Há cerca de meia dúzia de meses abordei o Sr. Eng.º António Borges, Director de Serviços da Autoridade Florestal Nacional do distrito da Guarda, no sentido de se poder repovoar o rio Côa com espécies de trutas autóctones (fário).

O Sr. Eng.º Eng.º Borges pediu-me para lhe dirigir o pedido por escrito o que de facto aconteceu.
Disse-me que o pedido ficava registado e logo que houvesse oportunidade a acção seria desencadeada. Aconteceu hoje, dia 28 de Agosto de 2011.
Por volta das 10:30 horas chegou a carrinha, proveniente do viveiro de Manteigas, com o recipiente e respectivo oxigénio, que continha mil e duzentas trutas.
O Sr. Eng.º Borges, que havia chegado um pouco mais cedo, comandou as operações e lá fomos cerca de uma dúzia de amigos fazer o desejado repovoamento.
No dia anterior tive o cuidado de ligar ao meu amigo Presidente da Junta de Vale de Espinho a dar-lhe conhecimento do que ia acontecer e pedi-lhe para contactar com o Presidente da Associação de Caça e Pesca dessa mesma freguesia.
Convidei-os a participar na acção e disse-lhes que a Junta de Freguesia e a Associação de Caça de Foios ofereceriam o almoço na sede da ACPF. O convite foi aceite e foi com muito amor e carinho que recebemos e tratámos esses nossos amigos e conterrâneos.
As primeiras cem trutas foram lançadas junto da ponte romana de Vale de Espinho e depois subimos em direcção aos Foios tendo depositado mais, cerca de cem trutas, em onze locais diferentes.
Para que tudo corresse bem e com toda a transparência convidámos alguns pescadores que nos iam indicando os locais que lhes pareciam mais indicados para o efeito.
Confesso que todos ficámos imensamente satisfeitos com esta acção que reconhecemos altamente interessante e muito pedagógica.
Este trabalho teve honras de televisão nas pessoas dos amigos Jorge Esteves e Ismael Marcos da RTP1.
Logo que lhes demos conhecimento do evento manifestaram, de imediato, disposição e vontade para fazerem a respectiva cobertura. Filmaram e entrevistaram técnicos, autarcas e cidadãos das duas localidades.
Quem pretender ver a reportagem que sintonize o canal 1 da RTP, amanhã, quinta-feira, a partir das 18 horas.
Interpretando fielmente o sentimento dos associados das duas colectividades (Foios e Vale de Espinho) e cidadãos em geral, pretendemos agradecer ao Sr. Eng.º Borges e aos dois trabalhadores dos serviços a forma como conduziram todo o processo sem que nenhuma trutinha (tamanho de um dedo) tivesse morrido.
Fazemos então um apela à consciência das pessoas, de Foios e Vale de Espinho, para que compreendam e respeitem estas acções, não envenenando nem bombardeando estas espécies indefesas.
A Lei existe e todos a deveremos cumprir e respeitar. Quem tenha a ousadia de praticar tais actos de vandalismo que pense duas vezes antes de o fazer.
Se a vontade ou necessidade de trutas for assim tão grande que pense que com o dinheiro das bombas ou do veneno poderá ir ao viveiro Trutalcôa e comprar uns quilitos para matar os desejos.
Tanto os dois Presidentes de Junta como os Presidentes das duas Associações – José Leal e Tó Coixo – solicitaram ao Sr. Eng.º Borges uma maior vigilância e fiscalização, sobretudo nos meses de Verão, visto ser nessa altura que se praticam as acções de crime e vandalismo.
Vamos procurar ser todos vigilantes e se tivermos conhecimentos de actos de vandalismo deveremos denunciá-los, de imediato, às autoridades para que a justiça possa ser aplicada.
Temos conhecimento de que vai havendo um acréscimo de lontras – espécie predadora – mas o homem continua a ser o predador mais perigoso.
Sensibilize-se e eduque-se o homem já que a Mãe Natureza lá se vai encarregando de fazer o resto, ou seja o equilíbrio ecológico.
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«Nascente do Côa», crónica de José Manuel Campos
(Fojeiro)
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