Todos os dias somos confrontados com notícias que dão conta da evidente falta de autoridade da Polícia que temos, que é a todo o instante desrespeitada e vilipendiada, colocando-se assim em crise a ordem e a segurança públicas.
Dantes, aquele que, empregando violências ou ameaças, se opusesse à autoridade, era de imediato detido, ficando sujeito a uma pena de prisão correccional. O indivíduo que desrespeitasse a Polícia, recusando cumprir uma ordem legítima, cometia o crime de desobediência. O mesmo sucedia com quem resistisse aos mandados legais das autoridades.
Havia respeito pela Polícia e pelos seus agentes. E quem não se sujeitasse à legítima acção coerciva, tinha de responder por isso em juízo, em imediato processo sumário.
E antigamente um processo sumário era isso mesmo, ou seja: um processo que corria imediatamente os seus termos, em acto contínuo à detenção do criminoso, ouvindo-o em audiência e condenando-o ou absolvendo-o.
A frieza da lei e o rigor dos procedimentos não deixavam espaço para os que prevaricavam. Também havia muitos actos criminais, pois isso é próprio das sociedades, sendo um mal inevitável, mas o certo é que se agia para fazer justiça, nunca deixando um caso sem a devida resposta.
Hoje ninguém respeita a autoridade. Uma farda de polícia ou de guarda-republicano não impõem o temor que eu lhes tinha nos meus tempos de rapaz. E falo de um temor, que era um sinal de respeito. Uma ordem proferida por um polícia era para cumprir, desde que a mesma fosse legítima. Se um agente intervinha para deter um prevaricador, ninguém se interpunha. Quanto muito os populares ajudavam o polícia, se este lhes pedisse apoio.
Ouvimos falar de casos em que os agentes de autoridade são ofendidos e vilipendiados, quando não até agredidos e sovados, num completo desrespeito pelo estado de direito. E depois ainda vêm alguns defender esses actos infames, com a conivência e o aplauso dos jornais e das televisões!
Vamos de mal a pior, e não se vislumbram soluções para travar esta decadência.
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«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
Meu Caro João Duarte
Antes do mais temos que arranjar temas para que a polémica se instale e, desse modo, merecermos quem aqui escreve.
Depois, não sou dessa Terra. Como se recorda, avancei como independente.
Por fim, em substituição dos arnaldos de todos os quadrantes começaria pelos bancos da escola, bancos iguais aos que tive e cuja repressão se traduziu então numa ou outra reguada, “in time”, tal como o tabefe do Velhote…
Repressão não é só sinóniomo de nódoas negras. Mas que por vezes resulta, não tenhamos dúvidas.
Uma certeza: nunca se resolverá em definitivo tal questão, nem muito menos os ataques à autoridade instalada, seja de que tipo for.
Do cajado enrolado em algodão (versão “educador do povo” ou tipo MAO, como se queira) ao cassetete ainda em uso, quando ambos funcionam, é porque o senso foi deitado às malvas.
Pior é os que apanham por tabela.
Caro Vítor Coelho:
“Precisam-se de mais “educadores do povo”, tipo Arnaldo de Matos, mas de sinal contrário…”- Esses educadores já existiram no tempo da “Outra Senhora”. Não se lembra? Olhe que é mais velho do que eu, logo deve lembrar-se bem… Vi hoje que é um social-democrata ou um popular democrático (e eu que pensava que era da Terra…). Diga lá , então, o que propõe para resolver isto, sem ser com o recurso à repressão (ou seja de Arnaldo de Matos ao contrário)?
E tudo isso porquê ? Não sabe ?
Já ouviu falar das “amplas liberdades” ? Vá por aí que chega lá…
Soluções ? Precisam-se de mais “educadores do povo”, tipo Arnaldo de Matos, mas de sinal contrário…