Na parte mais alta do Sabugal, num planalto da Serra da Malcata, está edificado um castelo imponente e de rara beleza, provavelmente construído nos séculos XII-XIII, sob o domínio leonês e formado por um enorme perímetro muralhado. Remodelado e ampliado por D. Dinis, devendo-se a este monarca a edificação em 1297 da torre de menagem, de 30 metros de altura, recebendo depois obras de beneficiação no reinado de D. Manuel e ainda na época das Guerras da Restauração, por volta de 1640.
Foi moradia real e terá sido aqui que se realizaram as bodas de casamento da Infanta Dona Maria, filha de D. Afonso IV.
Um dos episódios mais relevantes da vida do castelo, deu-se em 1811, quando os guerreiros lusos combateram e derrotaram o Exército francês.
Para além da sua função militar, o Castelo do Sabugal também passou parte da sua existência como prisão. Aqui esteve encarcerado o poeta e cavaleiro Brás Garcia de Mascarenhas.
Por volta do ano de 1846 o seu interior foi transformado em cemitério, demolindo-se as construções ali existentes.
Foi a Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais que, a partir da década de 1940 que salvou o castelo da deterioração total.
A sua beleza deve-se, não só á sua arquitectura, mas também á sua localização, isolado num planalto, sobranceiro ao Rio Côa e fronteiro ao terreiro, onde anteriormente se encontrava a Igreja de Nossa Senhora do Castelo.
As muralhas graníticas interiores têm um longo adarve acessível por quatro escadas e três torres de ângulo, de planta quadrada. A Sudeste, situa-se a torre de menagem, de planta pentagonal, reforçada por mata-cães e com três pisos, num dos quais está o escudo com as cinco quinas. De grandes dimensões, domina toda a fortaleza.
Podem ver-se ainda a Porta da antiga vila e Torre do Relógio, anexa e um troço de muralha a Oeste, adossado à cidadela, integrande barbacã de traçado rectangular irregular, unida ás torres da cintura exterior e apresentando nos ângulos dois cubelos cilíndricos. A cintura muralhada exterior é em traçado pentagonal irregular, possuindo um pequeno troço desmoronado a Norte. Tem duas portas a Este e a Sul em arco pleno no interior, cobertas com abóbada de berço.
A cintura muralhada interior tem traça pentagonal irregular, integrando cinco torres de planta quadrada adossadas pelo exterior. No interior do recinto, subsistem estruturas de compartimentos.
O interior tem uma fabulosa cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas, polinervada.
Com típica arquitectura militar, é uma edificação de estilo gótico, que apresenta afinidades com outros castelos portugueses tais como os de Beja, Estremoz e Montalegre. Contudo é o único castelo de cinco quinas em Portugal.
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«Terras entre o Côa e a Raia», opinião de José Morgado
José Morgado
Não podemos deixar de acrescentar ao seu artigo de opinião “Terras entre Côa e Raia” a quadra retirada do livro do nosso grande escritor Joaquim Manuel Correia “MEMÓRIAS SOBRE O CONCELHO DE SABUGAL – TERRAS DE RIBA CÔA:
” Castelo de cinco quinas
Não no há em Portugal
Senão ao cimo do Côa
Na Vila do Sabugal”
Apesar de Sabugal já ser cidade, a Associação Sabugal Séc. XXI, tem como um dos objectivos, alertar e entrar nos passos a dar, na demarcação da “Vila de Sabugal”.
Será um privilégio a cidade de Sabugal conseguir delimitar esta zona, e tornar entre muralhas, a verdadeira Vila de Sabugal, famosa pelo seu Castelo de Cinco Quinas, e por todos os vestígios históricos nela encontrados.
Assim, teremos um verdadeiro centro histórico plenamente reconhecido, não levando à tentação de desvirtuar a nossa quadra, como infelizmente já se viu escrito nalguns sítios.
Pela Associação Sabugal Séc XXI
Natália Bispo