Estes três desenhos do castelo do Sabugal, da autoria de Duarte d’Armas, fazem parte da obra «Livro das Fortalezas que são situadas no extremo de Portugal e Castela» (c. 1509), editada a pedido de D. Manuel I. O rei encarregou o autor de fazer o levantamento de todas as fortificações que faziam fronteira com Castela, desde Caminha a Castro Marim.
(Clique nas imagens para ampliar.)
O cartógrafo Duarte d’Armas, nascido cerca de 1465 em Lisboa, escudeiro da Casa Real, desenhou os castelos solicitados em duas panorâmicas e uma planta. As suas anotações, onde se pode ver a localização da vila do Sabugal, constituem um precioso contributo para o estudo da vila medieval e da sua evolução. Este exemplar, tratado pelo historiador António Baião, encontra-se depositado no Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo.
A publicação pelo Capeia Arraiana destes três desenhos do Castelo do Sabugal, pouco conhecidos dos sabugalenses, é um modesto contributo para a história do concelho e um primeiro passo para futuras investigações sobre a história da comunidade judaica local que, já se pode afirmar hoje, sobreviveu à expulsão dos judeus de Portugal em 1496 e ao estabelecimento da Inquisição em 1536. Há provas documentais de que os judeus do Sabugal resistiram à Inquisição até meados do século XVIII, ou seja, até ao seu funcionamento efectivo, em boa hora interrompido pelo Marquês de Pombal.
Proximamente, daremos a conhecer no Capeia Arraiana os resultados preliminares desses estudos em curso.
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«Na rota dos judeus do Sabugal», crónica de Jorge Martins
Jorge, o convite mantém-se. Só temos que combinar. Entretanto, manhã vou tentar estar presente. Contudo, deixo aqui registado a minha admiração pela tua pessoa, colega e Historiador. E a somar a isso um modelo de companheirismo e boa disposição, com quem tive o prazer de trabalhar.
Bjs
Sónia,
Então até logo na FNAC-Chiado. Vou chegar um pouco atrasado porque termino as aulas às 15.45h.
Bjs,
Jorge Martins
Um recado para o homem da maquina fotgrafica. Sr kim Tome passe pela rua nuno de montemor no sabugal para tirar umas boas fotos ao estado em que fica a nova estrada depois de chover para mostrar ao novo executivo para verem o belo trabalho OBRIGADO
eu até lá ia, mas estou na duvida se será a estrada que sai do Sabugal em direcção ao Soito, que tem bermas de 1/2 metro e que foi intervencionada agora a dias das eleições.
Será essa?
Prof. Jorge Martins
Em primeiro lugar quero agradecer-lhe ter cumprido tão rapidamente a promessa feita na Casa do Castelo, no dia 17 de Outubro.
Prometeu que iria começar uma investigação profunda acerca da história do nosso Concelho, e com este primeiro artigo só provou que a promessa passou das palavras à acção.
Como tudo tem que ter um começo, houve da parte do Prof. a preocupação de saber se as imagens que queria colocar se já eram conhecidas, claro que de algumas pessoas já seriam, mas haveria vantagem para coerência nos artigos que futuramente irá escrever, que estas imagens fossem apresentadas.
Como historiador e investigador, o Sabugal só terá a ganhar, pois com a disponibilidade apresentada pelo Prof. Jorge Martins, dá-nos a certeza de que muitos documentos que apesar de já serem conhecidos por algumas pessoas, saiam para o cidadão comum para facilmente serem conhecidos e interpretados.
Natália Bispo
Cara Natália Bispo.
É com muito gosto que estou de volta dos processos da Inquisição no concelho do Sabugal. Brevemente, darei conta dos quantitativos nas freguesias em que estão disponíveis. Será uma forma de conhecer a existência de judeus no concelho, os motivos que os levaram aos cárceres da Inquisição e as sentenças aplicadas. Com este trabalho se poderá ter uma ideia da presença judaica no Sabugal entre os séculos XVI e XVIII e, desejavelmente, localizar a(s) judiaria(s) e eventuais sinagogas, nomeadamente a da Vila do Sabugal.
