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Página Principal  /  Confrarias • Gastronomia/Bebidas • Tradições • Turismo  /  Património e artes culinárias
23 Fevereiro 2011

Património e artes culinárias

Por Capeia Arraiana
Confrarias, Gastronomia/Bebidas, Tradições, Turismo armando fernandes, fpcg 1 Comentário

Durante muito tempo, demasiado tempo, esteve-se de acordo que as artes culinárias não tinham importância em termos de património entendido na acepção da palavra.

Armando Rodrigues - FPCGO acto de comer (era) é entendido como coisa natural, ao modo do acto de respirar. Especialistas de todos os matizes tentaram contrariar tal asserção, fazendo notar o facto de a alimentação estar associada a múltiplos factores: identitários, sociais, religiosos, económicos, simbólicos, e de comunicação, variando de grupo para grupo conforme os valores culturais que criaram e defendem.

Nem depois dos formidáveis trabalhos de Levi-Strauss, as incisivas investigações de Goody, e os pertinentes estudos de Marvin Harris – o homem come de tudo, mas não come tudo – por cá a situação só se alterou um pouco a partir dos anos noventa do século passado.

Muito antes o historiador Oliveira Marques teve o mérito de salientar a importância da história da alimentação em Portugal, os leitores de Fernand Braudel concediam razão ao autor da Sociedade Medieval Portuguesa, ams no essencial, para muitos o termo – artes culinárias – ressumava a pedanteria.

Os serôdios e misantropos dizem que comer não passa da satisfação de uma necessidade fisiológica, e confeccioná-la está adstrita ao desempenho habilidoso das mulheres, e ao engenho dos chefes de afamados restaurantes e hotéis de luxo. Ainda agora vemos, ouvimos e lemos manifestações depreciativas do fenómeno alimentar esquecendo ou fingindo-se esquecer a importância das cozinhas – oral, escrita-histórica-cultural, local, regional, nacional, global – nas sociedades.

No ano 2000, a nona arte – a gastronomia portuguesa – foi declarada património cultural. E desse acto o que resultou? Deixo a interrogação. No entanto, atrevo-me a referir a clamorosa ausência de cartas gastronómicas a nível regional, a falta de publicação dos variados léxicos culinários existentes, e dos modelos alimentares dos camponeses e operários. Os trabalhos publicados ultimamente são de natureza parcelar e nós precisamos de uma História da Alimentação de conjunto, como de pão para a boca. No mais, o que conhecemos está muito restringido aos conventos, mosteiros, casas nobres e um ou outro naviol, o que é pouco.

Por último, atrevo-me também, a avivar os méritos das Confrarias Gastronómicas na defesa do património que lhes confere a matricialidade, não é um puxar da brasa à nossa sardinha, é antes realçar o seu papel, mesmo que muitas vezes apenas de representação, no alertar os poderes, todos os poderes de variados matizes, para a urgente necessidade de a todo o tempo e todo transe protegermos este preciso bem cultural, o qual está sujeito a inúmeros ataques a principiar pela cozinha oral.

Armando Fernandes
Vice-Presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas

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Capeia Arraiana

Diariamente desde 6 de Dezembro de 2006.

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1 Comentário

  1. manuel leal freire Responder
    Quarta-feira, 2 Março, 2011 às 17:35

    Armando Fernandes é indiscutivelmente o português mais ilustrado em história da Gastronomia.
    Efectivamente domina todos os grandes periodos, discorrendo com a mesma erudição e o mesmo sentido prático sobre as receitas do DEIPNOSOPHISTARUM
    ou da revolução provocada pela introdução do tomate na culinaria europeia.
    Alíás a sua biblioteca da especialidade conta com muitas centenas de titulos.
    A sua vinda ao nosso blogue honra-nos, assim, sobremaneira.

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