A todos os colaboradores, leitores, simpatizantes e amigos do Capeia, desejo um Bom Ano 2011. Mas, o mês de Janeiro começou com redobradas preocupações deixando em muitos corações um certo aperto, porque as «ameaças» de nos tirarem mais no ordenado e aumentarem os impostos que se sentem em qualquer compra, como o povo dizia – da água ao sal –, essas ameaças mantêm-se. Daí que eu pretenda aliviar um pouco, dizendo a todos com a possível calma…
TUDO É MEU
Tudo é meu e posso usar
Ninguém ouse proibir
Do cheirar e do sentir
Naquele jardim de sonho
Sem ninguém me incomodar.
Tudo é meu e posso usar
O Sol, o vento a soprar
Pois alguém ouse dizer
Que a chuva que me vai refrescar
Alguém ma possa tirar.
À noite brilham estrelas
Que me estão a iluminar
Com brilho e seus tremeliques
Pois quem ousa pensar
Que alguém mas pode tirar?
Tudo é meu e posso usar
Ver a lua e pensar
No homem do conto antigo
Que referia o meu livro
O livro da minha infância.
Tudo é meu e posso usar
O azul do céu e do mar
O cheiro a maresia
Ou a urze na serrania
De perfume tão ímpar!
Tudo é meu e posso usar
Os sonhos que o céu me traz
De anjos que cantam hinos
São fofos, ternos meninos
É um nunca mais acabar…
(Ecos do Meu Pensar)
:: ::
«O Cheiro das Palavras», poesia de Teresa Duarte Reis
Minha Senhora:
Versos bonitos e simpáticos, mas os nossos algozes merecem outros, como por exemplo estes, tirados da Marselhesa:
Às armas cidadãos
Formais vossos batalhões
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Irriga os nossos campos arados!
Tremei, tiranos!…
Eu cá perfiro a Maria da Fonte, que continua actual:
Viva a Maria da Fonte
Com as pistolas na mão
Para matar os “cabrais”
Que são falsos à nação
É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer
É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer
Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com as pistolas à cinta
A tocar a reunir
É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer
Lá raiou a liberdade
Que a nação há-de aditar
Glória ao Minho que primeiro
O seu grito fez soar
É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer
É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer
Lindo, como sempre!
Mas, “palavras com palavras se pagam”. Assim:
Ninguém ouse proibir
O sol, o vento a soprar
Pois quem ouse pensar
No homem do conto antigo
De perfume tão ímpar
É um nunca mais acabar
porque
Tudo é meu e posso usar
como eu quiser
como calhar.