À semelhança daquilo que aconteceu, há já muito tempo, em Espanha, Vilar Formoso e Nave de Haver também alguns jovens de Foios se organizaram tendo criado algumas Peñas.

Eu José Leal, na qualidade de Presidente da Associação de Caça e Pesca dos Foios, tenho procurado que tudo corra da melhor maneira. Mas nem sempre é fácil, visto que os dinheiros são escassos e governar-mo-nos apenas com o dinheiro das quotas dos associados é muito complicado.
No tempo em que era Presidente do Município o Sr. Eng.º Morgado e o Sr. Manuel Rito Vice-Presidente, foi-nos concedida uma pequena – para nós grande – verba que deu para procedermos a alguns trabalhos no edifício que nos serve de sede. Antigo Posto da Guarda Fiscal que é propriedade da Junta de Freguesia mas que cedeu à Associação de Caça e Pesca enquanto existir.
No passado ano tivemos que proceder ao levantamento do telhado, que era de madeira e se encontrava em muito mau estado.
Para nos podermos abalançar em todos os trabalhos que era necessário levar a efeito tivemos que também contar com a colaboração da Junta de Freguesia que nos ajudou e nos continua a ajudar.
Visto todos termos consciência das enormes dificuldades financeiras decidi, como Presidente, mobilizar o maior número possível de associados e hoje, dia 21 de Maio, os quinze caçadores que responderam à chamada trabalharam afincadamente nas mais diversas tarefas. Uns nivelaram e cimentaram os pátios e outros pintaram o edifício.
Visto que também dou um jeito na cozinha preparei um merecido almoço para todos aqueles que decidiram comparecer e trabalhar no edifício que é, afinal, de todos.
Como já vem sendo habitual também este ano vamos organizar, no pavilhão multiusos, a festa dos caçadores no dia 10 do próximo mês de Junho.
Para esta festa é convidado todo o povo porque é uma maneira de agradecer e reconhecer todos os proprietários dos terrenos que estão integrados na reserva de caça associativa.
José Afonso Leal (Presidente da Associação de Caça e Pesca dos Foios)
Mais um guardião do Côa, o Castelo de Vila do Touro olha, vigia, parece abençoar o vale da ribeira do boi, no ponto de confluência com aquele rio. Completei, assim, a primeira fase de «La Ruta de los Castilhos», com o meu estudo sobre os 5 castelos do Côa. Fi-lo com a maior admiração e carinho por estes meigos gigantes de pedra, na altivez majestosa, dura mas carinhosa, que deles emana. Sinto, como dizia atrás, que eles abraçam as povoações, num enlevo protector que não podemos desprezar.
VILA DO TOURO
Táureo foi teu nascimento
Pedro Alvito foral criou
Mais ninguém o reforçou
Negaram-te merecimento.
2.º e 1.º Reis te visitaram
Isso mostra o teu valor
Guarda mudou teu Senhor
Aos Templários te entregaram.
Pequeno permaneceste
Pois o terreno acidentado
Dificultou teu traçado
Irregular, altivo, agreste.
Escondidas pela folhagem
Tuas torres… ou destruídas?
Mas se nunca foram erguidas
Será verdade ou miragem?
Traçado no chão marcado
Para provar teu projecto
Apenas de sonhos coberto
Sem conclusão, inacabado.
A Porta de S. Gens, exclusiva
Assim, em Gótico talhada
De Dinis não veio mais nada
Ficaste singelo, à partida.
Alcanizes já não te valeu
Nem tua obra se concluiu
A muralha se resumiu
Teu valor esmoreceu.
Tua defesa enfraquecida
Sabugal te protegia
Vizinhos, a tal obrigaria…
Mas a fronteira, perdida.
D. Manuel quis reerguer-te
Não houve quem o seguisse
Para que no esquecimento caísse
E nada pôde valer-te.
Em guerras, sacado e maltratado
Que culpa por teres sofrido
E o pouco teres perdido
Nesse desaforo desconcertado?
De onde estás, a Guarda vemos
Bem no alto, ali erguido
Em lugar bem altivo
Só não vemos, se não queremos!
Não sofras por seres esquecido
Não podes ser acusado
De seres desconsiderado
Se mais não te foi exigido!
Um abraço a Vila do Touro.
«O Cheiro das Palavras», poesia de Teresa Duarte Reis
netitas19@gmail.com