Castelo Rodrigo deixa-me fascinada pela sua riqueza histórica. Desde as muralhas que lhe concedem imponência até às ruínas do Palácio Cristóvão de Moura, passando pelas fachadas quinhentistas e janelas manuelinas e pensando na hipótese de ter existido uma Sinagoga Judaica, tudo parece envolto em mistério. Mas a história vive de vestígios e provas que se encontram de muitas e variadas épocas, que nos impõem, quase direi, respeito pela sua magnificência. Mais um Monumento Nacional que marca, no tempo e no espaço, os retalhos da vida e cultura de muitos povos.
CASTELO RODRIGO
Castelo Rodrigo tem história
Essa é boa verdade
Para ajudar nessa vitória
Duarte de Armas faz memória
Da torre Albarrã, realidade.
Muito séculos a registar
Muitos povos a fluir
Túrdulos da Bética a chegar?
(Torre das Águias), posto de vigia militar
Dos romanos, a construir…
Algumas villas, ali estão
E pontes, já nós sabemos
Vermiosa e Escalhão
Ainda outros povos virão
Mas do Forte também lemos.
Dos árabes eis que nos ficam
As casas de agricultura
Mais vestígios nos indicam
Que vêm e se radicam
Apesar da vida dura.
Se aos mouros te conquistou
Afonso, primeiro Rei
Sancho I Foral doou
Em 1209 o outorgou
D. Dinis também encontrei.
Sempre o encontro, procurando
Em Alcanizes, a provir
As muralhas reforçando
Fortalezas muralhando
Portão de acesso a construir.
Sobre a Ribeira de Aguiar
Peregrinos acolhias
Pois queriam descansar
Para jornadas continuar
Carinhoso, os recebias.
Também se diz que D. Fernando
Te concedeu Carta de Feira
23 de Maio recordando
Em 1373 à vila outorgando
Pode-o festejar quem queira.
Rodrigo, nome que ficou
D’Alcaide que te defendeu
Na guerra que depois mudou
Destinos e aí se registou
Avis, que foi quem venceu.
Mas D. João castigou
As gentes do povo Rodrigo
Nas armas reais mostrou
O quanto magoado ficou
E eis o elmo invertido.
Beatriz lá saberá
Se é castigo merecido
D. Manuel vem até cá
(1508) Novo foral te dará
O que é prometido é devido.
E muito teríamos que contar
Do domínio de Castela
Depois de Conde, Marquês reinar
Grande palácio, podíamos recordar
Depois destruída residência bela.
Mais guerras te sacrificaram
Destruição conhecemos
Mas muitas portas ficaram
Tua imponência revelaram
Na cerca da vila ‘inda vemos.
E lembro lenda popular
Zacuto de filha Ofa
Que aos pais desgosto vai dar
Mas Religião vão mudar
Eis a Serra da Marofa.
A minha admiração a Castelo Rodrigo.
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«O Cheiro das Palavras», poesia de Teresa Duarte Reis
Muito bonito poema. Obrigado
Lindo, Sentido e Histórico! Parabéns!
Obrigada.
Abraço na História