Os preparativos para o Magusto do CCRA-Centro Cultural e Recreativo de Alfaiates começaram pelas duas da tarde quando fomos à caruma, uns a juntar e outros a carregar. Passada uma hora já tínhamos tudo arranjado para assar as castanhas a partir das 21.30 horas.
A fotografia que, hoje, apresento refere-se à participação de Alfaiates no Cortejo de Oferendas, a favor do Hospital do Sabugal, realizado no ano de 1947.

Depois da reunião da Assembleia Geral da Associação Social, Cultural e Desportiva de Rebolosa, onde se debateu e aprovou o Plano de Acção e Orçamento para 2010, a Associação e a Junta de Freguesia organizaram o Magusto para toda a população.
Diz-se que São Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. Também em Portugal se comemora por todo o lado, sendo lembrado mais esse aspecto popular do que propriamente o religioso.
No dia 15 de Novembro, pelas 16 horas, nas lajes, onde há anos, no início das colheitas, se malhava o centeio e onde com muito cansaço, mas com muita alegria, o povo da Rebolosa se juntava para se entreajudar, realizou-se o Magusto. Foi neste espaço emblemático, que a população da Rebolosa também com a união e camaradagem que a tem caracterizado ao longo dos tempos, se juntou e divertiu.
E como manda a tradição, foi na caruma apanhada pelo nosso conterrâneo João António Frango, antes que a chuva dos últimos dias a molhasse, que se colocaram algumas dezenas de quilos de castanhas. De seguida, cada um saboreou este fruto acompanhado por uma boa jeropiga. A castanha que hoje é considerada quase como uma «guloseima» de época, outrora foi o substituto do pão. Desde a pré-história que, cozidas, assadas ou transformadas em farinha, as castanhas sempre foram um alimento muito popular. E a título de curiosidade, dizem-nos algumas fontes que as castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte de potássio.
A tarde estava fria, bem propícia para a realização deste evento. Depois do Verão de São Martinho, que também se sentiu há alguns dias atrás, regressou o Inverno, cumprindo-se o provérbio se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo São Martinho. Depois de nos divertirmos, estando alguns quase irreconhecíveis, porque bastante enfarruscados, caiu a noite e com ela a chuva e o frio.
Manuel Rei Barros
Numa espécie de convite a saborear a tradição, a Câmara Municipal da Mêda aposta na divulgação de uma ementa tradicional, cuja patente tem já registada: os «grelos à pobre».
A gastronomia tradicional pode considerar-se como um exemplo real da cultura de um povo e das características de uma região, na medida em que é depositaria de sabores únicos e seculares, herdados e transmitidos por gerações que com seu saber e alguma imaginação, aproveitaram e transformam os produtos da terra em verdadeiras iguarias.
Nesta época do ano o concelho da Mêda cobre-se do verde dos nabais, onde mãos experientes colhem os grelos de nabo, que servem de base a um prato tradicional daquelas terras beiroas.
Em terras da Mêda os «grelos à pobre» constituem, como nome indica, um prato simples, mas que na verdade é muito rico em sabor.
A Câmara Municipal da Mêda, querendo dar expressão a esta iguaria gastronómica, divulgou a sua receita.
Usam-se como ingredientes dois molhos de grelos, meio quilo de batata, uma farinheira e carne de porco previamente cozida, a que se juntam uma mancheia de sal e um gorcho de azeite.
Lavam-se os grelos e partem-se aos bocados. Põem-se a cozer numa panela de ferro. À parte, noutra panela, cozem-se as batatas com um pouco de sal.
Escorrem-se os grelos quando estiverem cozidos. Depois de estarem também cozidas as batatas, esmagam-se e misturam-se com os grelos.
Junta-se azeite estrugido, quando baste, e chega-se de novo a panela ao lume.
Vai-se mexendo até ficar bem misturado.
Servem-se com farinheira e carne de porco cozida.
Eis aqui um prato simples mas identificativo de uma terra marcadamente agrícola que envereda decididamente pelos caminhos do desenvolvimento e progresso no aproveitamento dos seus recursos naturais e sobretudo nas capacidades das suas gentes.
plb