Instalado nas Casamatas, no subsolo do Baluarte de S. João de Deus, o Museu Histórico-Militar de Almeida contém uma exposição permanente e recebe também exposições temporárias, sendo de todo aconselhável uma vista a este local de cultura da vila histórica fronteiriça.
As Casamatas, também chamadas de Quartéis Velhos, são instalações subterrâneas datadas do século XVIII, construídas em abóbada, para efeitos de defesa militar, e que comportam vinte salas e corredores. As casamatas serviam para abrigar os militares da guarnição e a população civil nas situações de bombardeamento, servindo ainda para armazém de mantimentos, possuindo cisterna e poço de água.
Em Agosto de 2009, foi inaugurado o Museu Histórico-Militar de Almeida, que ocupou as várias galerias subterrâneas. É um espaço interactivo e multimédia em que se reconstitui a História de Portugal desde a época medieval até à era contemporânea, com especial destaque para as Guerras Peninsulares, e o cerco de Almeida.
Este interessante e muito bem cuidado museu tem-se tornado num dos locais mais visitados da vila histórica.
Num percurso pelas galerias, temos primeiramente um espaço dedicado às origens de Portugal e de Almeida, onde se expõem elmos e espadas lusitanas, bem como couraças e escudos romanos, para além de painéis interactivos. Passa-se depois à arte militar na Idade Média, onde há diversas armas antigas, elmos e armaduras.
Uma das galerias é dedicada à Guerra da Restauração, onde têm relevo os canhões e algumas gravuras alusivas. Passa-se depois à Guerra dos Sete Anos, ou «Guerra Fantástica», no âmbito da qual Almeida foi, em 1762, cercada e ocupada por franceses e espanhóis.
Merece realce o espaço dedicado à Guerra Peninsular e ao papel que a fortaleza teve no decurso das invasões francesas. Há gravuras alusivas, canhões e outras armas usadas na época, bem como recriações dos militares, envergando fardas militares.
As últimas galerias da exposição permanente são dedicadas às Lutas Liberais, onde Almeida também esteve envolvida, e à Grande Guerra, ou Primeira Guerra Mundial, onde tombaram muitos soldados naturais do concelho de Almeida.
Na actualidade está patente ao público uma exposição temporária denominada «As linhas de defesa de Lisboa durante a Guerra Peninsular». Trata-se de uma exposição cartográfica que mostra como as chamadas Linhas de Lisboa, permitiram que Portugal conservasse a sua independência ao evitarem que as tropas de Napoleão ocupassem a capital. O sistema defensivo, idealizado por Lord Wellington, foi construído pelo povo, sob orientação de engenheiros militares ingleses, portugueses e alemães.
Uma vista à fortaleza de Almeida e ao Museu Histórico-Militar é a viva sugestão que deixamos a quem anda pelas terras da raia neste Verão.
plb