No meu tempo de rapaz eram proibidos os chamados vícios contra a natureza ou perversões sexuais, ao contrário do que hoje sucede porque o mundo se virou de pernas para o ar.
As aberrações da vida sexual serão tão antigas como o próprio mundo, mas em geral sempre foram condenadas pelas leis.
O assexualismo toma várias formas: bestialidade, homosexualismo, masoquismo, necrofilia, sadismo, entre outras. Todas são uma verdadeira perversão em relação àquilo que deve constituir a vida sexual entre humanos.
É lá aceitável a prática da sodomia, ou bestialidade, em que o indivíduo, homem ou mulher, dá preferência às relações com animais, sejam cabras, cães, cavalos ou vacas? Trata-se de uma prática sexual repugnante e de lesa natureza.
E o que dizer do masoquismo, que é o uso contra si mesmo de actos cruéis, para assim se atingir a voluptuosidade? E o sadismo, que é o gosto em fazer sofrer o parceiro na relação sexual? E o que considerar ainda da necrofilia, que consiste na excitação sexual quando se toca em mortos?
Mas a mais comum das perversões é o homosexualismo, ou seja, o amor entre indivíduos do mesmo sexo. Esta inversão pode existir nos homens, chamando-se mais propriamente uranismo, e nas mulheres, tomando aqui as designações de lesbismo e safismo.
Antigamente, uranistas e lésbicas eram de facto comummente consideradas pessoas com perversidades e a lei proibia esses actos degradantes e contrários à moral pública. Agora dizem que o mundo pulou e afinal o homossexualismo é um direito absoluto, protegido pelas leis. Países há, como a vizinha Espanha, onde os indivíduos do mesmo sexo se podem casar entre si e alguém já aventou que essa tolerância também deve ser acolhida pela lei portuguesa.
Como estou irremediavelmente velho resta-me lamentar tudo isto, confiante em que compreenderão a minha inadaptação, neste e em outros assuntos, ao mundo moderno. Agora lhes volto a garantir que no meu tempo de rapaz, bem ou mal, a lei estipulava que a policia devia conduzir ao tribunal os que «se entregassem à prática de vícios contra a natureza», podendo ser-lhes aplicadas as seguintes medidas de segurança: caução de boa conduta, liberdade vigiada ou internamento em casas de trabalho ou colónia agrícola.
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«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
Bloguistas: vamos parar com estes comentários, que já todos intrepretaram as opiniões de cada um de nós e os nossos ideais. Vamos agora todos comentar o aniversàrio dos Bombeiros do Soito. Que acham da ideia? Por mim fica lá marcado o próximo encontro. Cumprimentos a todos.
Conterrâneo João valente
Peço-lhe desculpa de o julgar capaz de um comentário de baixo nível sobre o actual primeiro ministro…
Ramiro Matos
Ramiro,
Desculpas aceites.
Claro que se estava a referir ao Sócrates grego, de certeza. Mas, lá está… pensam logo que estão a dizer mal do do Sócrates português.
Eu até concordo, neste caso, com o que escreveu o sr. Ramiro Matos, excepto aquilo do Sócrates grego.
Durante uns dias não tive acesso à INTERNET o que é uma coisa saudável, sobretudo quando ao voltar me deparo com esta polémica.
Em primeiro lugar deixem-me dizer que para mim só há comportamentos errdaos quando eles colocam em causa a liberdade e o direito de cada um a ser um.
Durante muitos anos tentou-se tapar o sol com a peneira, e, custe o que custar ao autor da crónica, a homosexualidade masculina ou feminina, o masoquismo ou o sadismo ou quaisquer outras atitudes dferentes do “considerado” pelas mentes bem pensantes como normal, existem desde que o homem (e a mulher) exisetm.
No tempo da “outra senhora”, isto é, quando Salazar mandava, tudo isto existia, mas tudo se tentava esconder para que não se soubesse, mas isso é outra história.
Para mim não há comportamentos desviantes, há comportamentos diferentes.
Quanto ao Salazar nem sei para que foi para aqui chamado, mas permite colocar uma questão pertinente: Os defensores do Salazar já pensaram que no tempo dele não podiam defender quem não estivesse de acordo com ele?
Ou ainda pensam que ele é que tinha razão e que quem era contra ele não era português?
E se têm o direito de pensar assim, não têm o direito de me impedir de pensar que esse pobre diabo que nem coragem teve para apresentar as amantes que foi tendo ao longo da vida, desde a criada à jornalista francesa, foi o responsável primeiro porque 60% dos habitantes do Concelho do Sabugal tivessem de abalar para a Europa para terem uma vida digna.
E se mais razões não houvera esta era para mim a suficiente para considerar Salazar um criminoso…
Ramiro Matos
ps. quanto ao bombo da festa, mais conhecido por Sócrates, o rapaz de quem ele gostava chamava-se e chama-se Fernanda Câncio e vivia no mesmo prédio do tal rapazito (já agora o nome também – Diogo Infante, actor), de que fala o João Valente. Não é que o Sócrates não pudesse ser homosexual, mas va lá, não inventem…
Ramiro
Penso que o João se está a referir a Sócrates «O Grego».
