Belmiro Rosinha, natural de Vale de Espinho, é o auto destes versos intitulados «Puema dos Contrabandistas».
Puema dos Contrabandistas
Ó lua que vais tão alta
Diz a quem tu alumias
Alumia os contrabandistas
Que não podem andar de dia
A vida de um contrabandista
É uma vida amargurada
Passa os dias a trabalhar
Chega o dia ai sem nada
Ao passar a ribeira
Os guardas saltam ao caminho
Coitado do contrabandista
Fica sem o carreguinho
Corre corre sem parar
Com os sapatos na mão
Os guardas disparam a arma
Atira o carrego ao chão
Os filhos á sua espera
Pela madrugada
Todos lhe pedem pão
Vira os bolsos não tem nada
Belmiro Rosinha
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O meu bem-haja a Belmiro Rosinha pelo poema que quis partilhar com todos os raianos e peço desculpa por me intrometer no final mas… Sinto, a cada passo, que temos medo do nosso passado. Os contrabandistas raianos são outra das nossas grandes marcas. O dialecto quadrazenho, o jogo do truco, os atalhos, as estórias, estão a perder-se pouco a pouco. Felizmente vão aparecendo, aqui e ali, documentos escritos, valiosos contributos para resguardar esta memória colectiva do nosso povo. O meu avô foi contrabandista – dos tempos do volfrâmio ao que me disseram – mas pouco mais sei. Falta cumprir-se a memória física do nosso povo e da nossa dura caminhada. A marca do «contrabando» é valiosa. Pouco ou nada temos feito para a divulgar e promover.
jcl
Lindo poema. Soy de Argentina, mï padre se llamaba Belmiro, era de Vale de Espinho y también era contrabandista. Él me contó muchas cosas, que leyendo este poema me hizo recordar.
Abraços. desde Argentina.
Bom dia amigo Joaquim
Obrigado pelo teu comentário ao meu poema
Gostava de trocar dialogo contigo
Estás tão longe, deves ter interesses de saber mais sobre Vale de Espinho
tens aqui um amigo com quem podes contar
meu endereço; belmirorosinha@hotmail.com ou brosinha.carbonall@mail.telepac.pt
um grande abraço deste conterranio
Caro João
O título é da responsabilidade do autor do poema.
Abraço,
José Carlos Lages
Só uma pergunta:
Porquê puema e não poema?
Será que o magalhanês já chegou aqui?