• O Primeiro
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica

Menu
  • O Primeiro
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica
Página Principal  /  Opinião • Tornadoiro  /  Como os gatunos se tornam ladrões
03 Julho 2011

Como os gatunos se tornam ladrões

Por Ventura Reis
Ventura Reis
Opinião, Tornadoiro furto, gatuno, ladrão, roubo, ventura reis 2 Comentários

Falamos indistintamente de gatuno e de ladrão como se tivessem o mesmo significado, porém há uma diferença que convém reter: gatuno é o que furta e ladrão é o que rouba.

O furto é a subtracção de coisa que é de propriedade alheia. Já o roubo é a subtracção dessa mesma coisa de propriedade alheia por meio de ameaça ou de violência. Claro que o conceito de violência não se resume ao uso da força contra alguém, sendo alargado a actos como o arrombamento, o escalamento e até o uso de chave falsa.

Exemplificando: um indivíduo que faz uma espera a um outro e se apossa da sua carteira por meio de intimação física, apontando-lhe uma pistola, comete o crime de roubo e não de furto, visto que fez uso da ameaça.

Havendo esta destrinça, há que considerar também que furto e roubo são praticados por agentes diferentes. O agente do furto limita-se a subtrair o que não é seu, enquanto que o agente do roubo subtrai o que não lhe pertence ameaçando e violentando para o conseguir. Assim, devemos chamar gatuno ao agente do furto e ladrão ao agente do roubo.

Não estaria o mundo tão mal se só houvesse gatunos, ou melhor, se todo o gatuno sempre o fosse e nunca passasse a ladrão. E digo isto porque de forma geral todo o ladrão começa por ser gatuno, mas permanece nessa categoria por pouco tempo pois, ambicionando fazer carreira, tudo faz para mudar de posto.

Os gatunos frequentam a escola do furto, tendo por mestres outros gatunos mais velhos que lhes ensinaram as manhas, pelo que depressa se aventuram em acções mais ousadas, indo facilmente cair no roubo. E quando caem no roubo atingem o apogeu das suas carreiras, tornando-se violentos, o que os leva facilmente ao cometimento de crimes graves mediante o uso dessa violência.

Na actualidade, a melhor escola do crime é a prisão, pois é lá que os mais experientes dão lições aos aprendizes que ali vão parar, preparando-os para se dedicarem ao roubo com bom desempenho e com requintes de malvadez. Noutro tempo, a prisão não cumpria esse nefasto papel de ser a escola do crime, pela simples razão de que o sistema prisional antigo era rígido e o condenado que a habitava recebia vivo e merecido castigo pelos males que cometera. Como o ladrão que fosse apanhado sabia que ia parar à cadeia e que aí penaria pelo crime, mais eram os que se contentavam com a gatunice do que aqueles que davam o salto para a ladroagem.

:: ::
«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis

Partilhar:

  • Tweet
  • Email
  • Print
Ventura Reis
Ventura Reis

 Artigo Anterior Não há obras na via-férrea Guarda-Covilhã
Artigo Seguinte   Grão a grão enche a galinha o papo

Artigos relacionados

  • A geração que nada sabe sobre os animais

    Domingo, 9 Outubro, 2011
  • Os nefandos maus-tratos a animais

    Domingo, 2 Outubro, 2011
  • A pobre figura do «padrinho civil»

    Domingo, 18 Setembro, 2011

2 Comments

  1. Avatar Jose Silva Responder a Jose
    Sexta-feira, 12 Maio, 2017 às 21:54

    se roubaste e não pagaste na prisão a que foste condenado é pessoa de bem?

  2. Avatar joao valente Responder a joao
    Segunda-feira, 4 Julho, 2011 às 15:25

    O Sr Ventura é “Ginja”, está visto! 😉

Leave a Reply Cancel reply

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2020. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
loading Cancel
Post was not sent - check your email addresses!
Email check failed, please try again
Sorry, your blog cannot share posts by email.