Abraço,
jcl
Sim… era ao grego!
Em tempo:
Diz-se que Sócrates também gostava de rapazes; quem diria?
É sempre abusivo tipificar determinadas situações mas acho que desta vez é adequado afirmar que se este senhor fosse do tempo em que a escravatura era um processo normal, provavelmente viria agora dizer que era uma aberração pagar a um negro em troca do seu duro trabalho, aliás este senhor viria veementemente afirmar que era uma modernice destes tempos loucos não haver escravatura quando eram os escravos que na verdade traziam produtividade ao país e nunca se deveria abdicar disso!!! Valha-nos Deus não é uma questão de se ser moderno, mas a história avança e em termos de sexualidade o que antes era demasiadamente escondido (subversivo) está agora exponencialmente mais exposto que nunca mas isso é fruto não de modernidades ou aberrações mas tão da massificação dos meios de comunicação…
E já agora, na minha opinião, este artigo na sua quase totalidade não tem qualidade!
Alguém me sabe dizer porque é que aquilo que soa a prazer, soa logo a pecado e imoralidade? E porque é que chamamos perigosos aos que possuem um espirito contrário ao nosso, e imorais aos que não professam a nossa moral?
Pois é Emídio. É o que dá uma formatação judaico cristã
Tanta guerra para quê, se já Dante no seu inferno chamava a essa coisa que o senhor Ventura detesta, “Onça”?
Façamos como o insigne poeta, que fechou os olhos ao “nefando pecado”, como totalmente irrelevante ao caminho da sabedoria.
Tolerância, meus senhores…
Espectaculares?
Pois é, “Mas respeito as opiniões das pessoas que tenham ideias contràrias, só não admito comentàrios semelhantes aos que o Sr. Ventura foi alvo, só por estar a relatar o passado e a dar a sua opinião sobre um determinado assunto.”, mas, está aí uma grande confusão…
O sr. Ventura tem direito às suas opiniões e ninguém põe isso em causa, eu tenho direito à minha opinião e a não estar em acordo com ele, mas para si a minha opinião já não é válida, somos acusados de fazer censura e ainda temos o “limitài-vos apenas a dizer se concordàis ou não” (e jà acertàvamos os acentos, não?).
E eu é que tenho uma leve tentação maniqueísta?
Temos aqui a subtileza de um Rochemback numa loja de porcelanas.
Sr. Duarte: lamento informá-lo mas não tenho qualquer tendência politica. Voto nas pessoas e não nos partidos políticos! posso até dizer-lhe que nas últimas eleições autárquicas votei onde estou recensseado na cidade da Amadora em 3 partidos politicos diferentes (PS, PSD E CDU). Não tenho nada contra o seu partido no Sabugal, só é pena que a 4.ª maior freguesia em eleitores do concelho não tenha o mesmo “tratamento” que as restantes freguesias… é triste mas é verdade! Em relação à estátua eu concordo porque não podemos apagar a História de um pais. Mas respeito as opiniões das pessoas que tenham ideias contràrias, só não admito comentàrios semelhantes aos que o Sr. Ventura foi alvo, só por estar a relatar o passado e a dar a sua opinião sobre um determinado assunto. Que adjectivo utiliza para caracterizar essas pessoas? faça o favor de o dizer neste blogue s.f.f. Cumprimentos.
Espero bem continuar a ler estas crónicas, não por concordar com elas, mas sim pelo mesmo motivo que devemos relembrar tudo aquilo que de mau o homem faz…
O sr. Jorge Clemente, que eu vejo a fazer alguns comentários no blog, num estilo que me parece pró-PS (posso estar enganado, mas parece-me) vem agora com essa ideia peregrina de perguntar se os leitores concordam ou não com a estátua de Salazar. Eu digo já que não concordo, antes que me chame dogmático. E tenho todo o direito a dizer isso, assim como o sr. Clemente tem o direito a dizer o contrário.
Bem sabemos que, agora, como já se viu em anteriores crónicas aqui e noutros sítios quem é contra Salazar é dogmático, parcial e sectário.
Bom, bom mesmo é ser a favor do Salazar para se ser imparcial, como alguém já escreveu.
Sobre o “post” do sr. Ventura o que eu gostaria de saber é se algum daqueles sobre quem escreve veio para a Colónia Agrícola do Sabugal, internado.
Dogmáticos?
Não. Apenas uma leve tentação maniqueísta.
Mas isso passa, com o tempo.
Deixem o homem escrever.
Não, Mono. O strap on é uma invenção portuguesa! A sério. Vi num filme qualquer (não, não era o das vampiras) em que brincavam com o assunto. Pelos vistos era utilizado por senhoras portuguesas no século XVII que queriam brincar sem homens. Aberrações, portanto.
Ai nós é que somos dogmáticos… Olha que esta…
E já agora, se lerem o texto, verificam que pouco ou nada se fala “daquela época”.
