Foi no dia 6 de setembro de 2007 que iniciei uma colaboração regular neste espaço Internet que, em boa hora, uma dupla de sabugalenses iniciou e a que deu um nome que a todos nos une e constitui uma das marcas diferenciadoras do raianos – a nossa Capeia.

1. Comecei com o tema «Acessibilidades» que, como todos os que me conhecem sabem, constitui desde sempre uma das minhas bandeiras no que ao Sabugal diz respeito.
E relendo hoje o que escrevi naquela altura, e passando em revista o que entretanto aconteceu, concluo que, infelizmente, as minha palavras de então mantêm toda a sua atualidade.
Na verdade continua, e hoje ainda mais atual a necessidade de apostar em:
a) Um eixo rodoviário fundamental, constituído por uma estrela que com centro na sede do Concelho, tenha quatro raios principais: Sabugal –Barracão ligando à A23 e à PLIE; Sabugal – Alto do Leomil, ligando à A25; Sabugal – Caria, ligando à A23 a sul; e Sabugal – Soito – Vilar Formoso, ligando a Espanha, considerando-se que a partir do Soito se deve considerar a extensão deste eixo às povoações vizinhas de Espanha;
b) A modernização da linha da Beira Baixa;
c) A construção/reabilitação de eixos de acessibilidades internas, que partindo do eixo principal, permitam a ligação ao mesmo de todas as freguesias do concelho, podendo os mesmos funcionar segundo uma lógica de anéis concêntricos;
d) A construção de eixos de acessibilidades inter-aldeias fronteiriças, em conjunto com os responsáveis políticos dos municípios espanhóis, potenciando o intercâmbio sócio-económico entre as populações vizinhas.
Sabemos que não foi esta a solução seguida pelos executivos municipais, erro que, como também facilmente se percebe, conduziu a um beco sem saída depois de milhões e milhões de euros atirados à rua.
Perderam-se pelo menos seis anos e a situação financeira a que Portugal entretanto chegou talvez tenha atirado para as calendas a hipótese de qualquer investimento em infraestruturas rodoviárias sejam municipais, sejam a partir da Administração Central.
Infelizmente para o Concelho do Sabugal…
2. Permitam-me entretanto que vos conte uma história infelizmente verdadeira, mas que também mostra que há gente que, face a uma situação desfavorável, vai à luta.
Conheço uma pessoa, com perto de 40 anos, engenheira. Contingências da vida, levaram-na a ficar sozinha com um encargo relativamente elevado referente à casa que comprou. Tem trabalhado para mim, não como engenheira, mas como desenhadora, ganhando assim mais algum dinheiro. A empresa onde trabalha passa por dificuldades financeiras e já não lhe paga há, pelo menos, dois meses.
Pôs a casa à venda e na última vez que falámos, perguntou-me se não conhecia alguém que precisasse de uma mulher-a-dias aos fins-de-semana pois estava disposta a desempenhar essas funções para poder sobreviver!
Sem comentários!…
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ps: Texto escrito seguindo o Acordo Ortográfico.
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«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
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