Vou começar o artigo com um dogma: a arte de governar não está ao alcance de qualquer um. A partir desta premissa, todo aquele que exerce um cargo político e seja inapto para o exercer, só desprestigia a politica, desprestigia os bons políticos e, o pior de tudo, desprestigia a Democracia.
Querido(a) leitor(a), os cidadãos não se afastam da política, como nos dá a impressão, os cidadãos afastam-se da má politica, e também dos maus políticos. Esses maus políticos originam coisas como esta: há uns tempos a esta parte foi feita uma sondagem por um instituto internacional, em que foram consultadas 61.000 pessoas em 60 países. Só sete por cento acreditam que a situação mundial melhorará por obra e graça dos homens e mulheres da política. Convém realçar que a sondagem foi feita antes de rebentar esta crise económica/financeira.
A alarmante e incessante corrupção económica, praticada por uma minoria, sem dúvida alguma por maus políticos, se o não fossem não eram corruptos, faz com que os cidadãos olhem para todos de igual modo. Mas não é assim, são uma minoria, mas esses seus actos de corrupção soam por todos os órgãos de comunicação social.
Um outro factor, e bem importante, do afastamento das pessoas, foi a entrada triunfante do neoliberalismo, e da substituição do Estado Social, por um Estado autoritário cujo fim é o lucro de empresas, desligando-se por completo do factor humano, e ajudando a criar desemprego, precariedade laboral, e pobreza. Dos primeiros a franquearem a porta do neoliberalismo, foi uma esquerda incolor que resvalou para o pragmatismo mais que reaccionário, abandonando ideologia e princípios, dizendo que essas coisas pertencem ao passado.
A mudança de partido, principalmente nas eleições autárquicas, sendo casos mais próximos dos cidadãos, fazem com que estes fiquem com uma má imagem da política e dos políticos. Claro, a realidade não é monolítica, e muitas vezes discrepamos das posições do nosso partido em questões ideológicas e de princípios, mas todos nós sabemos que a esmagadora maioria das trocas partidárias, tem a ver com benesses, vinganças pessoais, e até ignorância.
O que é um bom político? É aquele que sabe distinguir entre GOVERNAR e exercer o PODER. É o que serve o bem comum, o bem geral, e não o bem só de alguns. É aquele que tem um compromisso ideológico firme. Não se deixa levar por falsas modernidades, sabe que a justiça é de sempre, não depende de modernismos. Conheci alguns, e conheço.
Sei o chão que piso, portanto sei que a minha posição em relação à politica e aos políticos, me traz repulsa e marginalização por parte de alguns pertencentes ao nosso Concelho, e não são tão poucos como isso…
Pouco me interessa, vou repetir o que já escrevi dezenas de vezes: as pessoas não são parvas, apercebem-se perfeitamente que a alguns políticos não lhes interessa o bem delas, mas sim conquistar votos para governarem, e daí tirarem belos dividendos. Felizmente também há políticos éticos, e de uma dedicação esmerada ao serviço público.
Creio na política como um serviço público, e sou contra aqueles que se servem dela em benefício próprio.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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O problema do sr. Meliço é que ninguém percebe bem quais são as suas opiniões políticas. Mas gosta de desancar nos políticos. Ora, assim, é o mais fácil. Prefiro mil vezes alguém que tem opiniões políticas, mesmo que contrárias às minhas, do que aqueles que não as têm e andam sempre a criticar os políticos.
Diz o senhor Meliço: “a única coisa que me preocupa, é a desigualdade entre as pessoas e o bem -estar de cada um” – ora,o bem-estar de cada um é muito relativo, como sabe. Eu, por exemplo, não preciso de ter um carro topo de gama , para sentir muito bem-estar. Posso dizer-lhe até, que não sei porque carga d’água alguma instituição resolveu pagar-me a assinatura de duas revistas sobre automóveis. É que, quase, nem olho para aquilo!!! Nunca soube porquê, mas elas vêm ter à minha caixa de correio. Já outros, necessitam desse carro topo de gama, para sentirem um certo bem-estar.
