A falta de chuva e as altas temperaturas para a época estão a criar dificuldades financeiras aos criadores de gado da região da Guarda, que alimentam os animais com forragens e rações que estavam guardadas para o Inverno.
O vice-presidente da Acrisabugal – Associação de Criadores e Ruminantes do concelho do Sabugal, Ismael Carlos, disse à Agência Lusa que a situação atinge os 506 criadores do concelho, que possuem cerca de 17 mil animais bovinos e cerca de 15 mil ovelhas e cabras.
O dirigente associativo, que também detém uma exploração agrícola com cerca de 120 bovinos, relatou que «está a ser muito complicado» alimentar o gado e que, tal como os restantes agricultores da região, já está a «dar rações e palha aos animais».
O tempo seco também obriga os produtores a gastarem dinheiro a retirar água de poços e em tratamentos sanitários suplementares, disse, indicando que, no seu caso, já gastou verbas «na ordem dos cinco mil euros».
«Temos tido até alguma dificuldade em comprar palha em Espanha, porque dá a impressão que os espanhóis estão a vender para França», indicou o responsável da Acrisabugal, apontando que os agricultores da região, por tradição, optam por adquirir a alimentação no país vizinho.
«O tempo está fora do normal, está tudo seco. As ervas que nasceram com as chuvas de setembro estão a secar e o gado não tem nada para comer» disse por sua vez à Lusa o presidente da Associação Distrital de Agricultores da Guarda (ADAG), António Machado.
Segundo esse dirigente associativo, muitos agricultores da região que possuem gado bovino, ovino e caprino, «já estão a alimentar os animais com as palhas, as forragens e as rações que tinham para o Inverno».
António Machado admite que, «se não chover até final do mês de Outubro», a situação ficará «bastante complicada», porque a ausência de chuva está a impedir o nascimento das novas pastagens para alimentação do gado.
O dirigente Joaquim Monteiro Fonseca, presidente da associação de criadores Acrialmeida, no concelho de Almeida, disse à Lusa que o problema também afecta os 420 associados (210 criadores de grandes ruminantes e 210 de pequenos ruminantes) que possuem um total de 26 mil cabeças.
«Os pastos não existem. Está tudo a ser alimentado com palhas e rações», referiu, salientando que cada produtor está a ter um gasto diário suplementar, por cada animal, «de cerca de cinco euros».
plb (com Lusa)
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