O jornal «Açoriano Oriental», publicou, no dia 4 de Março, uma crítica ao livro «Charlas sobre a Língua Portuguesa», de Cristóvão de Aguiar.
O mais antigo jornal português, o «Açoriano Oriental», foi fundado em 18 de Abril de 1835 por Manuel António Vasconcelos. Nas suas páginas foi publicada, no dia 4 de Março, uma crítica literária ao livro «Charlas sobre a Língua Portuguesa» do escritor açoriano Cristóvão de Aguiar com ligações à vila do Soito, no concelho do Sabugal.
Aproveitamos para partilhar com todos a referida crítica:
«[…] Acabo de ler um livro que nos vem lembrar que existem normas e regras para a Língua Portuguesa – Charlas Sobre a Língua Portuguesa – alguns dos deslizes mais comuns de linguagem (Almedina, 2009), escrito pelo professor (aposentado) e escritor (no activo) Cristóvão de Aguiar.
Estas Charlas andavam dispersas em blogosferas e em jornais continentais e açorianos e, agora, em boa hora «enfeixadas» em volume, conhecem uma nova respiração e uma outra eficácia.
Estamos perante uma série de notas, comentários, apontamentos e contributos, de inegável valor didáctico-pedagógico, sobre alguns dos erros mais comuns praticados por falantes da Língua Portuguesa.
Não sendo linguísta, nem gramático, mas possuindo consciência literária, linguística e histórica, Cristóvão de Aguiar dá exemplos práticos desses erros e formula e fundamenta a sua correcção em textos de leitura muito agradável. No final de cada «lição», o «professor» recapitula a matéria dada.
E, coisa rara de acontecer entre alguns linguistas da nossa praça, o autor exemplifica e simplifica sem cair em facilitismos e, esclarecendo e contextualizando, chega a conclusões. Recorre, por vezes, ao inglês para efeitos de comparação (não é impunemente que se é germanista e se teve Paulo Quintela como Mestre), por ser uma língua mais concisa do que a nossa. E para ilustrar e contextualizar o que diz, vai contando apetecíveis histórias.
Falando de deslizes linguísticos através de terminologia adequada (vade retro a Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário – TLEBS), o autor aproveita também para lançar olhares (críticos e irónicos) ao estado das coisas em Portugal – ao nível do social, do político e do cultural. Alguns dos comunicadores televisivos (todos eles detentores de licenciaturas) levam valente bordoada pelos deslizes… Alvo de farpas são também aqueles que insultam, na televisão, na rádio e nos jornais, a Língua Portuguesa. E não é assim que se educa um país. Não nos esqueçamos que, em matéria de português falado, quem, na pantalha, leva a primazia são os jogadores e treinadores de futebol. Literatura, cultura e escritores? Só na RTP 2, e depois da meia-noite…
Por conseguinte, estas Charlas são de uma gritante actualidade e, por isso mesmo, devem merecer a nossa leitura mais atenta. E esperemos que, para fruição nossa, as ditas conheçam sequelas.»
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José Manuel de Aguiar
O Nova Guarda também publicou o mesmo artigo nesse dia.
Agradeço a publicação da crítica ao “charlas” no meu blogue preferido: Capeia Arraiana.
Mas não sou o autor desta crítica.
Aqui fica a devida correcção.
Aquele abraço Arraiano, salpicado de mar.