Jorge Martins
Jorge Martins:
Os desenhos do Castelo não são assim tão desconhecidos dos sabugalenses, eu próprio tive e devo ter esses desenhos comigo, tirados de um compêndio de história de Portugal. Muita gente os fotocopiou. Somos um povo com a noção da nossa história.
Caro António Emídio.
Ainda bem que assim é. Eu tive dúvidas sobre o seu desconhecimento, mas calculei que a maior parte dos sabugalenses não os conhecesse todos. Obviamente, não pretendia passar uma atestado de ignorância a ninguém… Apenas queria dar um modesto contributo, como darei outros sobre os processos da Inquisição a uma centena de sabugalenses durante os séculos XVI a XVIII. Todos os contributos devem ser bem-vindos.
Abraço,
Jorge Martins
O problema é que no Sabugal as pessoas guardam as coisas para si próprias.
E depois, se alguém aparece a dizer publicamente que encontrou algo vêm a dizer que tinham na sua posse esses documentos.
Nestas coisas de valorizar o património todas as contribuições são úteis, se calhar estas cópias que refere estavam guardadas, pelo que de nada servem, só ganham valor se partilhadas.
Estamos perante alguém que de forma aberta e altruísta se disponibilizou para estudar e promover o Sabugal, seria muito mais útil se as pessoas que têm contributos os disponibilizassem, para que se possam estudar.
Deve haver por aí muita coisa escondida que sendo disponibilizada contribuiria para um estudo mais célere.
Se as pessoas têm documentos que contribuam de forma aberta.
Muito me satisfaz saber que existem pessoas a olhar para a desconhecida história do Sabugal, com sentido cientifico e com este empenho.
Quando fui “recrutado” pela D. Natália Bispo da Casa do Castelo, para a defesa deste imenso património, estava longe de saber da importância que o Sabugal terá tido para a história da Ibéria.
Estava também longe de adivinhar os dissabores e alegrias que esta cruzada me iria causar, mas é assim em todas as evoluções, há sempre os detractores e os defensores, há momentos bons e momentos maus, há quem fique bem na fotografia e quem fique mal, é a vida…
À medida que mais dados iam sendo reunidos e considerados, fui criando uma imagem mais real da vida dos que nos precederam, imaginei os sons, os cheiros, os gritos dos aflitos perseguidos, a destruição à luz de uma fé dominante e intolerante de uma comunidade e de uma cultura.
Gente que foi perseguida durante mais de três séculos e que, apesar disso, nos deixou tantos sinais para que pudéssemos aprender e crescer com a sua história, é gente grandiosa de que eu me orgulho de ser descendente.
Hoje acredito que os meus (nossos) antepassados, foram um povo de gente valente de que nos podemos orgulhar e que nos deixaram um vasto património histórico, que iremos conhecer e valorizar com a preciosa ajuda de pessoas assim.
Compete-nos a nós cuidar deste património e evitar que se perca numa qualquer lixeira como entulho.
Caro Kim Tomé. Você reúne todas as condições para fazer um curso universitário de História. Ser-lhe-ia muito útil para dar respostas às suas preocupações intelectuais. Ainda vai a tempo. Pode, por exemplo, entrar numa universidade como candidato de mais de 23 anos. Pense nisso. Também foi ara mim um prazer conhecer pessoas como o Kim Tomé. Todos nós temos muito a dar pela história da nossa terra, independentemente da nossa formação académica. Nem tudo se rege por canudos, felizmente…
Abraço,
Jorge Martins
Pois é verdade 🙂
Por acaso seria uma maneira de aprofundar conhecimentos e adquirir técnicas, quem sabe?
Essa é uma ideia que anda na minha cabeça desde 1979 🙂 mas que ainda não tive oportunidade de concretizar.
