Os multimilionários têm o poder judicial, o poder económico e o poder dos mass media. Os pobres já só querem poder comer, e os desempregados poder ter um trabalho.
Numa revista especializada em feiras de vaidades, ou seja, no «beautifull people» de turno, apareceram os nomes dos novos multimilionários, com a respectiva cifra em milhares de milhões de euros e dólares das suas fortunas pessoais. Tudo se refere ao ano de 2010, o ano em que a recessão económica foi tremenda, fazendo aumentar o desemprego e a pobreza.
Também vi num jornal diário, que um senhor chamado Jorge Coelho, que se diz socialista, recebeu 700 mil euros entre salários e mordomias, durante o ano de 2010, como vice-presidente de uma empresa construtora. Este senhor, lembro-me como se fosse hoje, dizer numa emissora de rádio que as pessoas se preparassem porque iria desaparecer o pleno emprego e, o emprego fixo para toda a vida, ou seja, começar a trabalhar e reformar-se sempre na mesma empresa ou no Estado.. No que a mim me concerne, pouco me interessava largar o meu emprego que já tenho há 31 anos, se me dessem agora 700 mil euros, mas se por acaso for posto na rua, saio com uma mão à frente e outra atrás.
Neste famigerado PEC e, segundo os jornais referentes à economia, vão ser retirados entre 700 e 900 milhões de euros ao sector público, desde investimentos a ordenados, mas dado esse dinheiro de mão beijada em subsídios e outras ajudas a empresas, no intuito de criarem postos de trabalho. Será que criam mesmo? Presume-se que só em 2014 o desemprego começará a diminuir, começará… Presume-se… Em 2014, ou 2015, ou 2016, nascerão novos multimilionários, novos desempregados e novos pobres. Criou-se há uns tempos a CSR (Corporate Social Responsability) em oposição a uma prática empresarial que só quer obter lucros, satisfazer os accionistas, presidentes e patrões. Convém frisar que sempre houve, e há empresas que praticaram e praticam por vontade própria uma política social.
Haverá ou não eleições em Portugal para a Assembleia da República?
Se por acaso houver eleições, entre Jean Claude Trichet, Merkel e Dominique Strauss Khan, votarei em Jean Claude Trichet.
Fait divers
Khadafi patrocinou com uns bons milhões a última campanha eleitoral do ultra-liberal e glamoroso Presidente da República Francesa, Sarkozy.
Agora, um dos filhos de Khadafi quer o dinheiro de volta. Mas Sarkozy em vez de lhe dar dinheiro, dá-lhe chumbo com fartura. Aqui para nós, tão tóxico é o democrata do Sarkozy, como o ditador Khadafi.
Três eurodeputados do Parlamento Europeu, foram apanhados a defender os interesses comerciais de duas ou três empresas, em vez dos interesses dos seus eleitores. Tudo isto pela bagatela de 100.000 euros e belos jantares em luxuosos restaurantes!
O FMI quis exigir a Atenas a privatização das praias da Grécia, porque o fluxo turístico é enorme, e as empresas privadas que as comprassem lucrariam imenso. Isto não é anedota! Quem está interessado nas Praias do Algarve?
Querido(a) leitor(a), vou repetir-me ad nauseam, o sistema político-económico da União Europeia só tem por meta o lucro das empresas, nada mais existe.
Mas está a chegar o momento em que as pessoas começam a compreender a estrutura do poder e da maneira como são dominadas. Já vêm para a rua exigir pão, emprego e Democracia. E esta falsa União Europeia, em vez de aproximar os povos europeus uns dos outros, divide-os cada vez mais, e sabe porquê querido(a) leitor(a)? Porque tudo está baseado nesse maldito sub valor agressivo e destrutivo que é a concorrência. E os líderes das grandes potências europeias, como a Alemanha, a França e a Inglaterra, em vez de solucionarem os graves problemas de toda a ordem que atravessa a União Europeia, aumentam-nos cada vez mais e agravam-nos.
Existe uma «cultura económica», mas sem os valores inerentes a toda a acção económica, porque esta foi ultrapassada por um Capitalismo Selvagem desregulado, que teve o seu começo à força de baionetas na América Latina, principalmente no Chile e na Argentina. O Estádio Civilizacional que conhecemos desde o final da Segunda Guerra Mundial, está a ser destruído para dar lugar à Civilização Empresarial e dos Negócios.
Isto ainda é Democracia? Ou já será Plutocracia? Que responda o Sacrossanto Doutor da Lei e o Politicamente Correcto, porque o povo já sabe perfeitamente o que isto é.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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No sábado passado, em Londres, houve uma manifestação de meio milhão de pessoas contra estas políticas.,.. Nem todos se calam
Sim, caro amigo, esta política envergonha-nos, pois quem sofre sempre e conta as moedas é quem paga os impostos dos quais não pode fugir. Isto leva as famílias de magros salários, que são cada vez mais, a uma angústia profunda de verificar se o pão dá para todos. Chegar a um consenso “sensato” – tb os há pouco sensatos – para bem dos portugueses ou cortar nos salários e abusos de quem tudo pode, isso não vemos, não!!!