Eu não falei em nacionalizar os bancos, o que eu disse é que os bancos deveriam continuar nas mãos do Estado, como estavam há anos atrás. Portanto o que eu disse é que os bancos não deveriam ser privatizados. Nenhum mal viria ao mundo, por causa disso, tal como não veio, nessa época. O que aconteceu foi o contrário: quando os bancos passaram a ser privados aumentaram todo o serviço prestado aos clientes e até quiseram introduzir uma taxa para a utilização do Multibanco (curiosamente, se não sabe fica a saber, o melhor serviço de Multibanco é o português e foi o que saiu mais barato aos bancos. E Porquê? Porque eram todos do Estado e o sistema interbancário foi o mais simples de montar). Como, aliás, aumentaram todos os preços praticados por todas as empresas que foram privatizadas, quando nos prometeram que vinha aí a concorrência e, então, é que seria bom…
E continuo a dizer que para esse peditório dos banqueiros, eu já dei. Que vão trabalhar, essa malandragem!!!
Pois eu não tenho problemas em pagar impostos para serem usados no Rendimento Mínimo, embora até desconfie que haja fraudes, não quero é que sejam usados nos banqueiros. Porque eu não sou um (neo) liberal. Eu acho que o Estado deve intervir, quando alguém passa fome ou vive alguma carência, mas obrigatoriamente e sem pedir autorização a ninguém.. O (neo) liberal acha que tem que ter a liberdade de decidir se quer ou não ajudar essas pessoas. São opiniões bem distintas de dois Beirões. O facto de eu ser Beirão não significa que tenha que alinhar com tudo o que outros Beirões pensam.
Mas já que fala nos Beirões e no Rendimento Mínimo fique a saber que já ouvi histórias de muitas pessoas daqui do concelho, que recebem o Rendimento Mínimo. E sobre outros subsídios, nomeadamento para a agricultura, aquando dos dinheiros a rodos da CEE nem vale a pena falar.
Quanto ao Alegre, acho que tem todo o direito a apresentar a sua candidatura. Já o Cavaco não faz mais nada que tentar ser reeleito, embora não pareça (porque ele não diz quase nada – “não posso pronunciar-me” e coisas assim). No entanto, ele não pensa é noutra coisa.
Mas claro, e aí tem razão o sr. Meliço, que isto não são as coisas mais importantes que existem em Portugal. Pois claro que não.
Mas em Portugal sempre existiu uma justificação para tudo. Em 76/77/78 a culpa era do Conselho da Revolução. Depois era da Constituição. Depois, mudaram a Constituição e os problemas continuaram. Crise, já ouço falar dela desde os meus 16/17 anos (portanto há mais de 30 anos). Salvadores da Pátria já apareceram: primeiro era o Eanes , depois o Cavaco, depois o Barroso, depois o Sócrates, e não há meio de salvarem a Pátria. Será culpa dos portugueses? Se a culpa é dos portugueses, bem se sabe que não se pode mudar de Povo.
Então, muda-se o quê?
O sr. Meliço repudia vivamente os empréstimos do Estado de 3,5 mil milhões de euros aos banqueiros, repudia vivamente o financiamento do Estado aos partidos políticos, mas ataca todos os políticos.
O sr. Meliço esquece-se que Portugal é governado há mais de 30 anos pelo PS ou PSD (com algumas ajudas do CDS).
Continuo a dizer: o sr. Meliço só deve conhecer políticos do PS e PSD, já que são esses que fazem essas coisas todas.
Que eu saiba todas essas coisas (negociatas) são só aprovadas pelo “centrão”. Logo, torne a culpa ao “centrão” e deixe lá os outros.
Todos os bancos a quem foi emprestado dinheiro eram bancos privados. Não foi o Estado (ou o Governo) que nomeou as administrações desses bancos, logo eles que se desenrascassem. Aqui sim, andámos todos a pagar para essa cambada de parasitas que viveram à custa de todos. Ou o senhor Meliço é anarquista e não gosta de Governos (sejam eles quais forem) ou não sei onde quer chegar, com essa conversa dos políticos.
Por mim se todos os bancos fossem do Estado(como já foram) era um bem… Pelo menos não andava Estado a pagar (com os impostos de todos) as vigarices de alguns banqueiros. Prefiro mil veze4s pagar um imposto que sirva para ajudar alguém necessiotado (e até pode ser com o Rendimento Mínimo) do que dar um tostão que seja dos meus impostos para os banqueiros.
caro sr. João Duarte, creio que já todos percebemos quais são as suas ” cores ” politicas, as quais eu respeito, como respeito todas as outras porque defendo que todos deveriamos ter opinião propria e não nos deixarmos andar ao sabor da maré.
Eu não sou anarquista, nem estou ligado a nenhuma força politica, mas tenho a minha opinião propria e a unica coisa que me preocupa, é a desiguldade entre as pessoas e o bem estar de cada um.
