• O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica

Menu
  • O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Contraponto
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica
Página Principal  /  Aldeias Históricas • Soito • Terras entre Côa e Raia • Trancoso  /  Aldeias Históricas – Trancoso
19 Julho 2009

Aldeias Históricas – Trancoso

Por José Morgado
José Morgado
Aldeias Históricas, Soito, Terras entre Côa e Raia, Trancoso aldeias históricas, bandarra, josé morgado carvalho Deixar Comentário

Trancoso é um dos sete concelhos do distrito da Guarda que se incluem na denominada sub-região da Raia, fronteiriça com Espanha. A Norte da capital do distrito, as terras de Trancoso estendem-se por uma paisagem planáltica de granito, cortada pelo rio Távora, conhecida por Riba-Côa ou Terra Fria Beirã.

Aldeia Histórica de Trancoso
Aldeia Histórica de Trancoso

TRANCOSO – Espectadora excepcional de importantes passagens da história de Portugal, Trancoso mantém-se como uma fonte de dinamização na Beira Interior, uma área desde há muito em luta com a falta de recursos e a desertificação dos seus campos e aldeias.

Os primeiros vestígios humanos no concelho têm cerca de 4000 anos. Um primitivo castro pastoril deu lugar a um posto defensivo, que, com a chegada dos romanos, foi aumentado e reforçado. Já no século X, o castro tinha-se convertido em castelo e estas terras eram disputadas por mouros e cristãos. Muitas foram as arremetidas de uns e outros. Frentes às muralhas de Trancoso bateram-se homens como Almançor, Fernando Magno, Martim Moniz e D. Afonso Henriques, que resgatou Trancoso após ter sido arrasada pelos muçulmanos em 1139. Depois da batalha, D. Afonso Henriques terá tomado duas determinações: construir o convento de Tarouca e usar o título de Rei de Portugal.

O Castelo de Trancoso ficou definitivamente ligado à cristandade em 1160, pelas armas, uma vez mais, de D. Afonso Henriques. Mas as disputas com Castela continuaram, e a cercania com a fronteira (70 quilómetros até Vilar Formoso) reservaria um papel relevante aos habitantes de Trancoso nas guerras com o país vizinho. Durante resistência às tropas de Napoleão, o desafortunado general Beresford estabeleceu quartel no casario de Trancoso.
Bandarra

Não obstante, não só combates viu esta povoação. A vila beirã assistiu também ao casamento de D. Dinis com Isabel de Aragão, em 1282, e ao nascimento da fama de Gonçalo Annes, por alcunha o Bandarra. Sendo Trancoso terra rica em personagens lendárias, é que este sapateiro da primeira metade do século XVI, poeta e profeta, o que mais alargou através dos séculos a sua fama. Em palavras de Pessoa «(…) este cujo coração foi não português mas Portugal».

O Bandarra, assim como muitos membros da vasta e influente comunidade judia, chegou a ser julgado pela Santa Inquisição. A vila histórica de Trancoso, abraçada pelas muralhas guarda marcas da importância dos judeus na vila e do seu forte desenvolvimento comercial. As casas da velha judiaria ainda exibem as duas portas características, algumas com símbolos hebraicos sobre os marcos: a mais larga para fins comerciais e a estreita para uso doméstico.

A melhor ocasião para visitar Trancoso é em Agosto, aquando da famosa Feira de São Bartolomeu. Os ares de Medievo que emanam das singelas ruas da vila, com o seu castelo e muralhas e o pelourinho manuelino, junto à Igreja de São Pedro, classificados Monumento Nacional, parecem reviver quando atravessamos o arco das Portas de El-Rei e caminhamos pela rua conhecida por Corredoura, que nos leva até ao Largo Francisco Ferreira, o centro da via. Lojas e cafés acompanham os numerosos transeuntes que fazem fervilhar os velhos arruamentos.

Magnifica ocasião para saborear as especialidades da gastronomia local: o cabrito assado, o bacalhau à São Marcos, o ensopado de míscaros ou as enguias à São Bartolomeu. Nos doces são célebres, as «sardinhas doces de Trancoso».

:: ::
«Terras entre o Côa e a Raia», opinião de José Morgado

Partilhar:

  • Tweet
  • Email
  • Print
José Morgado
José Morgado

Origens: Soito :: :: Crónica: Terras entre Côa e a Raia :: ::

 Artigo Anterior Ideias do «momentum»
Artigo Seguinte   O carro de aluguer do Ti João Rito

Artigos relacionados

  • Bucho raiano foi rei nos Comandos

    Quarta-feira, 12 Abril, 2017
  • O poder autárquico no Sabugal (3)

    Domingo, 28 Abril, 2013
  • O poder autárquico no Sabugal (2)

    Domingo, 7 Abril, 2013

Leave a Reply Cancel reply

Social Media

  • Conectar-se no Facebook
  • Conectar-se no Twitter

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2021. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
loading Cancel
Post was not sent - check your email addresses!
Email check failed, please try again
Sorry, your blog cannot share posts by email.