Estamos no Advento, tempo de esperança e de vigilância. E, mesmo para as pessoas que não são crentes e eu respeito, esta mensagem pode ser benéfica.
A leitura, cada um a fará como o seu coração quiser. Sim, que o coração também lê e tudo o quisermos pode ser por ele gerido. E, a propósito, ouvi um dia destes uma imagem bonita: «O coração não abre por fora, mas sim por dentro e cada um o pode abrir se quiser e para o que quiser.»
Pois sugiro que abramos o coração nesta época, se não para o Menino, para um vizinho que vive só, para uma associação de beneficência ou, e porque não, para acabar uma quezília que nos gasta por dentro?
VIGIAR
É hora de vigiar.
Estar atenta ao Menino
Que vem
Para mim,
Para ti.
É hora de vigiar
Abrir o caminho aos outros
No sorriso
No perdão
Na tolerância.
É urgente ser farol
E irradiar luz,
Aquela luz pequenina
Que não quer elogios
Mas dar.
Que não quer destaques
Mas partilhar.
Que não quer ser vista
Mas iluminar.
E, atento,
Vigilante,
Preparo o meu coração
Sem cansaço,
Nem desalento.
Atento, sim
Mas corajoso.
Desperto, sim
Mas confiante.
E isto implica que tenho que estar preparado
Pois ando absorto
Na beleza
Das luzes vivas do progresso.
No desejo
Das coisas belas mas fúteis.
Na ansiedade
Da vitória desmedida.
Na vaidade
Do tão esperado sucesso!
Preciso parar!
Paro um pouco
E revejo a minha vida.
É urgente!
Detenho-me a observar
A simplicidade do Presépio
Na riqueza da partilha,
Na entrega total do Menino.
Então, enfrento os meus egoísmos
E tolero.
Agarro a minha vaidade
E partilho.
Detenho o meu orgulho
E cedo.
Assim, preparo o meu coração
Para a chegada
Do Senhor que vem.
Que vem sempre
Encher de esperança
Corações em sofrimento.
Sarar feridas
Abertas pelo ódio
E pela inveja.
O Senhor vem
Para abraçar a todos
Numa onda de Amor.
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«O Cheiro das Palavras», poesia de Teresa Duarte Reis
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