A juntar aos produtos referidos na crónica anterior como o bucho, a morcela ou a chouriça temos ainda…

FARINHEIRA e ALHEIRA – Estes enchidos são fruto de um truque dos judeus, para fingirem que faziam enchidos como os cristãos, com carne de porco que consumiam e deste modo enganarem os inquiridores que identificavam os filhos de Israel, pelos hábitos alimentares e escaparem às malhas da Inquisição. Assim substituíam a carne de porco, por uma imensa variedade de carnes que incluíam vitela, coelho, peru, pato, galinha e por vezes até perdiz, envolvidos por uma massa de pão que lhes conferia consistência, isto no caso da Alheira, porque na farinheira, em lugar do pão e como o nome indica, o elemento de ligação utilizado é a farinha. A Alheira ainda hoje é conhecida como o «chouriço judeu».
Actualmente quer a farinheira, quer a alheira, já são elaboradas com carne de porco e temperadas, consoante a região, com colorau, massa de pimentão, vinho e em certas casas, até com sumo de laranja.
As farinheiras podem ser consumidas, fritas, assadas no forno ou incluídas no cozido à portuguesa ou fazer parte principal no chamado «arroz de forno». As alheiras, normalmente são fritas, mas também podem ser estufadas, depois de envolvidas em couve lombarda. Das alheiras a mais conhecida é a de Mirandela.
QUEIJOS – Os mais famosos confeccionados na nossa zona é o Queijo da Serra (da Estrela) e o de Castelo Branco.
O da Serra é o mais afamado no país e em todo o mundo. A sua produção com leite de ovelha, mugido principalmente entre os meses de Novembro a Março, obedece a normas rígidas e tem região demarcada. Consoante a maturação, que é no mínimo de 30 dias, pode ser amanteigado ou apresentar uma textura mais densa. O queijo é obtido pelo escoamento da coalha, após coagulação do leite de ovelha, cru, com cardo. Dele emana um aroma intenso e tem um sabor suave e acidulado.
O de Castelo Branco, é um queijo curado, obtido com leite de ovelha, embora seja impropriamente conhecido pela designação de cabreiro.Apresenta uma crosta semi-dura, de coloração amarelo-palha.
Há uma grande variedade de queijos de fabrico nacional, nomeadamente: Queijo de Nisa; de Azeitão, de Évora (queijinhos), da Ilha, de Envendos etc.
DOCES – Os nacionais mais conhecidos são: Sardinhas Doces de Trancoso, Pão Podre da Guarda, Coscoréis, Pão de Lò, Ovos-moles, Toucinho do Céu, Pastéis de Santa Clara, Pastéis de Tentúgal, Brisas do Lis, Trouxas de Ovos, Celestes, Pudim de Abade de Priscos, Queijo Dourado, Sericaia, Pastéis de Belém, Barquilhos de Laranja, Pão de Rala e doces regionais do Algarve. (doces de amêndoa, Dom Rodrigo, queijinhos, Nógado, Bolo de Mel, Morgados etc.).
Aos administradores, colaboradores e leitores do Capeia Arraiana, desejo um óptimo Natal e Boas Festas e que provem de tudo só um pouco, por dois motivos, podem fazer mal à saúde e à carteira. Como dizia o outro: «Isto é que vai uma crise!!!!»
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«Terras entre o Côa e a Raia», opinião de José Morgado
Este post e o que o precedeu, de Zé Morgado também, são de fazer água na boca. A administração do blogue devia ser mais cuidadosa com os temas, é que alguns leitores mais gulosos, como eu, correm o risco de morrer “aguados”, com este tipo de posts. Abraço para Zé Morgado.