Quanto às aberrações sexuais, elas sempre existiram, nada disso foi inventado recentemente ou houve modernizações na coisa. Bem, talvez o strap-on.
O Sr. Ventura Reis apenas descreve a sua visão do mundo em que viveu. Não consigo entender qual o pecado que comete. Aquela época existiu. Aquela mentalidade era politicamente correcta para uma grande maioria da população. Embora não me identifique com o que ele escreve acho que tem todo o direito de o fazer.
O Capeia Arraiana é um espaço de liberdade. O que interessa é a expressão da livre opinião.
Jà vi que sou o único em defesa do Sr. Ventura. Mas que fique bem claro que não tenho qualquer afinidade com o Homem, nem tão pouco o conheço, apenas sou um admirador das suas crónicas. No entanto, seria um prazer conhecê-lo pessoalmente. É pena bloguistas tão novinhos, penso eu, serem tão dogmáticos nos seus pensamentos. Já agora deixo-vos uma questão que gostaria de a vêr respondida neste blogue: São a favor ou contra a estátua de Salazar no Jardim em Santa Comba?
Sr Jorge Clemente, para algumas pessoas falar contra o comunismo ou fascismo é quase a mesma coisa. De facto ambos os regimes são ditatoriais e mataram milhões. Quanto às crónicas do sr. Ventura Reis já disse o que tinha a dizer. A condescendência imposta é lixada…
O homem pode publicar as crónicas que bem entender e foi para isso que certamente o contactaram. Agora, se tivesse juízo, faria melhor em estar quieto, que para cronicar o que pensa…
Eu, não tenho nada a haver com o assunto, tirando o facto de não gostar do que o senhor diz.
Quanto ao ter de me definir ou não, essa é uma questão que depende meramente do observador, pois não faço nada em função de ninguém e não me importo minimamente com a ideia que possam ter de mim, pelo que a ideia de não nos entendermos nem seque existe na função de eu não me querer entender com ninguém. É simplesmente uma questão de liberdade, de poder dizer o que bem me apetece, fundamentado no meu livre arbítrio, o que compreendo que seja um tanto ou quanto chato para quem leia, especialmente quando escrevo tantas palavras seguidas sem um parágrafo, mas enfim, é assim a vida e continuo na certeza de que nunca questionei que o senhor escreva o que bem lhe apeteça,mas não consigo evitar que as pessoas tenham ideias acerca do que escrevo, mesmo que a sua compreensão seja errónea ou algo tranvestida, pois, todavia, contudo, parece ninguém alcançar o conceito de ironia ou sequer de sarcasmo, o que é de todo algo de muito triste e infeliz, mas olha, é o que temos, coiso.
SR. MONO: O Homem não pode publicar as crónicas que bem entende? ou o Sr. também pertenceu ao grupo da censura? tão depressa fala de liberalismo como logo a seguir de comunismo ou fascismo. Voçê parece que é como o feijão frade,por fora é maduro mas por dentro é verde… defina-se e não jogue para os dois lados, porque assim não nos entendemos. Cumprimentos.
Então como tem idade para ser meu tetra-avô tenho de ser condescendente com ele, não é?
Mais dia menos dia vem com uma crónica em como tem saudades do Hitler e pena que não tenha eliminado mais uns milhões, e nós a ser condescendentes com ele porque tem alguma idade.
Não me parece que esteja a refilar por pura rebeldia juvenil, mas sim com a convicção de que quando envelhecer não acabe assim.
O SR. Ventura, apenas nos està a relatar o passado por ele vivido e é útil termos esse conhecimento. E dar a sua opinião é um acto de democracia. Portanto deixai o Homem falar à vontade e limitài-vos apenas a dizer se concordàis ou não, porque o Homem jà tem idade de ser vosso tetra-avô…
De facto as ideias deste senhor são intragáveis. Mas também digo que há muita gente que pensa assim e esconde o seu ideário.
Eu acho que este senhor também subscreve a afirmação de uma senhora política que disse que o objectivo do casamento é a procriação.
A. Sousa
Realmente eu também não lhe chamaria “inadaptação”, chamar-lhe-ia antes défice evolutivo ou estagnação. Concordo com o Mr. Mono e fico novamente sem perceber o objectivo destas crónicas, pois as únicas comparações feitas com os dias em que vivemos são feitas de forma dramaticamente depreciativa.
Cumprimentos.
Custa-me ler estas crónicas, na medida em que a velhice é utilizada como desculpa para dizer todo o tipo de inanidades.
Custa-me, porque após ler cada crónica, concluo que o senhor não evoluiu nada desde pelo menos antes de 1974, o que é bastante triste. Ou melhor, foi completamente ultrapassado pelo tempo e, o que ficou nele, não foi o melhor de outros tempos (porque coisas boas também existiram), mas sim o pior de tudo. E isso é simplesmente triste. As crónicas nem sequer são chocantes, são simplesmente tristes, na medida em que parece existir neste senhor uma falta de evolução desde há 40 anos.