O rio Côa nasce na Serra das Mesas, no limite dos Fóios (Sabugal-Guarda), percorre 130 quilómetros até desaguar, na margem esquerda do rio Douro em Vila Nova de Foz Côa (Guarda), correndo de Sul para Norte. Não confundir o seu nome com outro rio português, o Alcôa, que nasce em Chiqueda (Alcobaça), e a sete quilómetros em Alcobaça, junta-se ao rio Baça, desaguando no mar, perto da Nazaré.

Mas ao longo dos tempos, nem sempre o seu nome e localização exacta da sua nascente eram correctamente referidos, havendo várias versões.
Quando D. Dinis, confirmou o Foral do Sabugal, como consequência do Tratado de Alcanizes, esse actos registrais, não se tornaram de um momento para o outro do domínio público, pois o povo nas suas igrejas matrizes continuavam a ouvir párocos que dependiam do bispo de Ciudad Rodrigo a cuja jurisdição continuavam a pertencer, até aos princípios do Século XV.
As populações locais por onde o Côa passa só sabiam que a «rebera», como era conhecido o Côa, vem dali e corre para acolá e não um curso de água com principio, meio e fim. «Reberas», muitas, cada aldeia tinha a sua.Só os letrados, eventualmente, conheciam o percurso na generalidade. Para a cultura popular era a «rebera» de Vale de Espinho, «rebera» de Quadrazais, a «rebera» do Sabugal e por aí em diante até á foz, conhecendo assim só fragmentos do rio que correspondiam ao leito do rio, que passava no seu limite.
Os nomes relativos aos cursos de água eram do género feminino e ainda hoje na língua francesa esse arcaísmo persiste, pois o rio Sena, para eles ainda é a Sena.
Por outro lado, dizer «rio Côa ou ribeira Côa» é uma redundância, porque é o mesmo que dizer «ribeira-ribeira», pois «coda» ou Côa, já significa ribeira, caudal e os romanos chamavam-lhe «cuda».
Actualmente é inquestionável dizer rio Côa, mas é repetitivo, pois Côa continua a significar ribeira ou caudal.
O rio Côa, no decurso dos tempos, serviu de «fosso» entre ribacudanos (os da margem direita) e os transcudanos (os da margem esquerda), nos períodos tribais e através da Reconquista, serviu de Raia, entre o Reino Leonês e o Reino de Portugal e finalmente de «fosso» também ao Castelo de Sabugal.
Relativamente à nascente do Côa, alguns geógrafos civis e militares, como Duarte Nunes de Leão e Bernardo de Brito, colocam a sua nascente, junto de Alfaiates e António Brandão e outros eruditos, ao definirem o território de Riba-Cõa, escrevem:
«Uma língua de terra de quinze léguas de comprido e de largo quatro, aonde tem mais largura. Está lançada de norte a sul, e cingida da parte de Portugal com o rio Côa, que tendo um nascimento na serra da Xalma, que é uma parte da serra da Gata, faz uma entrada em Portugal, pelos lugares de Fologozinho (erro:quereria dizer, talvez Fojinho), Vale de Espinho e Quadrazais, donde se avizinha de Sabugal, primeira vila acastelada desta comarca.»
Num manuscrito de Brás Garcia de Mascarenhas, ilustre escritor e militar:
«O Côa desce pelos lugares de Foginho, Vale de Espinho, Quadrazais e Sabugal, que lhe fica a leste.»
No Século XVII, Fóios era vulgarmente conhecido por Fojinhos e situa-se com rigor a nascente do Côa na Nave Molhada (no Lameiro dos Lourenços ou Curral das Moreiras) e na sua vertente portuguesa.
(Continua.)
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«Terras entre o Côa e a Raia», opinião de José Morgado
Em tempos diz-se que nascia num lameiro de minha sogra Adélia Gonçalves; não sei se entretanto houve alguma regressão!
Meu avô Lourenço, que foi o mais lendário pesacador desse rio, referia-se-lhe sempre como «a Côa». Leite de Vasconcelos reporta entre os naturais es, por volta dos anos trinta do século passado, também esta designação.
Engraçada é a maneira como escreves, a lembrar o Mestre Yoda.
Estas coisas dos nos têm muitas coisas engraçadas…por exemplo alguém sabe porque que os kanguros se chamam assim? não? porque quando o expidicionista ingles foi a australia e perguntou o que era aquele animal o nativo que não entendia ingles respondeu não sei, ou seja, kanguro… engraçado… não?