«Rimas» de Manuel Leal Freire…
RIMAS
Ao Banco Sete o Sabugal me manda
eu vou Procurador do meu concelho
bem certo na vitória da demanda
certeza que me vem do Evangelho
Os povos reunidos em conselho
da Serra da Marvana a toda a banda
Real, Real, encline-se o joelho
coral que de boca em boca anda
Quando passa funções um grande autarca
a Arca da Aliança, nos abarca
por entre hossanas, hinos e outros salves
Quarenta freguesias nos concitam
connosco todas elas gritam
bem-hajas a Manuel Rito Alves
Ressuma a epopeia o Sabugal
heróico sobre todos o seu povo
pelo devir dos tempos sempre igual
virtudes que ao lembrá-las me comovo.
De dia, num combate desigual
agruras sobre agruras em renovo
de noite, a sair de Portugal
para de manhã voltar de novo
Esconso entre os troncos dos carrascos
cozido no negrume dos penhascos
experto o carregueiro ilude a teia
Penosa, bem penosa sai a jorna
constante Espanha vai, Espanha torna
heróica vida com muito de epopeia.
Desvão da Serra de Opas, o paraclito
que sopra só onde lhe apraz
ergueu tendo do pai o beneplácito
ermida que os céus à terra traz.
Por léguas em redor sente-se a paz
acordo entre as almas que por tácito
pacífico os contrários satisfaz
a benção de Maria plenoplácito
Não há nas Beiras outro santuário
que guarde tanta fé em relicário
ou leve mais fiéis ao seu recinto
Bendita sois Senhora da Póvoa
a minha fé em vós, renovo-a
qual alva flor de lis ou de Jacinto.
Manuel Leal Freire
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