Noutro tempo era rigorosamente interdita a exibição de filmes de incitamento e glorificação ao crime, bem como os considerados atentatórios da moral, situações que eram rigorosamente fiscalizadas pela Inspecção-Geral dos Espectáculos.
Eram tempos de muito rigor, aqueles que corresponderam ao surgimento do cinema enquanto arte e espectáculo popular.
As explicações das películas eram sempre escritas em linguagem portuguesa corrente, para que todos as compreendessem. Por outro lado, não era permitido exibir fitas perniciosas para a educação do povo, designadamente as que contivessem cenas de maus tratos e de torturas a homens e animais, personagens desnudas, bailes lascivos, operações cirúrgicas, execuções capitais, contactos íntimos entre casais, assassínios e roubos com arrombamento.
Talvez se considerem essas limitações excessivas, mas tenha-se em atenção que as proibições visavam não apenas proteger a moral vigente, mas também, e muito especialmente, evitar que pelos pormenores de certas cenas se pudessem avaliar meios e aprender métodos empregados para se cometerem delitos.
Hoje, em nome da irresponsabilidade, tudo é permitido. Em consequência, algumas fitas de cinema que passam nas salas de espectáculos e até na televisão, são autênticos ensinamentos de como se podem cometer crimes.
É aí que muitos dos delinquentes aprendem os métodos que depois utilizam na execução das maldades que cometem.
Um enredo e suas cenas que indiquem como um determinado grupo criminoso organiza um assalto a um banco ou a perpetração de raptos, violações e assassínios, constitui, as mais das vezes, um verdadeiro ensinamento e uma incitação velada ao crime e à violência.
Muitos dos crimes hoje sucedidos vêm dessa escola pública e irresponsável, que assim deixa que a sociedade actual cave a sua própria sepultura.
Sei que estão pensando que este idoso está senil e que já não tem noção no que diz. Pois digo-lhes que antes faço um aviso de plena lucidez: reintroduza-se a fiscalização preventiva das artes, em especial na do cinema, seja nas salas de espectáculos, na televisão ou pela agora chamada internet, como forma de se garantir que o crime não tenha escolas livres e gratuitas, de onde depois os delinquentes partem para nos infernizar a vida.
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«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
Simplesmente ridículo.
Este texto só pode ser uma piada de mau gosto. O maior bem do homem é a liberdade. A liberdade é que torna meritório que seja um cidadão exemplr, um homem bom solidário e fraterno. Sem liberdade o que é o homem?
Ó Sr. Ventura, quantos anos tem o verdadeiro autor? 45 ou 55 anos? É que esta fotozita e este sr. Ventura Reis são um alter-ego muito engraçado de alguém que não revela a sua identidade. Esconde-se por detrás de um pseudo-ancião para desculpar os pensamentos reaccionários, mas na verdade é alguém bem perto e conhecido de nós… Querem uma aposta?
Hoje a coisa mais fácil que há é dizer mal dos políticos. São todos uns corruptos e uns ladrões. E quem diz isso é, normalmente, não-político e apartidário. Os banqueiros passam por “meninos do coro” comparados com os políticos, apesar de roubarem à farta (tem-se visto).
Por isso é que eu gosto de dizer: eu sou um POLÍTICO e faço gala de o ser. Não ganho um tostão com a política, mas não sei viver sem política. Para mim, como POLÍTICO que sou (e faço gala de o ser) a política é uma coisa fantástica. Viva a política!!!
Pois é Sr.Ventura, o que escreveu concordo plenemente. Mas esta semana, deu-se um passo importante: O Responsável do canal “pornogràfico” demitiu-se ou foi demitido, não importa agora. Assim a Televisão ficou mais rica. Vamos esperar pela mudança, pode ser que seje para melhor… porque pior será impossivel. Aqui, os sucessivos governos tiveram culpas no cartório. Quando foram atribuidos os 2 canais privados, jà se sabia que 1 iria ser para a Igreja. Logo,ao ganhar, deveria existir uma obrigação de que a ser eventualmente alienado, o detentor deste canal seria obrigado a seguir a linha da Igreja, e não uma linha completamente oposta. Na altura existiam 3 projectos para 2 canais,e o grande derrotado foi o projecto do Dr. Proença de Carvalho. Se fosse para transformar um canal da Igreja em canal “pornogràfico”, mais valia entregarem os canais ao projecto derrotado e à SIC, certamente a cultura dos Portugueses hoje teria subido mais uns pontos…
Actualmente as melhores escolas do crime, são as funções que desempenham alguns politicos nos crimes de colarinho branco e as prisões
nos restantes crimes.
Fiscalização preventiva, como escreve, é um bom eufemismo para designar Censura ou Exame Prévio, que existia, antes de 25 de abril de 1974.
Então nesse tempo era só a PIDE que ensinava a praticar crimes…?
Lembre-se do que o Homem fez a Jesus Cristo quando ele tinha 33 anos de idade.
Tenha juízo e deixe de cometer crimes contra a LIBERDADE.
Obrigado.
Onde aprenderam Calígula, Estaline, Jack “o estripador”, Alves dos Reis, Al Capone, Bonnie & Clyde, Zé do Telhado, Robin Hood, Dona Branca, Goebbels, Rosa Casaco, Hirohito, Bin Laden, Charles Manson, Audas, Ditalco, Minuros…?
Não tenho dúvidas quanto à lucidez do senhor, que pela forma como escreve, está comprovadamente activa. É o conteúdo que não faz sentido. Não há idade para aprender coisas novas, só é necessária humildade.
Decerto valoriza o papel da família na formação do indivíduo. Pois bem, é esse papel que devemos considerar, não a fugaz influência de hora e meia numa sala de cinema.