É claro que tem que haver Governos, mas infelismente o que notamos todos os dias, é que a primeira preocupação são os lugares, os amigos, e as proximas eleições nem que sejam só daqui a não sei quantos anos.Temos um caso actual que tem a ver como anuncio de um candidato a presidente da Republica, como se, neste momento fosse o mais importante e urgente de tratar.
Sobre o nacionalizar os bancos, meu amigo aí não vou por aí nem o Senhor deveria de ir também, porque temos e já tivemos casos em outros Países com resultados bem complicados e sobre o rendimento mínimo, deveriamos ser muito mais rigorosos e selectivos, porque eu não tenho que andar a pagar para quem não quer fazer nada e como Beirões que somos, sabemos bem das dificuldades que passamos e que ainda se passam e para aí nunca vi cá subsidios.
Não são “Les Politiques” que estão por detrás disso, não. São, como bem diz o António Emídio, alguns políticos que se deixam dominar pelos interesses económicos. Repara nesta frase do António Emídio: “foi uma esquerda incolor que resvalou para o pragmatismo mais que reaccionário, abandonando ideologia e princípios, dizendo que essas coisas pertencem ao passado.” Tem toda a razão, o António Emídio. Aqui é que está a diferença entre alguns de “Les Politiques” e os verdadeiros POLÍTICOS, que ainda os há. Só que estes últimos não são muito bem considerados pelos meios de comunicação social e são metidos no mesmo saco, com os outros, nas tais conversas de café.
Duarte e quem està por tràs de isso tudo ? Les politiques OK
É o que eu digo e o sr. Meliço acaba de confirmar: toda essa conversa sobre os políticos é recorrente nos cafés e nas notícias. O que não se diz é os milhões e milhões que são oferecidos aoa banqueiros (3, 5 mil milhões de euros, só em Portugal, para acudir a uma crise que eles próprios provocaram). Fora os benifícios fiscais e outras benesses para esses todos (e nenhum é político). O dinheiro dos políticos comparado com esse que é dado a essa seita de banqueiros é uma gota num oceano. Isso parece que ninguém vê. Quando os bancos deram grandes lucros dividiram-no entre eles (os banqueiros). Quando a coisa deu para o torto, por culpa deles próprios (que era só especulação) “aqui d’el rey” que o Estado tem que nos ajudar!!! Não viu isso, sr. Meliço? Eu vi…
Eu também vi, e repudio veemente, mas lembro que quém deu o dinheiro foram os politicos e como sabemos quém coloca a maioria dos Administradores são mais uma vez os politicos.
Tudo gira á volta dos politicos, empresas do sistema que ganham quase sempre os concursos, Juizes que são nomeados pelos politicos,Fundações que são financiadas pelos politicos, cargos que só são ocupados por politicos,etc,etc…
Todos os dias se fala de dificuldades e que temos que fazer sacrificios e que temos que aumentar os impostos para o Povinho pagar a crise, mas não vê nenhum falar em reduzir o numero dos politicos e as suas mordomias!?
Resumindo e concluindo, deveriam implantar uma lei para haver castigos, e serem punidos; o que é do povo é do povo(o povo é quem mais ordena)
Os estàdios de futebol que fizeram a mais e que o povo està pagando e na qual falam para os demolirem.
Na minha modesta conclusao deveriam era fazerem prisoes là dentro dos estàdios de futebol, para todos esses corruptos politicos.
Com os bens do povo nao se brinca,que brinquem com os seus bens pessoais.
Os maus politicos, sao uma minoria, mas cada vez mais representativa–cada cavadela cada minhoca, falta é dar muitas mais cavadelas.
Só no Sabugal é vê-los, na Assembleia municipal e juntas,vivem fora e aranjaram maneira de delocações de borla, eles são professores ,funcoinários publicos,trbalhadores noutros concelhos , muito longe daqui.Quem não está cá é que faz!!!!!
Sr. Presidente da Assembleia, quando comentei este artigo não me estava a referir a politicos de algum Concelho em especial mais sim de todos em geral.
Também é verdade que não serão todos iguais, senão com a quantidade de politicos que existem na nossa Sociedade, estavamos tramados.
Quanto á opinião sobre os politícos,basta ler as noticias diarias e falar com as pessoas na rua para a saber.
