A cerimónia de inauguração do telefone no Soito decorreu no local onde, hoje, se encontra o Posto de Correios, no Largo da Praça.

A fotografia que se reproduz neste artigo refere-se à inauguração do telefone, no Soito, em 1951. Na fotografia pode ver-se o Governador Civil da Guarda a cortar a fita. Ao seu lado está Isabel Augusta Tolda Martins, então com pouco mais de 10 anos, e futura esposa daquele que viria a ser presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, na década de 1980, Fernando Carrilho.
Esta cerimónia decorreu no local onde, hoje, se encontra o Posto de Correios, no Largo da Praça.
No final da cerimónia, os convidados (que pagaram cada um 100$00) tiveram direito a um «copo de água», a primeira vez que tal expressão foi utilizada no Soito. Realmente, quase nenhum habitante do Soito sabia o que fosse um «copo de água». Não será, portanto de admirar que só tivessem participado nesse «comerete» as pessoas mais ricas da terra. Os outros ficaram só com a vontade.
Antes do telefone ter sido inaugurado, no Soito, já a localidade era servida por telefone. Isso deveu-se à iniciativa do capitão Carlos Carrilho, que era homem de aventuras. Construiu um «engenho» no lugar da Murganheira e, mais tarde, uma fábrica de cobertores e mantas, no mesmo local.
Já antes tinha resolvido fazer uma barragem em Vale Espinho e, para não ficar isolado conseguiu, por engenhos e artes, ligar o Soito, Quadrazais e Vale de Espinho, por um telefone rudimentar, com o qual comunicava com os seus familiares.
Já não há sinais desse telefone, mas, ainda não há muitos anos eram visíveis alguns dos fios que o capitão Carrilho utilizou, usados para vedar lameiros, no Ribeiro do Bispo, nas cercanias do Soito.
Pode, portanto, afirmar-se que aquando desta cerimónia, reproduzida nesta fotografia, já o Soito tinha tido acesso ao serviço telefónico.
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«Memória, Memórias…», crónica de João Aristides Duarte
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