A candidatura de António Dionísio emitiu, esta sexta-feira, um comunicado analisando a situação provocada pelos incêndios no concelho do Sabugal que reproduzimos na íntegra.
«O FUTURO DO CONCELHO DO SABUGAL PASSA PELA FLORESTA
Caros conterrâneos
O momento difícil vivido por todos nós, nos últimos dias de Agosto, quando tudo parecia arder e o trabalho esforçado e, muitas vezes, heróico das populações e dos Bombeiros para salvar vidas e bens se revelava insuficiente face à violência do fogo, obriga-me a dirigir-me a todos vós, num abraço de solidariedade com todos os que perderam os seus bens e viram os seus terrenos, culturas e árvores destruídos pelo fogo.
Quero, por outro lado, afirmar que, sabendo tirar lições do que correu mal, me mantenho na posição que sempre assumi de não me limitar a fazer queixas e a solicitar apoios da Administração Central.
Claro que é com grande satisfação que vejo a atitude do Ministério da Agricultura no pronto apoio aos agricultores do Concelho afectados, demonstrando que, pelo menos desta vez, souberam estar atentos e responder àquilo que era uma situação de catástrofe que exigia uma resposta imediata.
Mas quero dizer-vos também que acredito que esta desgraça que se abateu sobre o Concelho pode e deve tambem ser vista como uma oportunidade de ouro para criar um sector florestal sustentável e rentável na nossa terra.
E para isso, e levantando o véu sobre o meu Programa Eleitoral embora não tendo ainda sido divulgado publicamente, posso desde já adiantar que considero a Agricultura e a Floresta como uma prioridade política e que após a minha eleição, me proponho concretizar as seguintes Medidas para o Sector:
1 – Criar, em parceria com as Associações do Sector, o Gabinete Municipal de Apoio à Agricultura;
2 – Elaborar o “Plano de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura do Concelho do Sabugal”, em parceria com as Associações do Sector Agrícola;
3 – Aprofundar o Protocolo existente com o Ministério da Agricultura para transformar as instalações da Colónia Agrícola de Martim Rei num instrumento fundamental de apoio à actividade agrícola do Concelho e da Região;
4 – Criar o Programa “Sabugal, Terra de Floresta”, apoiando o desenvolvimento de um sector florestal e criar uma Empresa de capitais mistos (públicos e privados) de Gestão Florestal;
5 – Criar o Programa “Sabugal, Terra de Gado”, apoiando o desenvolvimento de um sector agro-pecuário e silvo-pastorício e criar uma Empresa de capitais mistos (públicos e privados) de Gestão de Espaços de Pastagem;
6 – Criar o Programa “Sabugal, Terra da Castanha”;
7 – Criar o Programa “Sabugal, Terra da Oliveira”.
Estas são algumas medidas que fazem parte do Meu Programa Eleitoral que brevemente apresentarei a todos os habitantes do concelho. No entanto considero que desde já devem ser tomadas medidas de emergência por forma a minimizar os graves prejuizos que os nossos agricultores tiveram com a passagem do fogo:
Tudo deverá ser feito para que os apoios disponibilizados pela Administração Central cheguem a todos os agricultores afectados para que possam refazer as suas vidas.
Assim, os elementos da Câmara e das Juntas de Freguesia que acompanharão os tecnicos do Ministério da Agricultura no levantamento exaustivo das situações devem actuar como “advogados” dos agricultores, tudo fazendo para que nada fique por registar.
Considero igualmente que o trabalho da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia só deverá terminar quando todos os apoios forem concedidos, o que quer dizer que a Câmara e as Juntas deverão igualmente apoiar os agricultores no preenchimento de toda a papelada que for exigida.
Por último, e complementando os apoios já anunciados pelo Ministério da Agricultura, considero que cabe à Câmara Municipal definir de imediato formas de ajuda monetária, técnica e psicológica, complementando as ajudas governamentais, para a compra forragens para os animais, aquisição de oliveiras para plantar, limpeza das áreas ardidas, recuperação de vedações, aquisição de sementes, reconstrução de palheiros e abrigos, etc. para todos aqueles que ficaram sem o seu meio de subsistência.
Esta é uma medida que de imediato deve ser implementada, não esquecendo que as as constantes do meu programa eleitoral serão medidas para implementar por forma que no futuro estas calamidades sejam atenuadas.
Deverá tambem ser revisto o Plano de Emergência em caso de catástrofe – fogo, inundação, seca, etc. – que deverá ser dado a conhecer a toda a população, onde, com o apoio de todos, se deverá referenciar os pontos onde a intervenção do homem pode ser mais eficaz no seu combate.
Assumo igualmente o compromisso que, após a minha tomada de posse como Presidente da Câmara, e tendo em atenção o levantamento das situações que entretanto terão sido feitas pelos Serviços Municipais e pelas Juntas de Freguesia, proporei a isenção do pagamento de IMI referente às propriedades cujo revestimento florestal tenha sido destruído por estes incêndios.
António Dionísio»
n.d.a.
Ontem, quinta-feira, o Capeia Arraiana deixou um repto aos cinco candidatos à presidência à Câmara Municipal do Sabugal com duas questão que gostariamos de ver respondidas publicamente:
– Se estivessem no poder como actuariam para colmatar no imediato as dificuldades dos agricultores em arranjar alimentos para os seus animais?
– Como pensam investir na reflorestação de videiras, oliveiras, carvalhos e outras árvores no concelho?
Consideramos que a resposta está dada por parte de António Dionísio. Acreditamos que os restantes candidatos estão, igualmente, interessados em explicar aos eleitores sabugalenses o que pensam das duas questões.
jcl e plb