Caro sr. Meliço: eu já lhe disse uma vez que há um partido em Portugal que é contra o financiamento dos partidos pelo Estado. O sr. respondeu que também era contra esse financiamento. E são milhares de euros. Pois agora, também lhe digo, que nas votações sobre os aumentos que refere há partidos que votam contra. Mas, como os outros votam a favor, as leis são aprovadas. Por isso, quero voltar a dizer-lhe que os políticos não são todos iguais. E que quando se referir a eles, deve dizer quais são os tais desonestos.
Eu nunca disse que os políticos, de um modo gera,l eram desonestos ou pratiquei racismo partidário .Isso é conversa dos cafés, a que eu (também eleito para a Assembleia Municipal) não dou importância por aí além. Essa conversa é o “pão-nosso-de-cada-dia”. O que eu disse era que a grande culpa disto estar assim é do “centrão” (PS e PSD). E quando falei nestes partidos , referia-me a políticos nacionais e não a políticos locais. E esta é para o sr. Ramiro Matos: ser desonesto é pedir votos no Círculo Eleitoral da Guarda , sem conhecer nada da realidade desse distrito. Depois ser eleito líder parlamentar e nunca mais o voltar ouvir falar no distrito da Guarda. E não sei se alguma vez mais voltou ao distrito. A desonestidade começa também por estas coisas pequenas. Com certeza que deve saber que me refiro ao sr. Francisco Assis, que eu vi na Concurso ao Forcão em Agosto, em Aldeia da Ponte e depois vi fotografias dele na capeia de Aldeia Velha. Alguém mais o viu por cá? Nada disto implica que eu refira, como nas conversas de café, que os políticos são uns ladrões e vigaristas, mas não se podem criticar as suas atitudes?
Exmº Senhor Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal:
Mantenho o que disse a principio – a arte de governar não está ao alcance de qualquer um.
Mantenho também o final do artigo – creio na política como serviço público, e sou contra aqueles que se servem dela em benefício próprio.
Mais não digo, porque a censura converte-se numa função da alma, e não do Estado, no actual momento político.
Porque ocupo actualmente um lugar político para o qual me candidatei no livre exercício da minha condição de cidadão português e para o mesmo fui eleito pelos sabugalenses em eleições livres e democráticas:
porque conheço muitos políticos honestos e não conheço nenhum desonesto, à excepção daqueles que a Justiça provou que exerceram os cargos para que foram eleitos, de forma criminosa;
porque considero que afirmar que é a cor política que divide os honestos dos desonestos é, no mínimo, racismo partidário;
porque me incluo naqueles que pautaram a sua vida de quase seis décadas no respeito pelos princípios que me foram transmitidos por avós e pais;
porque acredito que, como eu, muitos das dezenas de milhar de portugueses que ocupam cargos políticos, os exercem com honestidade e sentido do dever,
não posso deixar de estar em total desacordo com o António Emídio, com o Meliço e com o João Duarte.
E seria bom que, como raianos, chamássemos os bois pelos nomes.
Se sabem, digam quem são os detentores de cargos políticos no Concelho do Sabugal que são desonestos e se servem do poder para seu benefício?
Ou preferem, porque é mais fácil insinuar sem identificar e provar?
Ramiro Matos
membro eleito da Assembleia Municipal do Sabugal e seu Presidente.
Sr. João Duarte, eu não ” conheço” os políticos do PS nem do PSD, nem de outros partidos e acredito que deve de haver gente séria em todos eles, mas pelas actitudes que temos assistido ultimamente devem ser muito poucos.
Como me parece que o Sr. se esteja a referir aos politicos de esquerda, eu também gostaria que esses mesmos politicos fossem contra quando se trata de aumentar os ordenados deles bem como as reformas e outras coisas parecidas.
Esses tais políticos com ética e sérios andam por aí, só que o sr. Meliço não dá conta que existem porque é daqueles que só conhece o PS e PSD, de certeza…
Muita gente sabe que existem…, tal como refere o António Emídio que diz que os conhece.
Acabei de receber um email com o seguinte:
A deputada pelo PS, Inês de Medeiros, vive em Paris e recebe de ajudas de custos diarias, 528€ e uma viagem de ida e volta todos os fins de semana.
Das duas uma, ou esta ” Senhora” é uma sumidade em politica e é indispensável ou então é uma total falta de vergonha e outras coisas que nem vale a pena mencionar.
Como é que o meu amigo quer que a gente acredite!!!
Mas email com historias parecidas circulam todos os dias e olhe que não são poucos e nunca os vi desmentidos.
«A honestidade é elogiada por todos, mas morre de frio».
Poeta Juvenal (60-140d.c.)
Onde estão esses políticos sérios e com ética??