George Clooney como actor e Jason Reitman como realizador, formam uma dupla que tem estado nas graças de Hollywood. Juntos apresentam-nos «Nas Nuvens», um dos sérios candidatos aos Óscares deste ano com seis nomeações.
Depois de «Juno», um filme que conseguiu alguma popularidade contando de uma forma original a história de uma adolescente grávida que se depara com o dilema do que fazer ao bebé que traz na barriga, Jason Reitman (filho de Ivan Reitman, outro realizador que fez carreira em Hollywood há anos) aborda mais um tema difícil sem cair na tragédia.
«Nas Nuvens» centra-se na vida de Ryan Bingham (George Clooney), um advogado cujo trabalho é despedir pessoas que passa a maior parte do ano a voar até à próxima vaga de despedimentos.
Além de focar a questão dos despedimentos, numa altura em que o mundo ainda está a ultrapassar uma crise bastante complicada, o filme de Jason Reitman tem como grande trunfo a interpretação de Clooney e a sua personagem, que sofre um volte-face quando se apaixona por uma mulher que também passa a vida a voar de um lado para o outro. Se antes o advogado não ligava ao que se passava em terra, e isso nota-se na relação que mantém com as irmãs, esta paixão e os dias que passa com uma colega novata que lhe tenta convencer a mudar o método de trabalho com recurso às novas tecnologias, levam-no a aterrar.
Desta forma «Nas Nuvens» é um filme que acaba por ser a história de um homem solitário e a comédia que pensamos estar a ver acabar por ter um sabor agridoce. O facto de concorrer contra «Avatar» nos Óscares, o épico espacial de James Cameron que está a ser visto como a salvação de Hollywood, não lhe deve dar grandes chances de vitória. Mas é pena porque, por vezes, as histórias mais simples são as melhores.
:: ::
«Série B», crónica de Pedro Miguel Fernandes
:: ::
Leave a Reply