O presidente da Junta de Freguesia da Aldeia Histórica de Sortelha, no Sabugal, adiantou hoje à agência Lusa que o incêndio que começou no sábado à noite em Ribeira da Nave causou «prejuízos elevados e os animais ficaram sem alimentos».
«A área da freguesia ardeu toda», disse à agência Lusa Luís Paulo, presidente da Junta de Freguesia da Aldeia Histórica de Sortelha, recordando que é a segunda maior freguesia em área do concelho do Sabugal com cerca de 43 quilómetros quadrados.
O autarca contou que o fogo deixou um rasto de destruição na zona, causando «prejuízos elevados que ainda não estão contabilizados, queimou animais, arrecadações agrícolas e árvores, sobretudo castanheiros e oliveiras».
Os habitantes das povoações vizinhas, rodeadas pelas chamas, contaram à Lusa que não dormiram durante a noite, tendo ficado «a guardar o fogo, para que não chegasse às casas».
«Durante a noite o fogo atacou mais a povoação da Moita, mas de manhã chegou aqui ao Casteleiro. Deitei-me por volta da uma da manhã mas não consegui dormir e alguns vizinhos estiveram acordados toda a noite», contou Micaela Marques, 77 anos, moradora na aldeia de Casteleiro.
Na vizinha localidade de Terreiro das Bruxas, Maria Fernandes, 68 anos, relatou à Lusa que «foi tudo muito rápido e a aldeia foi lambida pelo fogo, que chegou mesmo às casas porque o vento mudou muito depressa e quando demos conta estava já aqui na povoação onde destruiu oliveiras e carvalhos e pôs uma padaria em perigo».
Na aldeia de Urgueira, também fustigada pelas chamas, Maria Nabais, relatou que «o fogo andou de volta do povo mas não arderam casas». «O meu marido esteve toda a noite a vigiar o fogo e não dormiu», contou.
Tragédias contadas na primeira pessoa e que nos atingem a todos.
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jcl
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