A canção que hoje apresento intitula-se «Ó Virgem da Granja» e trata-se de um espécime que se poderá considerar dentro do estilo de canção religiosa. Há muitas canções religiosas em Portugal que se referem a alguma divindade.

Esta canção, com uma bonita melodia, em jeito de balada, refere-se à Senhora da Granja (ou Senhora dos Prazeres) que se celebra no Soito, na Pascoela. A sua letra inclui muitas expressões típicas das pessoas do Soito, tais como «avoar» ou «buer».
A capela da Senhora dos Prazeres (sobre a qual se conta uma lenda centrada no tempo das Invasões Francesas) encontra-se no local conhecido por Granja, por isso a festa é identificada por esse nome.
Ó Virgem da Granja
Que estás no altinho
A guardar as cabrinhas
Ao Ti Luís Meirinho
Ó Virgem da Granja
Cortai-me um dedinho
Eu quero casar
C’o Vosso Menino
Ó Virgem da Granja
Soltai a pombinha
Deixai-a “buer”
Na Vossa fontinha
Deixai-a «buer»
Deixai-a «avoar»
O Vosso Menino a irá buscar
Ó Virgem da Granja
Desacertai o vento
Que vos entrem rosas
Pela porta «adentro»
As rosas que vos entram
São Ave-Marias
Que V’o l’as mandaram
As Vossas amigas
Ainda sobre música tradicional portuguesa, devo referir que há um disco de um grupo do Porto, formado em 1978, que se intitula «Terreiro das Bruxas» (ver imagem), editado em 1990.
Esse grupo chama-se «Vai de Roda» e foi o vencedor do Prémio José Afonso em 1996, com o disco «Pelas Ondas». Este último disco inclui, curiosamente, um tema intitulado «Senhora da Granja», um tradicional da Beira Baixa, que nada tem a ver com o do Soito.
O título do disco «Terreiro das Bruxas», que não sei se terá tido origem na localidade do mesmo nome do concelho de Sabugal, não deixa, no entanto, de ter um certo significado para nós, habitantes do concelho de Sabugal.
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Nota
Quero lamentar profundamente o que (não) aconteceu na Assembleia Municipal Extraordinária marcada para o dia 29 de Outubro. Parece-me que não é com estes boicotes que se reconciliam os eleitos com os eleitores.
O que eu ainda não consegui compreender foi como é que os eleitos pelo PSD não compareceram à Assembleia onde se iria discutir uma proposta da própria Câmara Municipal (o Plano de Desenvolvimento Económico e Social do Concelho de Sabugal). Para mais quando na carta anexa à Convocatória da Assembleia se referia que o senhor Presidente da Câmara mostrou interesse em que esse Documento fosse discutido pelos seus membros.
Não foi, também, uma falta de respeito para com o senhor Presidente da Câmara o facto de terem boicotado a sessão?
Como POLÍTICO que sou (e faço gala de o ser) estive presente (bem como o João Manata, ambos eleitos pela CDU) na Assembleia, como era meu dever, após ter sido convocado para a mesma. E escusam de vir os comentadores fazer demagogia com os gastos que a mesma provocava ao erário público.
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«Memória, Memórias…», crónica de João Aristides Duarte
(Membro da Assembleia Municipal do Sabugal)
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