Na Beira Interior, a campanha deste ano da azeitona promete ser das melhores dos últimos anos, facto que deixa satisfeitos os poucos produtores que ainda resta na região.
Segundo notícia veiculada pela Agência Lusa, a produção sobe em todo o país, à excepção de Trás-os-Montes onde se verificará uma ligeira queda, que porém é compensada por uma melhoria na qualidade.
A Lusa ouviu João Pereira, presidente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), que disse que a produção média de azeite na região oscila entre as quatro a cinco mil toneladas por ano, «mas desta vez pode chegar às seis mil». Garantiu ainda que os preços ao produtor se mantêm entre «os 35 a 45 cêntimos por quilo de azeitona».
No Alentejo, a região que mais azeite produz, estima-se um aumento de produção de 20 por cento na campanha deste ano. O crescimento no Alentejo deve-se, segundo Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, à «gradual entrada em produção dos novos olivais». As previsões para cerca de 165 mil hectares de olival apontam para «80 a 100 milhões de quilos» de azeitona e «entre 12 a 15 milhões de quilos de azeite», cuja qualidade «será boa porque o ano não foi problemático».
Manuel Fialho, gerente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, com 1200 olivicultores, prevê receber mais cinco milhões de quilos de azeitona, para atingir os 30 milhões de quilos, correspondentes a perto de seis milhões de quilos de azeite. «No ano passado estávamos no limite da nossa capacidade e, apesar da crise, fomos obrigados a investir para a duplicar», afirma.
Em Trás-os-Montes, os olivicultores prevêem uma diminuição da produção na ordem dos 30 por cento.
«Foi um ano muito atípico, muito seco e se há zonas onde se consegue garantir alguma manutenção dos anos anteriores, em outras a seca provocou grandes reduções», diz o presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Branco. A produção estimada é de apenas 80 a 90 milhões de quilos de azeitona. Em contrapartida, tudo aponta para um ano «excepcional em termos de qualidade».
No concelho do Sabugal as freguesias mais a Sul, como Bendada, Sortelha, Moita, Casteleiro e Santo Estêvão, são produtoras de azeite. Porém os olivais vão sendo progressivamente abandonados por falta de mão-de-obra e em consequência dos incêndios que tem devastado o território.
Portugal, embora sendo um importante produtor e exportador de azeite, compra a Espanha quase metade do azeite que consome. Esta situação pode porém ser ultrapassada devido ao crescente aumento da capacidade de produção nacional. De facto há, sobretudo no sul do país muitos olivais recentemente plantados que dentro de alguns anos estarão em plena produção.
plb
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