25 de Novembro é, liturgicamente, o dia de Santa Catarina de Alexandria. Esta cidade sempre desempenhou um papel privilegiado na história da humanidade, tornando-se uma proeminente metrópole cultural, intelectual e económica, cujos restos ainda hoje são encontrados nas suas ruínas e registos históricos.
Aqui, segundo alguns dados históricos, outros lendários, Santa Catarina nasceu de uma família nobre e estudou muito. Quando tinha apenas dezoito anos, apresentou-se ao imperador Maximus, que fazia uma violenta perseguição aos cristãos sob acusação de culto a falsos deuses.
Chocado com a audácia da jovem, mas incapaz de responder aos seus argumentos, Maximus reuniu vários sábios com o objectivo de fazer Catarina abandonar a sua fé. Mas ela sempre terminava vitoriosa os debates e graças à sua eloquência chegou a converter ao cristianismo alguns dos seus adversários, que foram sentenciados de morte.
Furioso por estar sendo derrotado, Maximus prende Catarina. A imperatriz, curiosa por conhecer a jovem que desafiava o seu marido, vai acompanhada de Porfírio, chefe das tropas, até à prisão. Catarina também os converte e eles são martirizados.
Catarina é condenada à morte na roda de tortura, mas basta que ela se encoste na roda para que ela se parta e mate vários pagãos que assistiam.
O imperador, enraivecido, ordena que ela seja decapitada. Depois da sua morte, anjos desceram dos céus e levaram seu corpo para o Monte Sinai, onde posteriormente se construiu uma igreja e um mosteiro em sua honra.
Por ter vencido o debate com vários sábios, Santa Catarina de Alexandria foi declarada padroeira dos estudantes.
É esta Santa que deu nome à Festa que se realiza na Rebolosa desde tempos imemoráveis. Uma festa que começa logo pela manhã com a missa e procissão em honra de Santa Catarina. Depois é hora de dar uma volta pela feira, beber umas jeropigas caseiras e preparar os assadores. O fumo começa a pairar de diversos sítios do Largo, uma vez que são muitos os grupos que aqui assam carne e convidam os amigos para saborear este petisco acompanhado do vinho novo da nossa terra.
Depois, há a segunda ou terceira parte da festa: uma volta pelas ruas da freguesia, com paragem em algumas adegas típicas e penhas que cá existem. Os visitantes ficam, assim, a conhecer também a Rebolosa, porque a maior parte apenas conhece o centro da freguesia, porque ali se situa grande parte do comércio local.
À noite é hora de baile, para aqueles que conseguem ainda dançar! Baile muito concorrido e que terminou já depois das quatro da manhã, apesar de, poucas horas depois, alguns terem de ir trabalhar. Mais uma vez, desde há quatro anos, a Junta de Freguesia da Rebolosa convidou todos os senhores presidentes de Junta de Freguesia do Concelho e o Executivo Municipal. Como manda a tradição, ninguém ou (quase ninguém) abandonou a Rebolosa sem levar a respectiva licença para a matança do porco, emitida pela Junta de Freguesia local. Um gesto simbólico que marca a tradição.
Como alguém também já sugeriu por diversas vezes e de várias formas, fica aqui o repto para que a Câmara, a Junta de Freguesia e Associações da Rebolosa consigam, em conjunto, transformar esta grande festa num evento com mais impacto em toda a região, mantendo as tradições gastronómicas e populares e promovendo o Concelho.
Manuel Rei Barros
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