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Página Principal  /  Arroz com Todos • Beira Alta • Beira Baixa  /  Agricultura sustentável
09 Dezembro 2009

Agricultura sustentável

Por João Valente
João Valente
Arroz com Todos, Beira Alta, Beira Baixa joão valente 3 Comentários

A região da Beira Interior sempre foi marcadamente agrícola e rural, vindo a sofrer um processo de empobrecimento generalizado, fruto do abandono irreversível da agricultura.

Enchido no fumeiro
Enchido no fumeiro

Isto se deve ao sistema de minifúndio, à pobreza dos solos, à escassez de recursos, baixa produtividade, falta de escolaridade e profissionalização, à falta de competitividade, de que resultou a inadaptação do ecossistema agrícola à alta capacidade produtiva.

Isto é, a agricultura tradicional, por não ser competitiva, desapareceu; a agricultura convencional e de grande escala tornou-se impraticável, pelas condicionantes locais.

As consequências foram a desestruturação da agricultura familiar tradicional e o abandono da agricultura pelos jovens.

Contudo, ainda é possível trazer qualidade de vida às nossas aldeias e campos, se optarmos por um desenvolvimento rural sustentado, baseado na agroecologia e produtos locais com valor acrescentado.

A agroecologia adapta-se mais facilmente à realidade de sistemas de organização familiar de produção agrícola tradicional, na medida em que também é baseada na mão-de-obra familiar, mas reorientada para novas práticas, não implicando grandes riscos económicos de conversão, uma vez que não utiliza o pacote agroquímico e os sobrepreços deste mercado especializado de produtos serem mais atractivos para os produtores.
A nossa região é rica na variedade de produtos alimentares tradicionais e gastronómicos. È só aproveitá-los e acrescentar-lhes valor.

É verdade que a diversificação dos alimentos processados industrialmente, o alargamento dos mercados e a produção em larga escala, ameaçaram aniquilar as pequenas produções de cariz artesanal. Mas de uma grande ameaça, resulta, frequentemente, uma boa oportunidade.

Tudo depende da forma como utilizarmos a nossa imaginação e a capacidade inovadora.

A maioria dos produtos tradicionais, surgiram para satisfazer as necessidades alimentares das populações agrícolas do interior e, embora artesanais, permitiram, em muitas regiões, criar um «saber fazer» relativo aos métodos de produção, que os conseguiu singularizar e enobrecer.

Esta singularidade nos métodos de produção, é que distingue a produção artesanal da produção industrial e, devidamente explorada, permite-lhe identificar importantes segmentos de mercado, detectar novas necessidades dos consumidores.

Foi o que aconteceu à castanha da Paradela e ao queijo da Serra da Estrela (DOP); ao salpicão de Vinhais, à cereja da Cova da Beira, etc. (IGT); à alheira de Mirandela e aos frutos em vinho do Porto (ETG), que garantindo um padrão de qualidade através da certificação, impuseram as suas marcas e conservam a sua presença no mercado de forma sustentável.

O processo de certificação é por isso importante para a garantia do padrão de qualidade dos produtos tradicionais e melhoria da sua posição competitiva, podendo a ele recorrer qualquer entidade, independentemente do seu estatuto ou domínio de actividade e consiste na emissão, junto do Instituto Português da Qualidade (lPQ), de um certificado de conformidade, que comprova que a entidade tem em funcionamento um sistema de gestão, que lhe permite garantir a conformidade dos seus produtos ou serviços com os requisitos preestabelecidos.

O escoamento destes produtos tem especificidades próprias, pelo nicho de mercado a que se destinam e é importante.

Com boas campanhas de marketing (feiras temáticas ex.: queijo, fumeiro, etc) acções de merchandising ex.: Natal, Santos Populares, etc.), e o aparecimento dos grandes espaços de vendas a retalho, os Produtos Tradicionais de qualidade garantida encontram novos espaços para a sua promoção e venda.

As pequenas lojas vocacionadas para a venda de produtos regionais, também são novos espaços com características ideais para valorizar a sua comercialização, especializando-se em produtos de uma só região, ou, noutros casos, em produtos de diversas regiões.

A gastronomia portuguesa constitui uma das maiores riquezas e uma marca que valoriza, de forma particular, a nossa cultura e o nosso turismo.
É neste espaço da restauração que os Produtos Tradicionais encontram um segmento importante do seu mercado total, porque a comida regional é hoje muito procurada e apreciada.

Nas grandes cidades é possível beneficiar dessa variedade por intermédio de restaurantes especializados por região, que podem ajudar a escoar a produção local de valor acrescentado (Queijos, enchidos, carnes, vinhos e frutas) e a divulgar produtos certificados de uma região reconhecida.
Encontrando-se a gastronomia interligada ao turismo, a restauração poderá, também, constituir um factor de alavancagem para a internacionalização dos Produtos Tradicionais.

As feiras regionais, que, um pouco por todo o País, se realizam anualmente, constituem um importante veículo, no sentido de promover o encontro dos Produtos Tradicionais com grandes massas de público consumidor que, facilmente, são atraídas por esses eventos.

Esses são também espaços com significativo potencial para divulgar produto a nível de empresas, que fazem parte das cadeias de distribuição desses produtos. Resumindo e concluindo:

– Existem alternativas à agricultura convencional, que são os produtos agro-alimentares e vegetais tradicionais de valor acrescentado, com um nicho de mercado economicamente vantajoso e alternativo;

– As entidades públicas, como autarquias e associações, podem e devem promover a certificação destes produtos, para garantir a sua qualidade e genuidade e têm um papel importante na divulgação e venda destes produtos, promovendo feiras regionais e certames;

– Os particulares podem ter mais uma fonte de rendimento alternativo e de trabalho digno, produzindo e vendendo estes bens de valor acrescentado, fixam-se ao meio rural;

– Estes produtos de valor acrescentado, além de constituírem uma fonte alternativa de rendimento, podem alavancar o turismo local.

Tudo depende da imaginação e da capacidade inovadora que se tenha.

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«Arroz com Todos», opinião de João Valente

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3 Comments

  1. Avatar Manuel Russo Responder a Manuel
    Quarta-feira, 9 Dezembro, 2009 às 12:59

    O Concelho tem essas virtudes; precisa é de ajudas ,professionais, e criar
    (LABEL) de qualidade.

  2. Avatar joao valente Responder a joao
    Quarta-feira, 9 Dezembro, 2009 às 10:29

    lol
    pois são…

  3. Avatar António Emídio Responder a António
    Quarta-feira, 9 Dezembro, 2009 às 9:47

    João Valente:

    Das coisas mais práticas que existem, são as boas teorias.

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