Tenho em meu poder diversas publicações que contêm esses desenhos. Era na altura vereador da Câmara do Sabugal no mandato do Sr. José Freire e nas comemorações dos 700 anos do tratado de Alcanices, foi lançada uma brochura alusiva muito interessante. A sociedade Científica da Universidade Católica publicou em livro as actas do congresso histórico luso-espanhol sobre o tratado de alcanices e a importância histórica das terras da Riba Côa, que decorreu entre os dias 12 e 17 de Setembro de 1997. O município fez à época uma excelente edição dos forais.
Concretamente estes desenhos encontram-se publicados no livro “O culto do Espírito Santo, os cavaleiros da Ordem Militar do Templo e passeio dos Moços da raia” da autoria de um conterrâneo de Aldeia da Ponte que conheço, mas com quem ainda não tive possibilidade de conversar sobre este interessante livro de seu nome José Prata, com edição de autor. Na página 40 do mesmo aparecem imagens do Castelo do Sabugal e de Vilar Maior.
Como não sou frequentador assíduo da Biblioteca Municipal, não o posso afirmar, mas é bem possível, que aí se encontre documentação abundante sobre toda esta temática.
Caro José Robalo. Obrigado pelas suas preciosas informações. Antes de enviar os desenhos perguntei se eram conhecidas aí, pois trata-se de uma obra bem conhecida. Ainda bem que já as conheciam. Vou tentar consultar as referências bibliogáficas que sugere.
Abraço,
Jorge Martins
Prof. Jorge: faltou ao almoço da confraria do bucho raiano? não sabe o que perdeu…o bucho estava 5 estrelas, o local não podia ser melhor e a organização está toda ela de parabéns!! Espero poder revê-lo nos próximos eventos. A Sra. Natália Bispo tirou-me umas fotos para lhe mostrar, pois parece que já não se recorda de mim. Acho que está a ser uma mais valia para o Sabugal e está na hora dos responsáveis autárquicos lhe darem todo o apoio necessário ao seu trabalho que está a desenvolver em prol do Concelho, e a levar o Sabugal para a ribalta da História de Portugal, porque é aí o lugar dele, devido à importância que teve mas que até hoje pouco se tem falado não sei bem porquê. Se tiver alguns documentos Históricos sobre Vale de Espinho (5.ª freguesia do concelho em número de eleitores), que me possa facultar ficava-lhe muito grato, assim como a minha árvore genealógica.
Se conseguir diga-me s.f.f. para nos encontrar-mos. Um abraço e até breve!
Olá, Jorge.
Não sou genealogista, por isso não será fácil tratar da tua árvore genealógica. Mas posso ajudar-te, caso tenhas tempo e paciência, porque é preciso muita.
Abaço,
Jorge Martins
Registo com muita satisfação – eu e muitos sabugalenses que amam e gostam da terra – que alguém como Jorge Martins investigue a sério tudo o que de bom o Sabugal tem e desbrave as nossas origens e a nossa história desconhecida.
Um muito Bem-Haja
Caro José Morgado, não se esqueça que eu sou sabugalense adoptivo. Por isso, o Sabugal também é, de certo modo, a “minha” terra.
Abraço,
Jorge Martins
Fica combinado, Kim Tomé!
Caro Amigo Jorge.
É já com alguma saudade que o vejo na minha terra. Lisonjeia-me o facto de escrever para nós Sabugaleses, sobre a História da nossa terra.
Saudações da sua ex-colega da Pontinha
Sónia Nunes
Olá, Sónia. Continuo à espera do convite para ir à Sortelha.
Bjs,
Jorge Martins
Jorge está convidado 🙂
Agora que resido em Sortelha terei muito gosto em partilhar consigo a minha modesta casa. 🙂
Até porque acredito que terá oportunidade de se surpreender mais uma vez, com algumas descobertas que por aqui tenho feito. 🙂
Caro Kim Tomé.
Obrigado pelo convite. Já estive na Sortelha, mas voltarei lá e não deixarei de o contactar para ver as descobertas que fez. Estava só a meter-me com uma ex-colega, que é da Sortelha.
Abraço,
Jorge Martins
🙂
ja percebi
juntamo-nos todos e fazemos um churrasco 🙂
as tantas, ainda aparecem mais para a festa 🙂