Gíria de Quadrazais. Um contrabandês falado mas nunca escrito. Calcantes, pesunhos e manápulas. Mais uma vaca púrpura esquecida por todos aqueles (irresponsáveis) que deixam (e deixaram) morrer aos poucos as nossas aldeias.
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José Carlos Lages
Gíria de Quadrazais. Um contrabandês falado mas nunca escrito. Calcantes, pesunhos e manápulas. Mais uma vaca púrpura esquecida por todos aqueles (irresponsáveis) que deixam (e deixaram) morrer aos poucos as nossas aldeias.
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José Carlos Lages
Origens: Ruivós (Sabugal) :: :: Fundador e Administrador do «Capeia Arraiana» :: :: Crónica: «A Cidade e as Terras» :: ::
No programa eleitoral da CDU às eleições autárquicas de 11 de Outubro passado estava escrito:
Recuperação, em colaboração com as escolas, da Gíria Quadrazenha;
Constituição de um pólo museológico do contrabando e da emigração.
Peço desculpa, mas no primeiro comentário queria escrever preservação.
Quando falei em estudo , não me referia a uma disciplina ou cadeira para os estudantes estudarem, como o inglês ou o francês. O que estava no programa da CDU era preservar a gíria quadrazenha, através das escolas. Mas apenas em termos académicos, não para ser mais usada, que os tempos são outros, bem o sabemos. As escolas tinham um papel a desempenhar aqui, recolhendo a gíria e passando a mesma a escrito, para que não se perdesse. A partir daí poderiam preservar-se muitas mais tradições, passando-as a escrito e transmitindo-as a gerações vindouras. É que daqui a uns anos os mais jovens quadrazenhos nem sabem que existiu a gíria.
Quanto ao que refere o João Pedro, há-de explicar onde há gíria a não ser em Quadrazais. É que eu sou do Soito e não comheço gíria do Soito. Conheço sim alguns termos e expressões usados no Soito, mas que são bem diferentes da gíria.
Não sei se alguém sabe, mas há mais gírias em Portugal, nomeadamente a gíria dos trolhas de Tondela, que era usada para criticar os patrões, sem que eles soubessem o que estavam a dizer.
De facto, a gíria é importante na cultura nacional, nomeadamende a gíria da raia interior (quadrazais, foios, soito, alfaiates, entre muitas outras, mais ainda que em quadrazais).
A questão que se coloca aqui será a de perceber se, é de facto importante estudar-se a gíria!! A gíria nunca se estudou, não se estuda, nem nunca se há-de estudar, porque a gíria ou se sabe, ou não se sabe e convenhamos, por vezes vale mais não se saber.
Vendo agora o lado do órgão de comunicação que fez a montagem e a respectiva emissão desta peça é, sem dúvida alguma, com a finalidade de…encher o palheiro. Ninguem presta atenção a não ser os habitantes e quem se reve nesta peça, como por exemplo toda a gente da raia que praticou contrabando naqueles aureos anos. Mas sejamos realistas O CONTRABANDO CONTINUA, e assim há-de continuar, com gíria, modificada, alterada, adaptada mas ela existe.
De qualquer forma…há ‘coisas’ com mais potencial de ‘chamariz’ de turismo ao concelho do Sabugal, que a gíria de Quadrazais.
Peçam à Comunicação Social, expressamente, que façam determinadas peças sobre o concelho, que o fazem. Convém não ser a mesma correspondente…não vá dizer que as mulheres do concelho têm bigode (alusão à peça de Pinhel)
Cumprimentos, João Pedro. Coimbra
Lamento que assim pense e que saiba tão pouco sobre a Gíria DE Quadrazais, pois de contrário saberia, que é estudada e há várias recolhas e trabalhos feitos por quem sabe e entende o que estuda, o que de todo não parece ser o seu caso. As gentes de Quadrazais ficariam gratos que quando falasse sobre a NOSSA Gíria o fizesse de forma mais respeitosa, pois os nossos antepassados merecem-no e nós temos orgulho no nosso passado mesmo que por vezes possa ser menos bom.
Silvina
Mas , curiosamente, a sua perservação e estudo pelas escolas estava apenas no programa da CDU às autárquicas