa por todos e não apenas por aqueles que, transitoriamente, foram eleitos.
Se se conseguir um debate alargado e participado dos cidadãos sabugalenses, estou certo que, todos, saberemos encontrar um caminho comum para a construção de um Concelho do Sabugal melhor!
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ps1. Diz-se que os ratos são os primeiros a abandonar o barco antes de este se afundar. Mas há ratos que estão a abandonar Portugal, não porque este se esteja a afundar, mas porque descobriram que há queijo ainda mais fácil de rapinar noutros países…
ps2. Por um mero acaso vi hoje a extraordinária entrevista que Frei Bento Domingues deu num programa matinal na SIC. Pode ver a entrevista… (Aqui.)
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«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Setembro de 2007)
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Na Câmara do Sabugal há uns (e nem sempre são os que lá estão) que decidem e depois os outros comem e calam.
Por isso “aquilo” é apenas uma fantochada que ao longo dos anos colocou o Sabugal na rota da autodestruição.
Basta ver as estatísticas da população, ou andar nas ruas do Sabugal desertas.
Nunca mais há gente com a seriedade suficiente para acabar com esta desgraça no Sabugal e fazer desta terra um sitio onde os que cá nascem possam viver e ser felizes.
Deviam ter vergonha, mas não a têm!!!
Como munícipe que deseja o melhor para o nosso Concelho, assisti com atenção à Assembleia Municipal de 30 de Dez de 2011. Permita-me que em primeiro lugar lhe pergunte: porque não propôs o debate de que fala, aos membros da AM. O nosso futuro depende antes de mais das opções e das propostas que aí são aprovadas. Aprovou-se o orçamento e as GOPs do Municipio , mas francamente não vi interesse nem participação da grande maioria dos membros Eleitos pelos cidadãos do Concelho. Penso que o Presidente da mesa deveria ter o papel de puxar e incentivar o debate o mais alargado possível sobre as questões do futuro. Congratula-se com a unanimidade em torno da questão do Cró, mas pergunto-lhe: é bom ter havido só duas ou três intervenções ? Eu não fico satisfeito, seguramente, mas registo que foram intervenções muito pertinentes, mas que ficaram isoladas, porque não houve de facto debate profundo como seria desejável. Quanto a propostas alternativas também ninguém deu por elas na Assembleia ,nomeadamente por parte do maior grupo da oposição. Concordo e defendo o debate profundo e alargado mas creio que a AM é o lugar de eleição onde deveriamos assistir ao mesmo. Que o ano de 2012 possa trazer melhorias !